Campus dos Malês celebra formatura de 68 graduados, de 6 cursos
A cerimônia de colação de grau aconteceu na última quinta-feira (18/07), na Secretaria de Educação de São Francisco do Conde
No total, 68 estudantes de 6 cursos do campus dos Malês da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab) concluem uma etapa de suas vidas e iniciam um novo ciclo, a partir da formatura nos cursos de Ciências Sociais (5); História (4); Humanidades (42); Letras-Língua Portuguesa (5) ; Pedagogia (11); e Relações Internacionais (1). A cerimônia de colação de grau do período 2023.2 aconteceu na última quinta-feira (18/07), no auditório da Secretaria de Educação de São Francisco do Conde (BA), município onde localiza-se o campus dos Malês.
Desafios e (re)construções
A representante do curso de licenciatura em Ciências Sociais Malena Santos Pereira, em seu discurso, apontou os desafios enfrentados durante a graduação, que incluiu o enfrentamento de uma pandemia, além de construções e desconstruções individuais e coletivas.
“Ao término dessa jornada, não apenas nos transformamos, mas também influenciamos de maneira positiva as pessoas ao nosso redor. Nossa mudança individual pode inspirar e orientar outros em suas próprias trajetórias de vida. Mudar nunca será fácil, porém a desconstrução oportuniza a reconstrução, destruir para construir”, afirmou a formanda.
Os desafios apresentados na jornada de graduação também foram apontados pela graduanda do bacharelado do curso de Humanidades Rosita Barbosa, que destacou a resiliência desta turma formanda. Barbosa também mencionou no seu discurso a importância da formação da Unilab, com ênfase no pluralismo cultural, e ainda apontou para o compromisso dos formandos na promoção de justiça, igualdade, dignidade humana, respeito e diálogo.
“Estudar Humanidades significa mergulhar nas complexidades da condição humana, questionar estruturas e narrativas estabelecidas e desenvolver um olhar crítico sobre o mundo ao nosso redor. É aprender sobre as riquezas das culturas, as profundezas das filosofias, as variações das línguas e as histórias que moldaram e continuam a moldar nossa sociedade. Este conhecimento é um poderoso instrumento de transformação, e é a nossa responsabilidade saber utilizá-lo com sabedoria e empatia. Nossa formação na Unilab nos proporcionou um momento único, onde a diversidade cultural e a interculturalidade são pilares fundamentais”, afirmou Barbosa.
Responsabilidades e formação
A oradora do curso de Licenciatura em Letras – Língua Portuguesa Angela Nanque, em seu discurso, salientou as vivências compartilhadas e os aprendizados que tiveram ao longo da jornada na Unilab e, também, sobre as caminhadas futuras. “Formandos e formandas, nunca desistam e nem tenham medo de falhar. Lembremo-nos de que uma pontuação não nos define, mas lembremo-nos, também, de assumir as nossas responsabilidades e decisões”, afirmou.
Como apontou Nhanque, são responsabilidades que incluem levar adiante uma perspectiva de uma sociedade mais justa. “A maioria já escolheu profissões que querem seguir pelo resto da sua vida e eu só espero que todos nós consigamos fazer alguma diferença nessa vida terrena de muitas injustiças e impunidades em prol de uma sociedade mais equitativa e sensível às diferenças”, disse a graduanda.
A oradora do curso de Licenciatura em Pedagogia Paloma Bonfim, assim como demais oradores, agradeceu aos docentes pela formação, trocas e aprendizados que esses novos profissionais irão levar a outros espaços.
“Em uma sala de aula, entramos em contato com várias histórias, contextos e diferentes modos de vida, que fazem com que a gente perceba a pluralidade que pode existir em um mesmo lugar e, nesse ponto, a Unilab se faz presente em os nossos pensamentos e ações como educadores, principalmente por nos fazer enxergar e compreender que há Pedagogia além do tradicional eurocêntrico, e que o currículo afrocentrado é possível e que podemos, sim, adaptá-lo ao nosso cotidiano de chão de sala no intuito de mostrarmos aos nossos alunos uma educação mais diversa e justa”, destacou Bonfim.
