Uniculturas comemora seis anos de existência com evento cultural
“Unidos pela integração”. Com este lema, o projeto de extensão Uniculturas vem, há seis anos, a partir de uma iniciativa discente, movimentando a Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab). Para marcar o aniversário, realizou-se, nos dias 22 e 23, evento cultural.
A partir do título “Uniculturas e sua importância na consolidação da integração e interação na Unilab”, ocorreu a mesa de abertura, contando com a reitora em exercício, Cláudia Carioca; pró-reitora de Extensão, Arte e Cultura, Geranilde Costa e Silva; coordenador do Uniculturas, Pedro Magrini; vice- coordenadora do projeto; Rosalina Tavares; coordenador do projeto de extensão Diálogos Urbanos, Eduardo Machado; antigos coordenadores do Uniculturas, professores Ricardo Nascimento e Leandro de Proença; e o egresso da Unilab e fundador do Uniculturas, o professor e doutorando em Estudos Africanos pelo Instituto Universitário de Lisboa Gislailson Cá.
A reitora em exercício destacou a integração que anda lado a lado com a internacionalização e interiorização. “A Unilab é uma universidade única no país, integrando Brasil e África. Temos isso no nosso DNA. O aniversário do Uniculturas reflete a apropriação de culturas diversas numa integração. Que o evento tenha cada vez mais projeção e, como somos internacionais, que ganhe projeção internacional”, disse Cláudia Carioca.
A pró-reitora de Extensão, Geranilde Costa e Silva, ressaltou a oportunidade de convivência com diversas culturas proporcionada pela Unilab e realçada pelo Uniculturas.
O coordenador, Pedro Magrini, ressaltou que o projeto se mantém há algumas gerações de estudantes e tem o desafio da interculturalidade e interdisciplinaridade, contando com a autogestão dos discentes. “O Uniculturas nos ensina a fazer extensão dessa forma horizontal e autogerida, e muitas vezes, na universidade, a extensão não conta com muito diálogo”, pontuou.
Para a vice-coordenadora, Rosalina Tavares, o grupo difunde a cultura dos países parceiros respeitando a diversidade, sendo uma crítica ao legado colonial. “Uniculturas é resultado do esforço de reconhecer, valorizar e divulgar a diversidade cultural existente na nossa universidade. É a promoção concreta de uma integração entre os sujeitos, a Unilab e as comunidades que a envolvem, com uma atuação respeitosa, democrática e afetuosa”, afirmou.
Um dos fundadores do Uniculturas, Gislailson Cá veio de Portugal, onde faz pós-graduação, para participar do aniversário do projeto. “Havia apresentações das culturas dos países parceiros só nas datas das independências. Percebíamos a dificuldade em integrar as nacionalidades. Os indivíduos estavam no mesmo espaço geográfico, mas será que estavam interagindo nesse espaço?”, comentou sobre os questionamentos que levaram à criação do projeto.
Como primeiro coordenador do Uniculturas, o professor Ricardo Nascimento lembra que foi procurado pelos discentes e, na ocasião, pensou no quanto o projeto era arrojado. “Fico feliz por, depois de passados seis anos, dizer de novo ‘que projeto arrojado’. Uniculturas traz dois conceitos muito caros à universidade, cultura e integração, que nos documentos da Unilab aparecem associados. Não há integração sem o sentido antropológico de cultura”, aponta.
Também ex-coordenador, o docente Leandro de Proença considera que aprendeu a fazer Extensão com o Uniculturas. “Encontrei no Uniculturas muito do que acredito que uma universidade deve ser. Que dê condições para nos dedicarmos à extensão e que não haja projetos impostos de cima para baixo”, sublinhou.
O coordenador do Diálogos Urbanos, professor Eduardo Machado, destacou a centralidade e relevância acadêmica e social do Uniculturas. “A Unilab deve reconhecimento e gratidão a esse grupo por manter acesa a chama do sonho de uma universidade internacional. É uma escola de cidadania e democracia, promovendo o protagonismo discente”, declarou.
Para o bolsista do Uniculturas e representante do Grupo Toques da Banda, o estudante Nuno Rokkito, o Uniculturas é um exemplo único e exclusivo de integração. “Eu vejo o Uniculturas como uma oportunidade de me integrar com a cultura do outro, através de danças, desfile, teatro, música, gastronomia e etc. O uniculturas promove e busca integrar as diferentes culturas existentes na unilab e isso é muito gratificante, sinto-me honrado em fazer parte da família”, finaliza.
Programação
O segundo dia de evento contou com as oficinas de danças típicas de Angola e Guiné-Bissau e teve a presença de alunos do 9° ano da Escola Maria Augusta, de Redenção-CE.
Pela tarde, a comunidade unilabiana teve a oportunidade de degustar pratos típicos de Angola (funge com calulu de carne seca e feijão de óleo de palma) e Guiné-Bissau (caldo branco e siga), além de oficinas de dança Kuduro/Afro-house.
Encerrando o evento, a noite cultural trouxe a participação de vários grupos, como Toques da Banda, Kabaz di Terra, Ubuntudance, Pérolas do Índico, Filhos de Ngola, Vozes d’África, Mandjuandadi di Tina, Grupo de Moda e Desfile Unifashion, Firkidja di nô Kampada, Tetêmbu Santome, além do músico Mulla Manuel e dos poetas Adriano Adriel e Eduardo Lucamba.
Do Projeto Uniculturas
O projeto de extensão Uniculturas: unidos pela integração, vinculado à Pró-Reitoria de Extensão, Arte e Cultura (Proex), coordenado pelo professor Pedro Magrini, do Instituto de Ciências Sociais Aplicadas (ICSA/Unilab), foi criado por discentes de todas as nacionalidades presentes na Unilab, em 2017, como resultado do esforço de reconhecer, valorizar e divulgar a diversidade cultural existente na universidade, a partir de múltiplas expressões artísticas e culturais mobilizadas por sujeitos a partir de seu contexto de origem. O valor fundamental que anima suas ações é o da integração.
O Uniculturas é composto por “grupos temáticos” de danças africanas, ameríndias e afro-brasileiras, de teatro, moda, poesia, música e línguas, que se expressam por meio de oficinas, cursos, apresentações e intervenções localizadas em variados espaços, dentro da Unilab e também nas comunidades do entorno, nas escolas que têm parceria com o projeto, em municípios do Maciço e em Fortaleza.
Para mais informações, envie e-mail a grupouniculturas@gmail.com e siga no Instagram.