Boas-vindas aos estudantes, apresentação dos setores e cursos marcam início do Samba no campus dos Malês, evento que segue até dia 06/08; confira a programação

Os estudantes guineenses Aisatu Buaró (Relações Internacionais) e Valdir Baptista (Humanidades) atravessaram o Atlântico em busca de uma formação que os levassem ao sonho de tornarem-se, no futuro, docentes universitários. Eles, assim como os demais colegas calouros do semestre 2025.2, participam do Seminário de Ambientação Acadêmica (Samba), cuja finalidade é ofertar informações sobre os cursos, setores, auxílios, serviços ofertados, além de ser um espaço de trocas entre os estudantes. O Samba deste semestre iniciou no 04 de agosto e vai até o dia 6 de agosto.
> Programação atualizada do Samba na Bahia

A estudante guineense de Relações Internacionais Aisatu da Costa Buaró saiu de Bissau, para desembarcar na Bahia, carregando saudades e metas. “Foi difícil deixar minha mãe, mas ela disse ´vai atrás de seu sonho, você quer estudar'”, relata. Ela conta que veio à Unilab por questões financeiras, já que não teria como arcar uma universidade paga no seu país de origem. “Quero fazer doutorado, voltar ao meu país para dar minha contribuição, sendo professora universitária”, conta.
A travessia do Atlântico também foi feita pelo também discente guineense Valdir Baptista, calouro do curso de Humanidades. Assim como a colega Aisatu Buaró, ele sonha em seguir na carreira acadêmica. “Sonho em fazer mestrado, me tornar professor universitário e pedagogo”, aponta. Ele conta também das dificuldades de deixar o país e suas raízes. “Percorri muita coisa, pensei em desistir, mas como foquei no meu objetivo, que é estudar, decidi vir pra cá [na Unilab]”, disse. O estudante acredita que na Unilab terá condições de não só de realizar o sonho de percorrer uma trajetória acadêmica, como também de conviver em um ambiente de multiculturalidade. “A gente tenta compreender as culturas de outros países para tentar se relacionar. Estar em ambiente multicultural é bom para interagir com pessoas e culturas diferentes também”, disse.
Boas-vindas

As boas-vindas aos estudantes aconteceram a partir de uma mesa composta por representantes da Direção do campus dos Malês, da Reitoria, do Instituto de Humanidades e Letras e das coordenação de cursos. “Vocês estão adentrando numa universidade que é fruto de um sonho do movimento negro, da classe trabalhadora desse país, é fruto do desejo que nós, desde muito tempo atrás, desejamos ter uma universidade que tenha exatamente os rostos que nós vemos aqui. Em nome desse sonho e desse desejo, sejam muito bem-vindos, bem vindas”, afirmou a vice-reitora da Unilab, Eliane Gonçalves. Ela contextualiza a Unilab, aos novos discentes, como uma universidade ainda em fase de consolidação. “Nós não podemos ser só discurso. Temos lutado para que nossa universidade se consolide com esse sonho e desejo de ser uma universidade de reparação histórica”, disse.

A diretora do campus dos Malês Mírian Reis também deu boas-vindas aos novos estudantes e agradeceu a escolha pela Unilab/Campus dos Malês, no ciclo de graduação universitária, e por compartilharem o sonho com membros da universidade. Ela agradeceu ainda às familias dos discentes. “Sei que estar aqui é parte de um sonho muito maior. Não é um sonho de cada um e cada uma apenas. Sabemos o esforço que as famílias fazem para garantir uma passagem aérea, que é muito cara, e para garantir as condições emocionais para vocês enfrentarem essa travessia”, afirmou. Reis também explicou a função que cabe à Direção do campus dos Malês, que cuida dos aspectos administrativos, e também exerce o papel de representação, divulgação e articulação com outros atores, que podem trazer projetos de pesquisa e extensão, para o fortalecimento da universidade. A diretora também incentivou os estudantes a participarem dos eventos e atividades dentro da instituição, que fazem parte do processo formativo.

Também estiveram no momento de boas-vindas – compondo a mesa de abertura – os coordenadores/representantes de cursos Bruno Amaral (Humanidades); Carine Gurunga (Letras- Língua Portuguesa); Claudio de Souza (Ciências Sociais); Ivete Carrascal (Relação Internacionais); e Eliane Costa (Pedagogia). Eles tiveram oportunidade de explicar sobre os projetos pedagógicos dos cursos, além das especificidades de cada curso de graduação. Também marcaram presença na mesa de abertura do Samba a diretora do Instituto de Humanidades e Letras do campus dos Malês, Carla Verônica; o chefe da Seção de Políticas Estudantis (Sepe) Dilson Araújo; e a estudante Hulda Calala (mediadora).
Setores do campus dos Malês

No primeiro dia do Samba, os estudantes também tiveram oportunidade de conhecer os setores do campus dos Malês – com visita guiada à biblioteca e outros espaços, além de receber informações sobre o Sistema Integrado de Gestão de Atividades Acadêmicas (Sigaa). O primeiro dia do Samba foi finalizado, pela tarde, com a palestra/lançamento de livro Sementes de Futuro da Geopolítica Brasileira, de Bernardo Rodrigues (UFRJ).
