Reitor participa de reuniões em Brasília sobre curso de Medicina da Unilab e obras inacabadas
O reitor da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), Roque Albuquerque, cumpriu intensa agenda de reuniões em Brasília/DF durante a semana. As pautas giraram em torno da instalação do curso de Medicina da universidade, obras inacabadas e contingenciamento de recursos, entre outras.
Em reunião com o coordenador da Comissão de Avaliação e Acompanhamento dos Cursos de Medicina (Camem), Sérgio Henrique Santos, Albuquerque pediu celeridade na avaliação das condições para instalação do curso de Medicina na universidade. Presente à ocasião, o médico e deputado federal pelo Ceará Jaziel Pereira (PL) solicitou uma alternativa para a visita ao local, já que desde março de 2020, com a pandemia de Covid-19, a visita vem sendo adiada. Ficou definido que o coordenador da Camem e o reitor participarão da próxima reunião da comissão para os últimos encaminhamentos acerca da visita.
O curso de Medicina da Unilab é uma demanda que vem sendo abraçada pelas cidades da região do Maciço de Baturité e prefeitos. Recentemente, a Reitoria participou de reunião promovida e mediada pelo prefeito de Redenção e presidente da Associação dos Municípios do Maciço de Baturité (AMAB), David Benevides.
De acordo com a Camem, uma limitação à esperada instalação do curso seria a falta de um equipamento de saúde para auxiliar na formação dos estudantes, o que começou a ser sanado com a implantação do Centro de Assistência Integrada à Saúde (Cais/Unilab). Há ainda o projeto do governo do Estado do Ceará de construir o Hospital Polo do Maciço de Baturité, o que seria um grande impulso ao curso de Medicina da Unilab.
A reunião tratou ainda da dupla diplomação. O reitor terá novo encontro com a Camem para debater detalhes do tema.
Obras inacabadas
Na última quinta-feira (10), o reitor se reuniu com o ministro da Educação, Milton Ribeiro, e o secretário da Secretaria de Educação Superior (Sesu/MEC), Wagner Vilas Boas, para tratar das obras inacabadas na universidade e da necessidade de urbanização em todos os campi.
“Em um contexto de contingenciamento de recursos e de corte nas universidades, as universidades novas e novíssimas são as que mais sofrem, visto que possuem campi com extrema necessidade de investimento. Atualmente, nenhum dos campi da Unilab conta com urbanização. No caso do Campus dos Malês/BA, nem sequer tem seus anexos prontos pra aulas”, explicitou o reitor.
Também abordou-se o tema das residências universitárias da Unilab, cuja obra está em fase de conclusão, porém, ainda necessita de urbanização para que haja condições de acesso ao local. “Infelizmente, construíram em uma encosta. Isso aumenta o custo, pois a universidade terá que desembolsar mais quase R$200 mil por ano somente para monitoramento de encosta”, pontuou.
A Reitoria já contratou uma equipe de geólogos para fazer um parecer de segurança. “Não colocaria nossos alunos em um lugar sem um parecer oficial de equipe ampla de pessoas que nos apresentem um laudo técnico de segurança de solo, abalos sísmicos e risco de desabamento”, sublinhou.
Orçamento
De acordo com Roque Albuquerque, há previsão de injetar mais de R$25 milhões de recursos descentralizados – destinados para fins externos à Unilab, mas executados via universidade, dando oportunidades a pesquisadores e alunos de participarem. Os primeiros recursos advêm do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e o Instituto de Desenvolvimento Rural da Unilab (IDR) coordenará as ações na área de agricultura familiar e empreendedorismo rural, por exemplo. Bahia e Ceará participarão das ações, que envolverão os vários institutos.
Ações e debates sociais
O reitor da Unilab dialogou com o ministro da Cidadania, João Roma, com o objetivo de apresentar projetos na área de ações e debates sociais. Albuquerque solicitou ao ministro apoio na criação de um centro esportivo para estudantes da Unilab. “É preciso uma área de esportes e lazer na universidade. Nossos estudantes precisam de um espaço que promova uma unidade e que pode servir ainda de lugar de eventos”, declarou.
Já com o secretário especial da Cultura, Mário Frias, o reitor tratou do projeto, em andamento, de criação de um centro cultural da Unilab. A Secretaria Especial de Cultura tem apoiado a iniciativa e Albuquerque destacou a importância do futuro centro cultural para a área na região do Maciço de Baturité/CE.
Etnia cigana
Albuquerque participou ainda de reunião com a Secretaria Nacional de Políticas da Igualdade Racial (SNPIR) e o Instituto Cigano do Brasil (ICB) para discutir ações visando a diminuição das desigualdades no Brasil. Parceiro da Unilab, o ICB tem recebido apoio na luta pelo povo cigano. “Estamos no Brasil há séculos. Somos uma etnia e não uma religião. Ficamos invisíveis por muitos anos com medo de preconceito e racismo, mas já passou da hora de o Estado olhar para nós e pensar em políticas públicas que transformem vidas humanas e preciosas. Pela primeira vez, o povo cigano ocupa espaços nos conselhos de direitos humanos (6 conselheiros ciganos)”, defendeu o reitor, que, na ocasião, recebeu uma homenagem do grupo por sua atuação na luta contra a desigualdade social.