Reitor cumprimenta novo secretário geral adjunto da ONU
O reitor da Unilab, Paulo Speller, saúda a nomeação do novo Secretário Geral Adjunto da ONU, Carlos Lopes. Nascido em Guiné-Bissau, Lopes também assumiu o cargo de Secretário Executivo da Comissão Econômica para a África (CEA), com sede em Adis Abeba, capital da Etiópia. Carlos Lopes tem mais de 24 anos de experiência como funcionário da ONU. Antes de ser nomeado secretário geral adjunto, no dia 23 de março, ele atuava como diretor executivo do Instituto das Naçoes Unidas para Formação e Pesquisa (Unitar), cargo que acumula com os novos desafios.
A Comissão Econômica para a África (CEA) é a principal estrutura dedicada ao continente com mais de 300 economistas entre os cerca de 800 funcionários que possui. A CEA tem como vocação principal apoiar as estratégias de desenvolvimento do continente e Lopes já assegurou que sua prioridade será de a transformar no maior “think tank” (“fábrica de ideias”) do continente. Lopes passará a ser o africano mais elevado na hierarquia da organização a partir de julho quando assumir o posto. É a primeira vez que um africano lusófono passa a categoria de Secretário Geral Adjunto e chefe de um órgão principal.
Lopes criou várias instituições, incluindo o principal instituto de pesquisa do seu país, e esteve associado aos grandes processos de reforma do sistema das Nações Unidas. Neste momento serve em vários Comitês de Alto Nível do Secretário-Geral da ONU, incluindo o relativo às mudanças e reforma. Lopes é considerado um especialista de reformas e desenvolvimento institucional.
Lopes trabalhou no Instituto Nórdico de Estudos Africanos; desempenhou as funções de Representante da ONU no Zimbabué e no Brasil; foi responsável pelo Departamento de Políticas de Desenvolvimento do PNUD; Diretor Político do Secretário-Geral Kofi Annan, dirigindo até ao momento duas instituições de formação e pesquisa da ONU: a UNITAR, em Genebra, e o UN Staff College, em Turim. Lopes foi o artífice da implantação dos sofisticados programas de Knowledge Systems do PNUD a nível mundial. Liderou a reflexão sobre reforço de capacidades, incluindo a co-organização do livro referência “Capacity for Development”, que contou com a contribuição do Prêmio Nobel de Economia Joseph Stiglitz.
A sua formação principal em estudos do desenvolvimento foi obtida no conhecido Graduate Institute for International and Development Studies, de Genebra. Possui também um Doutoramento em História da África pela Universidade de Paris 1 Panthéon-Sorbonne. Lopes publicou mais de 20 livros, como autor ou organizador, e cerca de 180 artigos acadêmicos. Criou e faz parte de comitês editoriais de várias revistas acadêmicas. Foi o impulsionador do primeiro Relatório de Desenvolvimento Humano da África Austral que contou com um prefácio de Nelson Mandela. Recebeu vários prêmios e reconhecimentos, incluindo duas comendas brasileiras (Cruzeiro do Sul e Mérito Cultural), um Doutorado Honoris Causa da Universidade Cândido Mendes do Rio de Janeiro e a nomeação vitalícia para a Academia de Ciências de Lisboa. É membro de instituições e redes africanas como o CODESRIA (Conselho para o Desenvolvimento das Ciências Sociais em África), que lhe deu um reconhecimento especial público em 2008, e integra o seu Comitê Científico. Faz parte do Conselho do Instituto Africano da Governança, apoiado pela Comissão Econômica para a África. Também integra a direção das revistas Géopolitiques Africaines, African Sociologial Review e African Identities, e a rede brasileira de economistas “Crises e Oportunidades”.
Lopes é muito solicitado para funções diretivas, fazendo parte neste momento de doze órgãos de direção, incluindo a presidência do Conselho Geral do ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa. É organizador de vários fóruns de alto nível, nomeadamente os Encontros Mundiais de Genebra, que já tiveram a presença de vários Prêmios Nobel, incluindo o Nigeriano Wole Soyinka. É convidado frequente para ser orador principal em ocasiões como a Aula Magna da Politécnica de Maputo; Congresso da Confederação das Indústrias Brasileiras; Congresso Luso-Afro-Brasileiro de Ciências Sociais; Congresso Nórdico de Estudos de Desenvolvimento e Congresso da Associação Germânica de Estudos Africanos, para citar os casos mais recentes.
Com informações da Assessoria do Unitar