1ª Feira do Cordel do Maciço de Baturité emociona público na Unilab
A lua cheia desta quarta-feira (01) tornou a noite em Redenção ainda mais brilhante. O Campus da Liberdade estava em festa. Além de recepcionar uma comitiva de 120 professores cabo-verdianos, que realizam um curso em Fortaleza, a Unilab foi palco da 1ª Feira do Cordel do Maciço de Baturité. Poetas populares, cordelistas e cantadores de várias regiões do Ceará apresentaram seus trabalhos e emocionaram o público.
No pátio administrativo foi realizada uma exposição dos folhetos e outras obras da literatura de cordel. Estudantes, servidores e a população em geral conferiram a mostra e fizeram questão de adquirir os trabalhos.
Eunice Semedo, professora cabo-verdiana que visitava a Unilab, comprou um folheto para apresentar aos alunos e amigos. “Nós tivemos conhecimento dessa obra literária aqui no Ceará. Achei muito interessante. Com certeza vou apresentar em sala de aula a arte do cordel”, completa Eunice.
A Feira também foi uma oportunidade para os alunos da Unilab conhecerem esse estilo literário. Cássia Medeiros, estudante do Curso de Agronomia, estava entusiasmada com o movimento de artistas e poetas populares. “Ouvir o cordel sendo cantado em prosa e verso é muito mais interessante do que a leitura. É mais emocionante”, destacou a aluna.
A 1ª Feira do Cordel do Maciço de Baturité é uma realização da Unilab, através da Coordenação de Arte e Cultura da Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação e Extensão, em parceira com a Associação de Escritores da Região do Maciço de Baturité (AESCRIBA). O evento contou com a participação de grandes nomes da literatura popular, como Geraldo Amâncio, Klévisson Viana, Tião Simpatia, Zé Maria de Fortaleza, Jesus Sindeaux, Ari Bandeira, Paulo de Tarso, Pádua de Queiroz, Ana Maria Nascimento, entre outros.
Geraldo Amâncio e Zé Maria de Fortaleza cantaram o repente para uma plateia animada. Eles fizeram versos de improviso sobre a noite de festa e arrancaram palmas e boas gargalhadas do público.
No final da apresentação, os poetas agradeceram o carinho e disseram que estavam muito felizes em participar da Feira.
Na exposição realizada no pátio, o público podia comprar as obras e conversar com os artistas. O reitor Paulo Speller foi presenteado com um cordel sobre a Unilab. O poeta Pádua de Queiroz, de Baturité, mostrou no folheto o quanto a liberdade e a igualdade podem tornar uma cidade melhor e que a Unilab é muito importante nesse processo. O reitor agradeceu a homenagem e fez questão de divulgar entre os participantes a iniciativa do escritor.
Klévisson Viana, diretor da Editora Tupinanquim (a única no Ceará a publicar folhetos de cordel na atualidade), disse que estava muito feliz com a iniciativa. Ele acabou de promover, através da Associação de Escritores, Trovadores e Folheteiros do Estado do Ceará – Aestrofe, a 1ª Feira Brasileira do Cordel (17 a 19 de julho, em Fortaleza) e destacou o quanto esse estilo literário vem crescendo em todo o Brasil. “Agora é importante que a população do interior também tenha acesso ao cordel. Eventos como este, aqui na Unilab, valorizam ainda mais o trabalho. Futuramente, a tendência é que a feira se mantenha e cresça ainda mais”, completou Klévisson.
O poeta Tião Simpatia, famoso pelo cordel sobre a Lei Maria da Penha, também participou da Feira. Ele expôs suas obras e se apresentou ao público. Tião aproveitou a noite para lançar um novo cordel, com o tema “voto consciente”. Ele diz que prefere escrever sobre o cotidiano e temas sociais. E foi graças a esse direcionamento que representou o Brasil num grande evento da ONU, na Cidade do Panamá, em 2011, com artistas do mundo todo. Através do seu trabalho, Tião Simpatia também visitou Cabo Verde e São Tomé e Príncipe. “Assim como na África, vejo que aqui na Unilab, o público é muito receptivo à literatura de cordel. A língua nos une e o repente resgata a alegria tão festejada pelo povo brasileiro e africano”, afirmou o poeta.
Para o coordenador de Arte e Cultura da Unilab, Fernando Leão, o evento foi um sucesso. Ele disse que agora a Feira do Cordel já faz parte do calendário de eventos da universidade e, daqui pra frente, é trabalharmos na divulgação para reunirmos mais poetas e um público também cada vez maior.
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