Parte da programação da Semana dos Alimentos Orgânicos é realizada na Unilab
Na manhã dessa quinta-feira (2), ocorreu no Auditório I do Campus das Auroras da Unilab mais uma etapa da programação da Semana dos Alimentos Orgânicos. A abertura da programação foi feita pelo Reitor Pro Tempore da Unilab, Tomaz Santos, e o professo do Instituto de Desenvolvimento Rural (IDR), Francisco Nildo.
Em sua fala de abertura, Nildo ressaltou o fato de que em breve o IDR estará formando uma primeira turma voltada para agricultura familiar e a produção de alimentos orgânicos, o que é um fato pioneiro no Nordeste.
Em seguida foi formada uma mesa redonda para debater com estudantes e especialistas presentes o tema “Desafio para a Produção Sustentável”. A mesa foi formada pelos engenheiros agrônomos e integrantes da Comissão de Produção Orgânica (CPOrg/CE), Herminio Lima e Adriano Custódio, e as professoras da Unilab, Daniela Queiroz e Joceny Pinheiro, responsável pela mediação.
Em sua palestra, Adriano Custódio apresentou um conjunto normativo básico que certifica, regula e estabelece as diretrizes para a produção de alimento orgânico no Brasil, além de ressaltar as transformações sociais, culturais e econômicas inerentes a este tipo de produção.
“A produção de alimentos orgânicos vai muito além da sua face mais visível que é produzir um alimento saudável, sem o uso de agrotóxico. É também uma forma de transformar a cultura do campo e a sociedade de um modo geral. Porque é um tipo de produção que não vislumbra o lucro pelo lucro, mas que pensa na sustentabilidade ecológica, no respeito nas relações de trabalho, na otimização dos recursos naturais e dos benefícios sociais”, defendeu Custódio.
Atualmente, a produção de alimentos orgânicos representa apenas 1% da produção mundial, ou seja, 99% do que se consome no mundo faz uso maciço de agrotóxicos e de insumos que degradam o meio ambiente.
Segundo Adriano Custódio, apesar de pequeno esse é um nicho de mercado promissor. “A produção de alimento orgânico é ainda um nicho pequeno, mas que vem apresentando, nos últimos cinco anos, um crescimento vertiginoso de 20% ao ano. E isto tem incomodado o mercado de produção de alimento convencional, que detém o capital financeiro e político”, explica Custódio.
Durante a sua palestra, Hermínio Lima fez um comparativo entre o cultivo convencional e o cultivo orgânico, apontando os danos e as limitações desse atual modelo predominante de produção.
“Essa produção convencional, dependente de vários tipos de insumo e que responde por 99% do que é consumido no mundo, faz uso indiscriminado de pesticida que gera alimentos contaminados, deteriora os ecossistemas e danifica e empobrece o solo. Diferente dos produtos orgânicos que geram alimentos sadios e protegem a natureza “, ressaltou Lima.
No período da tarde, a programação segue com a palestra “Produção de alimentos saudáveis – Sítio Vale da Biodiversidade”, que será ministrada por Wagner Pedrosa, integrante da Associação para o Desenvolvimento da Agropecuária Orgânica (ADAO).
A Semana continua
A Semana dos Alimentos Orgânicos, que tem o IDR da Unilab como um dos organizadores, começou no dia 30 de maio e prossegue até o próximo sábado, dia 4 de junho.
O evento, de caráter nacional, é uma promoção da Comissão da Produção Orgânica do Estado do Ceará (CPOrg-CE) e visa popularizar os alimentos orgânicos, tornando-os mais conhecidos entre os consumidores, principal alvo da campanha.
O objetivo, portanto, é fomentar a agricultura orgânica e tornar esta atividade cada vez maior, por meio de ações que visam a esclarecer o que é, como se desenvolve e quais as vantagens de se produzir e de se consumir produtos com essas características.
Segundo os organizadores, a busca por alimentos mais saudáveis tem impulsionado a atividade no Brasil e no Mundo. De acordo com a consultoria Organics Brasil, especializada na avaliação do mercado brasileiro, o consumo de produtos orgânicos cresce, em média, 20% ao ano, considerando-se o período de 2010 a 2015.
Em 2015, o mercado nacional somou 2,5 bilhões de reais, com crescimento de 25% frente a 2014; para 2016, a expectativa é de que o número cresça 30%, ultrapassando os 3 bilhões de reais.
“Deve-se ressalvar que, além da questão da ausência de agrotóxicos nos produtos finais, o conceito legal abrange questões sociais, culturais e ambientais, entre outras, tão importantes quanto as que se referem exclusivamente ao alimento pronto para consumo.
Nessa medida, percebe-se a abrangência deste setor, que deve ser enxergado de forma sistêmica, tendo suporte nas diversas vertentes da seara agrícola, que começam antes da produção e se estendem além da porteira das unidades produtivas”, ressalta a organização da Semana.
(Com informações da assessoria da Semana dos Alimentos Orgânicos).