Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira
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Docente da Unilab participa de estudo com patente sobre compostos químicos para tratamento de ansiedade

Data de publicação  20/09/2024, 12:48
Postagem Atualizada há 2 semanas
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Uma pesquisa com abordagem inovadora para o tratamento da ansiedade – com participação do docente da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), Aluísio Marques da Fonseca – está sendo desenvolvida, em âmbito interinstitucional, já com uma patente no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).

Os pesquisadores do Grupo de Materiais Fotônicos (GMF) da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), em parceria com as universidades da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), Estadual Vale do Acaraú (UVA), Estadual do Ceará (UECE) e Estadual de Santa Cruz (UESC), desenvolveram e patentearam no INPI uma invenção chamada “Obtenção dos complexos de coordenação de Európio (Eu³⁺) e Térbio (Tb³⁺) combinados com ligantes β-dicetonatos, sulfóxidos, fármacos e naftoquinonas com finalidade ansiolítica”.  A patente requer inovação, inventividade e aplicação industrial.

Desenvolvimento da pesquisa

A pesquisa teve início em 2023, no período ainda sob efeitos da pandemia de COVID-19, quando houve aumento do número de pessoas com ansiedade e o consumo de ansiolíticos no país cresceu 10% entre 2019 e 2022. Diante da necessidade de explorar novas abordagens terapêuticas e em resposta a essa demanda, a pesquisa concentrou-se em compostos inovadores, que ainda são pouco explorados nesse contexto.

O estudo começou com simulações computacionais para prever interações dos compostos com proteínas associadas à ansiedade. Após os modelos teóricos, foram realizados experimentos práticos, incluindo a síntese dos compostos e testes em zebrafish (Danio rerio), um modelo amplamente utilizado em estudos comportamentais e toxicológicos.

Os cientistas produziram nove materiais diferentes, posteriormente caracterizados por meio de técnicas como espectroscopia de infravermelho, análise elementar, fotoluminescência e absorção eletrônica. Após a caracterização, foram realizados estudos in silico (simulações computacionais) e in vivo (testes em animais).

Nova classe de fármacos

Segundo o professor da Unilab Aluísio Marques da Fonseca, os medicamentos convencionais usados atualmente podem causar dependência e estão associados a alguns efeitos adversos com cansaço, sonolência, confusão mental, relaxamento muscular e tremor nas mãos. “Nossa proposta é desenvolver uma alternativa que minimize esses efeitos, oferecendo uma opção mais segura em relação aos benzodiazepínicos tradicionais”, explica.

Ainda segundo o docente, a descoberta dos pesquisadores representa uma nova classe de fármacos, que oferece uma alternativa química e econômica para o desenvolvimento de medicamentos. Ness sentido, a pesquisa visa reduzir a citotoxicidade dos metais e ligantes usados. Embora os resultados sejam promissores, conforme explica Fonseca, a pesquisa ainda está em fase inicial, de testes.

“Estamos atualmente na etapa de otimização. Para que um medicamento chegue ao mercado, ele passa por diversas fases rigorosas, mas nosso foco principal é a inovação: o uso de um complexo inorgânico que apresenta baixa toxicidade para o organismo humano”, contextualiza Fonseca. O próximo passo é, além de  otimizar o processo de síntese, buscar parcerias com a indústria farmacêutica para dar continuidade ao desenvolvimento.

Pesquisa interinstitucional

Esta pesquisa tem sido desenvolvida por meio de parcerias, no âmbito interinstitucional, com uma equipe composta pelos professores e pesquisadores Jorge Fernando Silva de Menezes (UFRB), Hélcio Silva dos Santos (UVA), Aluísio Marques da Fonseca (ICEN/Unilab), Emmanuel Silva Marinho, Maria Kueirislene Amâncio Ferreira e Jane Eire Silva Alencar de Menezes (UECE), além do mestrando Andrei Marcelino Sá Pires Silva (UESC).

“É sempre bom poder colaborar com colegas de outras instituições e encaro isso como desafios na minha trajetória como pesquisador da Unilab. Como atuo na área de Bioinformática e Simulação Computacional, minha função foi apresentar uma proposta de mecanismo de ação do fármaco com as proteínas responsáveis pela ansiedade”, aponta o professor  da Unilab Aluísio Marques da Fonseca.

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