Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira
Universidade Brasileira alinhada à integração com os países membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP)

Estudantes da Guiné lamentam morte de presidente

Data de publicação  12/01/2012, 14:34
Postagem Atualizada há 13 anos
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Guiné-Bissau é, no momento, o país estrangeiro de maior representatividade na Unilab. Dos 36 estudantes não-brasileiros da universidade, 18 são guineenses. Eles estão divididos em vários cursos da instituição e esta semana foram surpreendidos pela morte do Presidente da República da Guiné, Malam Bacai Sanhá, segunda-feira (9), vítima de uma doença não divulgada.

Parte do grupo de estudantes guineeses da Unilab

O estudante Faustino Rodrigues, do curso de Administração Pública, disse que todos ficaram muito chocados. “Ele foi um homem que conseguiu consolidar a paz em Guiné e unia o povo. Nesse momento de dor, espero que o espírito lutador e libertador de Bacai Sanhá possa guiar os outros governantes”. Ele também fez um apelo para que o povo continue unido e os partidos políticos sentem para pensar numa só Guiné-Bissau.

Faustino Rodrigues, estudante de Administração Pública

“Ele era o símbolo da unificação nacional, sempre promovia o diálogo. Nós sentimos muito pela sua morte”, destacou o estudante Edgar Djú, do curso de Administração Pública.

Edgar Djú, estudante Administração Pública

Mesma opinião do aluno do curso de Engenharia de Energias, Ângelo Gomes. “É uma perda muito grande. Aqui, todos os estudantes guineenses sentiram muito”, desabafa Ângelo.

Angelo Gomes, estudante de Engenharia de Energias

Os estudantes lembram que Bacai Sanhá participou do movimento de libertação da Guiné. Ele passou onze anos na luta armada e após a independência do país, em 1973, tornou-se um dos líderes do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde. Sanhá havia atuado como presidente interino de 1999 a 2000. Em seguida tentou a presidência por duas vezes, até vencer as eleições de 2009, com 63% dos votos. Ele permaneceu no poder por exatos dois anos e seis meses.

Com a morte de Sanhá, quem assumiu interinamente o cargo de chefe de estado foi o presidente da Assembleia Nacional Popular, Raimundo Pereira, que deve convocar eleições gerais em até 90 dias. Para o estudante da Unilab, Braima Dabó, do curso de Enfermagem, “o momento é delicado, já que os partidos de oposição estão pressionando o governo a antecipar o pleito”.

Braima Dabó, estudante de Enfermagem

A estudante Carimato Bari, do curso de Administração Pública, concorda com os colegas que a situação no país é muito delicada. Ela também lamenta a morte do presidente e acredita que a doença que ele sofria foi agravada pelos constantes conflitos políticos vividos no país.

Carimato Bari, estudante de Administração Pública

O falecimento do presidente aconteceu poucos dias após uma suposta tentativa de golpe protagonizada pelo chefe do Estado-Maior da Marinha, o vice-almirante Américo Bubo Na Tchuto. Segundo analistas internacionais, o fato abre uma nova era de incerteza na Guiné-Bissau, país imerso em uma instabilidade crônica em consequência das discórdias registradas desde a independência de Portugal, em 1973.

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