A Organização dos Professores Indígenas do Ceará (Oprince), entidade representativa dos professores e professoras indígenas do estado, convidou a Unilab para participar da VII ASSEMBLEIA ESTADUAL DOS PROFESSORES E PROFESSORAS INDÍGENAS DO CEARÁ que ocorreu na terra indígena Jenipapo-Kanindé da Lagoa Encantada, no município de Aquiraz-CE, nos dias 20, 21,22 e 23 de setembro de 2023.

A Assembleia Estadual é um dos encontros mais importantes para a educação indígena presente nos 15 povos do estado do Ceará, sendo um espaço dedicado à realização de debates sobre a educação diferenciada indígena, bem como as pautas referentes ao fortalecimento de sua organização e tendo como foco da sétima edição a temática “Educação Escolar Indígena: Identidade, Currículo e Território”.

Fonte: Chefia de gabinete – Unilab

Na noite do dia 20 de setembro de 2023, a Vice-Reitora, Profa. Cláudia Ramos Carioca, participou da mesa de abertura que aconteceu na Escola Indígena Jenipapo-Kanindé (Eijk). A abertura foi feita pela indígena Maria de Lourdes da Conceição Alves, conhecida como Cacique Pequena, que é considerada a primeira mulher cacique do Brasil. Em suas palavras, evidenciou seu papel de “guardiã da memória, mestre da cultura, doutora da mata e professora”.

Na tarde do dia 21 de setembro de 2023, a Unilab representada pela professora Cláudia Ramos Carioca, participou da mesa de debate intitulada “Formação continuada para professores indígenas, Licenciatura, Curso saberes indígenas nas escolas, Curso preparatório para o concurso indígena”, junto com os professores Ana Cláudia Uchoa Araújo (IFCE) e Carlos Kleber Saraiva (UFC) e mediada pela professora Glaubiana Jenipapo-Kanindé (Presidenta da Associação das Mulheres Indígenas Jenipapo-Kanindé – AMLJK – e professora na Escola Indígena Jenipapo-Kanindé – EIJK). Na ocasião, a professora Cláudia Carioca destacou o papel da Unilab como protagonista na oferta de vagas específicas para o ingresso de indígenas no Ensino Superior, além de salientar a execução exitosa do projeto Clube da Inclusão Escolar na comunidade indígena Kanindé de Aratuba-CE e na comunidade quilombola da Serra do Evaristo de Baturité-CE, ainda polemizou acerca da metodologia de avaliação para o ingresso de indígenas no Ensino Superior e pediu a união de todos os 15 povos indígenas do Ceará com as instituições de ensino superior do Ceará para lutarem juntos por uma política de estado permanente e sustentável para a assistência estudantil.

A aldeia Jenipapo-Kanindé é conhecida como “a aldeia das três caciques”: a liderança cacique Pequena e suas filhas, Cacique Jurema (Maria da Conceição, ou “Bida”) e Cacique Irê (Juliana Alves, atual titular da inédita Secretaria dos Povos Indígenas do Governo do Ceará – Sepince). E foi pela luta histórica de Pequena e outros membros do povo que a comunidade recebeu luz elétrica, estrada de terra, escola, posto de saúde e centro de assistência social. Porém, a maior demanda ainda hoje, além do maior sonho de Pequena, é ver a terra totalmente demarcada e registrada “no papel”.