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Colonialismo, racismo e resistências são temas de palestras na III Semana Universitária

Data de publicação  26/10/2016, 17:03
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Durante a sexta-feira (21), a III Semana Universitária da Unilab apresentou a mesa-redonda “O Brasil da África, a África no Brasil: conversando sobre mitos da democracia racial”, com as professoras Eliane Barbosa e Sueli Saraiva, e a palestra “O racismo de direitos em tempos de linchamento virtual”, com o professor Vitor Pereira.

Na mesa-redonda, as professoras da Unilab, do Instituto de Ciências Sociais Aplicadas (ICSA) e do Instituto de Humanidades e Letras (IHL), respectivamente, debateram o chamado “mito da democracia racial”, como se consolidou, as relações Brasil-África e os diferentes tipos de racismo enfrentados, além das formas de resistência contra os preconceitos.

“Temos ainda uma chaga, que é o mito da democracia racial, que não nos deixa avançar no debate. É preciso observar como surge esse mito e se fortalece, principalmente a partir de Gilberto Freyre”, inicia Sueli Saraiva. A pesquisadora mostra que o sociólogo brasileiro foi contratado pelo governo português na primeira metade do século XX para viajar e fazer pesquisas defendendo o que seria o lusotropicalismo, um “jeito português brando de fazer colonização”, com intenção “civilizatória”.

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Ela explica também que, por outro lado, a literatura se encarregou de denunciar os racismos e injustiças enfrentados por povos africanos, como o fez o autor moçambicano Luis Bernardo Honwana em “Nós matamos o Cão-Tinhoso”. “A literatura diz mais do que aconteceu do que muitos livros de Sociologia como os do Gilberto Freyre”, frisa Sueli.

A palestra também pontuou que houve forte processo de resistência. “Países africanos conquistaram a independência. O termo descolonização se aplica quando a Metrópole simplesmente retrocede na colonização, mas os países africanos lutaram pela independência”, salienta a pesquisadora.

Já a professora Eliane Barbosa trouxe para o debate as relações que o Brasil estabelece com países africanos e o racismo à brasileira, somado a questões de gênero e classe, como as que aborda em seu artigo “Mulher negra em terra de homem branco: conversando sobre mitos da democracia racial”. Ela tratou também sobre as relações com o continente africano estabelecidas ou regredidas pelos sucessivos governos presidenciais do Brasil.
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Racismo de direitos

Pela noite, o público conferiu a palestra “O racismo de direitos em tempos de linchamento virtual”, do professor do IHL, Vitor Pereira. O pesquisador discutiu ideias naturalizadas na sociedade capitalista, apontando como se forjaram e quais as suas perspectivas de desconstrução.

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O docente trabalhou com o conceito de biopolítica, do filósofo francês Michel Foucault, para explicar como o Estado detém o poder de “fazer viver e deixar morrer”, como seleciona as populações e como não se configura como assegurador de liberdades, mas detém o poder sobre a vida dos cidadãos. Segundo o professor, indivíduos que ousam lutar contra a ordem estabelecida são taxados como desviantes e criminosos.

BOTAO-AVALIE

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