Livro fruto de especialização da Unilab é lançado em Capistrano, no Maciço de Baturité
Livro “Metodologias Interdisciplinares e Interculturais para o Ensino Fundamental e Médio”, fruto da Especialização em Metodologias Interdisciplinares e Interculturais para o Ensino Fundamental e Médio, foi lançado no último dia 10
No último dia 10 de novembro ocorreu, em Capistrano/CE, o lançamento do livro “Metodologias Interdisciplinares e Interculturais para o Ensino Fundamental e Médio”, fruto da Especialização em Metodologias Interdisciplinares e Interculturais para o Ensino Fundamental e Médio, promovida pela Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab).
O curso formou 86 especialistas oriundos de Baturité, Boa Viagem, Canindé, Capistrano, Madalena e Redenção, no Ceará, e São Francisco do Conde, na Bahia, tendo ocorrido entre agosto 2020 e fevereiro de 2022, a distância, financiado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
A publicação traz os resultados teórico-práticos do curso de especialização, que expressam o propósito da Unilab de contribuir, em seu projeto de interiorização, com a melhoria do ensino e da aprendizagem na educação básica do interior do estado. “Este é o caminho diferenciado que oferece a universidade para a formação de professores, atendendo às particularidades e necessidades do Maciço de Baturité no campo da Educação Básica”, explica o coordenador do curso e um dos organizadores do livro, Luis Bedoya, reforçando que o curso é uma contribuição efetiva da Unilab para melhorar o ensino e aprendizagem da região em perspectiva interdisciplinar e intercultural, com protagonismo de professores e estudantes.
A professora Geranilde Costa e Silva, organizadora do livro junto com Luis Bedoya, ressalta que o trabalho de conclusão de curso dos discentes foi um processo de intervenção em sala de aula e posterior relatório, que se transformou em artigo do livro. Dessa forma, a publicação traz relatos de experiências em sala de aula e também propostas de intervenções interdisciplinares e interculturais.
“Trabalhei, no início da minha trajetória profissional, com estudantes do Fundamental I, no município de Fortaleza, e apresentava os conteúdos também aos pais, integrando a escola à comunidade. Trabalhar de modo interdisciplinar é um modo de conceber a vida, em que geralmente está tudo junto. A escola acolheu a proposta”, relata.
Marília Souza é natural de Aratuba e professora no município de Capistrano. A docente publicou o artigo “Histórias africanas e afro-brasileiras na escola: uma experiência interdisciplinar e intercultural”, em coautoria com Geranilde Costa e Silva. “A minha prática foi aplicada aqui em Capistrano, na Escola Francisco Mendes. Tive a oportunidade de trabalhar com as crianças o gênero textual conto. As nossas crianças estão acostumadas com contos de fadas e não conseguem se identificar com as personagens, tanto com relação às características físicas quanto às vivências. Então, selecionamos contos africanos e afro-brasileiros que fossem ao encontro das vivências dos nossos educandos, que eles pudessem também vivenciar algo diferente dos contos de fadas. Depois, as crianças passaram a ir à biblioteca em busca de outros contos e compartilhavam comigo o que estavam encontrando”, comentou. Marília também acrescentou que os contos foram trabalhados nas disciplinas de Matemática, Língua Portuguesa, Arte, História, Geografia e Ciências. “E deu certo. Contação de histórias, desafios de matemática que se relacionavam ao conto trabalhado, pesquisa sobre o continente africano”, exemplificou as possibilidades.
O docente Israel Viana publicou o artigo “Reconhecendo o racismo e suas implicações na EEM Frei Policarpo, em Canindé (CE)”, junto com Luis Eduardo Torres Bedoya. “Os nossos currículos são muito eurocêntricos, raramente trazemos autores africanos, então muitos alunos sequer conhecem essa riqueza. Nosso projeto é fazer os alunos perceberem que nós devemos, enquanto país, muito do que nós somos aos povos africanos”, disse.
O presidente do Conselho Municipal de Educação de Capistrano, José Cavalcante, agradeceu o diálogo com a Unilab. “A universidade está de portas abertas para o município de Capistrano e eu fico feliz, porque nós precisamos ampliar os diálogos em prol de melhorias na educação”, afirmou.