Professoras da Unilab vencem prêmios e protagonizam ciência e cultura
As professoras Rutte Andrade e Ana Carolina Costa, da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), receberam, respectivamente, o Prêmio Humanitário Pan-Africano de Excelência em Pesquisa e Impacto Social e o Prêmio Kwanzaa de Teses 2023.
As premiações colocam em foco professoras universitárias negras protagonizando a ciência e cultura na Unilab e no Brasil.
A cabo-verdiana Rutte Andrade, lotada no Campus dos Malês, em São Francisco do Conde/BA, venceu o Prêmio Humanitário Pan-Africano de Excelência em Pesquisa e Impacto Social, na 8.ª Edição da Gala “Pan-African Humanitarian – Summit & Awards 2023”, que decorreu este ano no Senegal, de 24 a 26 de novembro. A premiação foi entregue ao lado de outras entidades políticas e culturais dos diferentes países africanos e das diásporas que têm contribuído no processo de transformação.
A docente destacou a alegria com que recebe a homenagem e reconhecimento ao seu trabalho, que mescla lutas e resistências contra o racismo estrutural e o patriarcado. “Minha gratidão à nossa ancestralidade pelos valores e princípios pelos quais nos guiamos nesta encruzilhada. Às mulheres ‘africana’ com as quais compartilhamos a mesma origem, as condições e os mesmos objetivos, minha reverência e gratidão”, disse.
Já Ana Carolina Costa recebeu o Prêmio Kwanzaa de Teses 2023, uma ação promovida pelo grupo de pesquisa Áfricas: Sociedade, política e cultura (UERJ-PUC-Rio) e pelo selo editorial Edições Áfricas, em parceria com a editora Autografia / Rio de Janeiro (RJ), premiando pesquisadores negros brasileiros que têm se comprometido com a produção científica e o combate às diferentes formas de racismo epistêmico no Brasil. A tese premiada intitula-se “Sujeito-Coletivo, uma fronteira para o capitalismo: entrelaçando cosmologia, perseguição e política agrária no Benim”, resultante de seu doutoramento no Programa de Antropologia Social da Universidade de Brasília (UnB).
Conheça Rutte Andrade e Ana Carolina Costa
Rutte Tavares Cardoso Andrade é cabo-verdiana, escritora e professora do Instituto de Humanidades e Letras (IHL/Unilab), Campus dos Malês, lecionando nos cursos de Licenciatura em Pedagogia e Bacharelado Interdisciplinar em Humanidades. Também leciona nos Cursos de Pós-Graduação/Mestrado em Pedagogia e Graduação em Ciências da Educação, da Universidade de Santiago, em Cabo Verde. Possui Doutorado em Ciências Sociais, pela Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas. Coordenadora o Grupo Cultural Kabaz Garandi: músicas e danças tradicionais da Guiné-Bissau no Recôncavo da Bahia e o Centro de Estudos “Africana” (CEA-Unilab). É membro do Conselho para o Desenvolvimento de Pesquisa em Ciências Sociais em África (Codersia), da Afrocentricity International e da Associação Brasileira de Pesquisadores Negro, ABPN.
Ana Carolina de Oliveira Costa é doutora em Antropologia Social pela Universidade de Brasília com doutorado sanduíche pela Université d’Abomey- Calavi (2018-2019), ambos como bolsista Capes. Possui pesquisa sobre história-política, produção e circulação de conhecimento a partir do continente africano; capitalismo e marxismo racial; bruxaria, culto aos Vodun e aos Mortos no Benin. Mestre em Antropologia Social pela Universidade de Brasília, graduada em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, com pesquisa sobre oralidades, narrativas míticas e transmissão de conhecimentos dentro de casas de candomblés em Belo Horizonte. É professora no Instituto de Humanidades da Unilab. Tem interesse nas temáticas estudos africanos, teorias antropológicas, circulação e produção de conhecimento no/do continente africano, antropologia da religião e antropologia econômica e política. Participou da École Doctorale des Ateliers de la Pensée de Dakar em 2019, coordenado por Achille Mbembe e Felwine Sarr. Pesquisadora associada a Chaire Islam contemporain en Afrique de l’Ouest (Chaire ICAO), na Université du Québec à Montréal.