O orador do curso de Bacharelado em Relações Internacionais, Lucas Kaunda, relembrou dos sonhos que os estudantes carregaram ao acessarem a universidade e as expectativas que trouxeram junto com esse início de jornada de graduação. “Há alguns anos, chegamos a esta universidade carregados de sonhos, expectativas e um desejo fervoroso de entender o mundo ao nosso redor. Escolhemos Relações Internacionais porque acreditamos na importância de construir pontes entre nações, de promover o diálogo e de buscar soluções pacíficas para os desafios globais”, afirmou o graduando.
Sonhos que esses novos profissionais levam agora em uma nova etapa de vida, com desafios e valores (re)construídos. “Hoje, ao recebermos nossos diplomas, não estamos apenas celebrando o fim de uma etapa, mas o início de uma nova jornada. Estamos prontos para aplicar o conhecimento adquirido, para enfrentar os desafios com coragem e para agir com responsabilidade e empatia. Estamos prontos para ser agentes de mudança, para promover a paz e a cooperação em um mundo que tanto precisa”, apontou Kaunda.
O reitor da Unilab Roque Albuquerque destacou, durante a solenidade de colação de grau, as barreiras e desafios enfrentados pelos estudantes, que incluem mudança cultural, diferenças acadêmicas e sistemas educacionais, além da distância de familiares e amigos.
Ele também apontou para a importância do equilíbrio entre estudos e vida social. Albuquerque lembrou dos esforços coletivos para a realização da segunda edição da Copa da Integração no Ceará, com participação também de estudantes da Bahia, promovendo, assim, intercâmbio entre os discentes.
A diretora Mírian Reis trouxe em seu discurso uma história popular de um jovem em busca por conselhos sobre como obter uma vida boa e feliz com uma mestra sábia que, por sua vez, o orientou a seguir caminhando para alcançar uma utopia. Esse jovem percorreu muitos caminhos, encontrou pessoas, constituiu família, conheceu amigos e sofreu perdas. Reis aponta que, nessa história, o jovem, no reencontro com a mestra, relata que, quando sentia que se aproximava da utopia, alguma coisa acontecia para que ele precisasse desviar-se de sua rota, o que o levou a pensar que não tinha encontrado esse “lugar” da utopia. E obteve essa resposta: “a utopia era o que te motivava a caminhar; o sonho era o que te motivava a seguir adiante”.
A diretora fez um paralelo dessa história com a trajetória e momento dos estudantes graduandos, que estão em busca por caminhos a trilhar. Ela aponta para a importância desses graduandos lembrarem de seguirem acreditando nos sonhos, não esmorecerem-se diante dos desafios e continuarem na caminhada da busca por utopia, tal como na história relatada. Reis também fez outro paralelo dessa história com o atual momento do campus dos Malês/Unilab, que sonha em ter um curso de Medicina. A diretora lembrou que esteve reunida durante a semana com uma Comissão de Acompanhamento e Monitoramento das Escolas Médicas, que prestam orientações para que hajam avanços nas tratativas da implementação do curso no campus baiano da Unilab.
Mesa
Estiveram presentes na mesa de colação de grau o reitor da Unilab Roque Albuquerque; o pró-reitor de Graduação Thiago Araújo; a diretora do Instituto de Humanidades e Letras do campus dos Malês Eliane da Costa; a diretora do vampus dos Malês Mirian Reis; a coordenadora do curso de bacharelado em Humanidades Carla Martins; o coordenador do curso de Relações Internacionais Ercilio Langa; a coordenadora interina do curso de Letras – Língua Portuguesa Ludmylla Lima; a coordenadora do curso de História Juliana Farias; a representante da coordenação do curso de Pedagogia Claudilene da Silva; e o coordenador do curso de Ciências Sociais Márcio dos Santos.