Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira
Universidade Brasileira alinhada à integração com os países membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP)

Unilab comemora o Dia da Independência de Moçambique

Data de publicação  25/06/2012, 11:30
Postagem Atualizada há 12 anos
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A Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-brasileira (Unilab) montou uma programação especial nesta segunda-feira, 25, para comemorar o aniversário de 37 anos da Independência de Moçambique. O país fica na África Austral, situado na costa do Oceano Índico, com cerca de 20 milhões de habitantes (2004). Ex-colônia de Portugal, Moçambique se tornou independente no dia 25 de junho de 1975, depois de enfrentar uma guerra que durou 10 anos.

O filme “Eu Sou África” foi exibido

A programação teve início, às 14 horas, com a Acolhida Cultural e exibição do documentário “Eu Sou África”, que relata a trajetória do País, antes de ser colônia de Portugal, independência, a guerra civil e a pacificação. Após o filme, os professores moçambicanos da Unilab, Carlos Subuhana e Luis Tomas Domingos, apresentaram o debate “Moçambique: resistência, luta e libertação”.

Os professores Subuhana e Tomas Domingos

Na apresentação, o professor Subuhana fez uma exposição do processo histórico por qual passou Moçambique até os dias de hoje e destacou que o processo de independência, em 1975, foi resultado de um movimento de resistência que teve início no início da colonização por Portugal e se fortaleceu com a criação da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo). “No seu processo de independência, Moçambique não queria cometer os mesmos erros de outros movimentos de libertação em África. O objetivo era ter uma conquuista completa do território”, diz.

O professor Luis Tomas Domingos explica que durante a colonização pelos portugueses, os africanos eram “assimilados”, processo pelo qual eles eram forçados a assimilar hábitos dos portugueses. “O africano tinha que atender a algumas exigências: ser católico, falar português, e deixar os hábitos africanos. Mas muitos moçambicanos resistiram a isso, muitos líderes da resistência sofriam na pele e não tinham acesso aos bens e à cidade. A luta se enquadra dentro dessa resistência. A libertação para os moçambicanos foi essa resistência. O nosso grito de revolta foi através da guerra”, diz.

Segundo os professores, o exemplo de Moçambique estimulou muitos outros países africanos a se insurgir contra a presença europeia em seus territórios. “Moçambique foi solidário a países como Angola e Guiné Bissau. Já havia uma rede de intelectuais africanos que conheciam a causa da libertação”, diz Domingos.

Para o professor, após 35 anos da independência, os jovens moçambicanos devem se inspirar no papel de integração e união entre os líderes africanos que encamparam a luta pela liberdade para traçar os novos rumos de seus países. “Eu vejo a Unilab como um espaço rico para essa reflexão. A educação, a formação que vocês procuram aqui, a troca de ideias entre vocês, vai permitir que definam o que querem para o futuro de seus países”, defendeu para a plateia de estudantes africanos e do Timor Leste.

A pró-reitora de Graduação, Jacqueline Freire, reforçou que a Unilab, com sua proposta de integração e cooperação solidária entre os países que falam português, pode estimular os estudantes a planejar ações para o desenvolvimento de seus países. “Pensando a África no contexto atual e o que essa realidade nos desafia, temos que pensar o papel da Unilab nesse processo de contribuir na formação de intelectuais”.

A pró-reitora de Pesquisa, Pós-Graduação e Extensão, Stela Meneghel, destacou que embora o Brasil tenha passado por um processo de colonização diferente dos países africanos, ele pode cooperar com o Continente Africano. “A relativa paz no País permitiu a produção de conhecimento, embora ainda pouco se comparado a de países desenvolvidos, mas que pode ajudar os países africanos se a gente trabalhar junto”.

União entre alunos

Ricardo José Sanca, aluno moçambicano matriculado no Curso de Administração Pública, defendeu que os estudantes africanos da Unilab tenham como um incentivo os ideias de unidade e solidariedade que uniram líderes do passado para levar seus países ao desenvolvimento. “Devemos pensar o que devemos fazer como amigos-irmãos para os nossos países, cada um de nós deve refletir sobre o que fazer”, diz.

Edgar Djú: juventude tem papel fundamental

Edgar Djú, também aluno do Curso de Administração Pública, se disse muito emocionado com a data de comemoração da independência de seu país. Ele reconhece que a colonização levou muitas riquezas da África e provocou uma desorganização social e política que ainda persiste, mas destacou que a juventude tem um papel muito importante na orientação dos passos de seus países. “Temos que pensar, enquanto alunos, o que fazer para que a África seja livre e o que nós queremos? Estamos a estudar para o quê?, questionou.

Mairra Badinca defende a união entre os estudantes

Mairra Augusto Badinca, aluna do curso de Letras/Português, concorda que a Unilab pode ter um papel fundamental para a organização e preparação de novos quadros intelectuais dos países africanos. “Devemos nos unir e fazer como nossos expoentes que passaram por muitos sacrifícios para verem a África livre. Devemos pegar a África, o desenvolvimento dela, como o nosso objetivo principal, defende.

Fique por dentro!

Armando Guebuza, presidente de Moçambique

O presidente de Moçambique, Armando Guebuza, destacou nesta segunda-feira, 25 de junho, o 37º aniversário da proclamação da independência do país, a mesma data em que o partido no poder, a Frelimo, comemora o 50º aniversário da sua fundação, visando libertar o país da colonização portuguesa.

“Em 37 anos de independência, conseguimos muito. Nós, moçambicanos, provámos que somos adultos e que sabemos o que queremos, somos capazes de fazer face com sucesso aos desafios”, disse Guebuza durante evento na capital moçambicana. “O nosso desafio imediato é a pobreza, que, apesar de estar a ser vencida, ainda nos coloca um longo caminho a percorrer”, disse o presidente de Moçambique.

Armando Guebuza apelou à população moçambicana para ser paciente em relação aos benefícios dos recursos naturais que o país está a descobrir, frisando que essa riqueza não deve ser factor de divisão, mas de unidade. “Todos nós temos que trabalhar no sentido de valorizar o que está a ser conquistado, não como um fim, mas como um meio para a nossa unidade e não para a nossa divisão”, afirmou.

Com informações do portal África 21 Digital

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