Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira
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Ato/debate sobre memórias de ex-presos políticos após golpe militar acontece dia 21/03, no auditório do campus da Liberdade

Data de publicação  11/03/2024, 09:33
Postagem Atualizada há 9 meses
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No dia 21 de março, no auditório do campus da Liberdade/CE da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), acontece um ato/debate com o tema “Para não esquecer, para não perdoar: memórias de ex-presos políticos 60 anos após o Golpe Civil-Militar”. O evento é uma atividade de encerramento da terceira edição do Programa Residência Pedagógica (PRP) e é realizado pelo subprojeto História /CE da Unilab. Participam como palestrantes Helena Serra Azul e José Machado Bezerra, ambos ex-presos políticos no período ditatorial.

O ato terá dois momentos. O primeiro acontecerá às 14h e será destinado aos estudantes das escolas-campo EEF Padre Antônio Crisóstomo do Vale e EMEF Maria Augusta Russo dos Santos, instituições em que o PRP, subprojeto História-CE atua. Já o segundo momento do ato/debate terá início às 19h e será destinado ao público da Unilab, como estudantes do curso de História e a quem mais possa interessar. Nos dois instantes da programação, tanto José Machado Bezerra como Helena Serra Azul estarão presentes.

Segundo o docente Roberto Franco, relembrar o Golpe Civil-Militar, seu produto final, que foram os anos de chumbo, e as violências que este período gerou é um forma de resistir às barbáries do passado e também às que ainda insistem em ficar no presente, como as tentativas da extrema-direita de minar a democracia brasileira. “Ainda há muito a se lutar, principalmente em favor dos historicamente oprimidos pelo sistema capitalista, contudo, a liberdade democrática, roubada pela Ditadura Civil-Militar, é algo inegociável nos nossos tempos”, aponta.

Ainda segundo o docente, as prisões arbitrárias, torturas, perseguições, censura e o esbulho da democracia pelo Regime Militar são fatos que jamais podem ser esquecidos, muitos menos perdoados.”É por isto que no mês em que o golpe de 1964 completa 60 anos, vemos a necessidade de ter um ato/debate como este, onde ex-presos políticos irão falar acerca dos momentos difíceis que passaram nas mãos da Ditadura Militar, mas, para além disto, também abordarão as resistências que fizeram ao regime”, explica.

Palestrantes

Helena Serra Azul é cearense, símbolo de resistência à Ditadura Militar. Ela é médica, professora universitária aposentada e defensora da Saúde Pública (SUS). Helena ingressou na Universidade Federal do Ceará (UFC) no final dos anos 60, quando começou a participar do grupo de Ação Popular, responsável por tomar à frente de toda manifestação contra a ditadura militar naquela década. Em 1968, a médica foi presa pelo Regime Militar quando estava com apenas dois meses de gravidez. Mesmo gestante, a cearense foi torturada no cárcere, onde deu à luz a seu filho, Manuel.

José Machado Bezerra é natural de Camocim, estado do Ceará. Bezerra é professor aposentado da Universidade Federal do Ceará (UFC) e foi um ex-preso político e anistiado. O professor foi preso várias vezes pelos militares. A tortura era algo que sempre estava presente nessas prisões. A primeira vez que o anistiado foi colocado no cárcere foi justamente no ano de 1968, a época mais brutal da Ditadura, dada a promulgação do Ato Institucional nº 5.

 

 

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