Ex-presidente Lula fala sobre a Unilab para o escritor Mia Couto
Lula, Mia Couto e Luiz Schwarcz, da editora Companhia das Letras, conversaram, no último dia 07, sobre as relações entre Brasil e África. O escritor moçambicano Mia Couto está no Brasil para o lançamento do seu livro “A confissão da leoa”. Durante o encontro, Lula explicou que dois grandes objetivos do seu governo foram fazer com que as pessoas voltassem a se interessar pela África e deixassem de ter preconceito com os países da América Latina. O escritor Mia Couto relatou que 15 anos atrás a África era muito proclamada, mas pouco conhecida, mas que isso mudou muito.
Na ocasião, Lula ressaltou que acredita que o Brasil tem, hoje, a chance de construir relações internacionais diferentes daquelas estabelecidas pelas grandes potências do final do século XIX e início do século XX. Além disso, o ex-presidente falou sobre a Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira e recomendou que o escritor conhecesse a universidade que está localizada em Redenção, no Ceará.
Sobre Mia Couto
Filho de portugueses que emigraram para Moçambique em meados do século XX, Mia nasceu e foi escolarizado na Beira. Com catorze anos de idade, teve alguns poemas publicados no jornal Notícias da Beira e três anos depois, em 1971, mudou-se para a capital de Lourenço Marques (agora Maputo). Iniciou os estudos universitários em medicina, mas abandonou esta área no princípio do terceiro ano, passando a exercer a profissão de jornalista depois do 25 de Abril de 1974.
Além de considerado um dos escritores mais importantes de Moçambique, é o escritor moçambicano mais traduzido. Em muitas das suas obras, Mia Couto tenta recriar a língua portuguesa com uma influência moçambicana, utilizando o léxico de várias regiões do país e produzindo um novo modelo de narrativa africana. Terra Sonâmbula, o seu primeiro romance, publicado em 1992, ganhou o Prémio Nacional de Ficção da Associação dos Escritores Moçambicanos em 1995 e foi considerado um dos doze melhores livros africanos do século XX por um júri criado pela Feira do Livro do Zimbabué.