Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira
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O desafio das timorenses que chegaram ao Ceará em 2011

Data de publicação  26/03/2012, 13:18
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Santina, Maria e Brígida

Santina Maria Afonso da Silva Cardoso, 52 anos, Maria Evangelina da Silva dos Santos, 49 anos, e Brígida da Silva Pinto e Cruz, 50 anos, deixaram famílias e amigos em Timor-Leste, no continente asiático, para realizar o sonho de estudar e ter uma qualificação profissional. Elas chegaram à Unilab, em maio do ano passado, para cursar ‘Ciências da Natureza e Matemática’. A Universidade recebe, hoje, 33 estudantes estrangeiros oriundos de países como Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.

Santina Afonso

Santina é mãe de sete filhos, sendo que dois deles moram na Inglaterra, dois na Indonésia e as três meninas moram com o pai, em Díli, capital de Timor-Leste. “Não tenho dificuldades de comunicação com minha família, eles sempre me telefonam e a gente se fala muito pelo facebook”, explica a aluna que também é bacharel em Biologia. Ela decidiu vir para o Brasil com o objetivo de estudar. “Tentei entrar na universidade lá, mas eu tinha que trabalhar também. E aqui eu não preciso trabalhar”. As estudantes recebem bolsa auxílio da Unilab e apoio financeiro do governo de Timor-Leste.

Maria Evangelina

Maria Evangelina também é mãe de seis filhos. “Foi muito difícil para a minha família, mas eu cheguei aqui com um objetivo e vou alcançar. Quero seguir a licenciatura, terminar o curso e desenvolver o que aprendi no meu país”, destaca a estudante e bacharel em Física. Maria é da cidade de Liquiçá, em Timor-Leste. Sobre a moradia em Redenção, ela comenta: “não estranhei, gosto do interior, o clima é igual onde moro. Só a comida, que é bastante diferente, mas aos poucos a gente vai se adaptando”.

Brígida da Silva

Brígida da Silva Pinto e Cruz, 50 anos, é exemplo de perseverança. Hoje, casada, com cinco filhos, voltou a estudar depois de 24 anos sem freqüentar a escola por fazer parte do movimento de resistência da ocupação do país vizinho, a Indonésia. Por esse motivo, passou seis anos na prisão, entre 1981 e 1987. Antes de vir estudar na Unilab, vendia verduras junto com o marido, também ex-prisioneiro e participante dos movimentos pró-independência. “Resolvi vir para o Brasil porque os professores são acolhedores e ensinam muito bem”, destaca. Ao falar sobre a chegada dos 69 timorenses à Unilab, ela enfatiza a grande satisfação em recebê-los. “Todos nós devemos juntar as idéias para construir o bem do nosso país para ter boa educação, saúde e desenvolvimento”.

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