Africanos convidando o público para dançar forró, brasileiros cantando música tradicional cabo-verdiana, timorenses agitando na percussão com brasileiros. A articulação de diversas linguagens artísticas e nacionalidades foi a grande marca do Festival de Arte e Cultura, culminância da Ação Movimenta Unilab que aconteceu no último sábado (25), às 17h30min, na área de convivência do Campus da Liberdade. A ação, que é promovida pela Pró-reitoria de Extensão, Arte e Cultura (Proex) em parceria com a Pró-reitoria de Políticas Afirmativas e Estudantis (Propae), tem apoio das demais pró-reitorias e da Cátedra Unesco/Unilab.

Estudantes encenam espetáculo que reúne diferentes manifestações culturais

O ponto alto da noite foi a apresentação que reuniu 29 estudantes que participaram das oficinas de teatro de rua, dança contemporânea, break e percussão. Para Sâmia Bittencourt, instrutora da oficina de teatro de rua, a reunião de culturas diferentes foi o mote para a apresentação. “É um romance em que o pai da Terezinha [personagem principal] prefere que ela se case com um doutor, porque tem cultura, e o vaqueiro não tem. Então os narradores trazem essa discussão para o público: Que cultura é essa?”, explica, referindo-se ao enredo proposto pela estudante Mari Gouveia, do curso de Enfermagem, e que interpreta a mocinha disputada. O duelo entre os pretendentes é o pretexto para um rico embate cultural. De um lado o homem culto, interpretado pelo estudante guineense Adulai Djaló, do curso de Engenharia de Energias, que puxa sua comitiva numa apresentação de break. Do outro o vaqueiro, vivido pelo estudante brasileiro Márcio Lima, do Bacharelado em Humanidades, que dança com seu grupo ritmos nordestinos. O espetáculo ainda reuniu cordel, percussão, dança típica do Boi do Maranhão e Tunuka, ritmo de Cabo Verde.

Quem ganha com o embate é o público, que se encanta com a mistura cultural. A moradora de Redenção, Maria Aparecida Gouveia, mãe da estudante Mari Gouveia, já adquiriu o hábito de juntar os filhos e percorrer os três quilômetros entre sua casa e a Unilab para apreciar os espetáculos de arte e cultura promovidos na universidade. “A gente sempre vem para as Quartas Culturais [Quarta Cultural Maciço de Arte, evento semanal promovido pela Pró-reitoria de Extensão, Arte e Cultura] e eu achei o evento muito proveitoso. Aqui não existia isso. Na Unilab, conheço coisas que eu nunca imaginei que tivesse”, afirma. A programação ainda incluiu apresentações de rap, de uma dança tradicional de Guiné-Bissau (Dança de Tina) e do projeto Tambores de Guaramiranga, que reúne alunos da oficina de percussão do Projeto Cidade da Arte.

Apresentação de rap feita por estudantes

Dança de Tina, típica de Guiné-Bissau

A articuladora de Arte e Cultura da Unilab, Vanéssia Gomes, destaca que, além das oficinas, a Ação Movimenta estimula a apreciação à arte. “Essas pessoas [que participaram das oficinas] podem nem querer ser artistas, mas vão ser grandes apreciadoras de arte. Nós percebemos um caminhar para esta sensibilização maior em relação à arte”, pontua.

Outro objetivo desta primeira edição do Movimenta foi incentivar a integração dos calouros brasileiros e estrangeiros com os veteranos. É o caso de Genésio Justino, que chegou de Guiné-Bissau no último dia 24 de janeiro e que era um dos entusiastas do festival. “Isso nos ajuda a fortalecer amizade com as pessoas de diferentes nações que estão aqui na Unilab e a conhecer a cultura delas”, disse o calouro do curso de Administração Pública.

(esq. p/ dir.) Ana Lúcia Silva Souza, Pró-reitora de Extensão, Arte e Cultura; Vanéssia Gomes, articuladora de Arte e Cultura; e Sâmia Bittencourt, instrutora da oficina de Teatro de Rua

Além da integração entre calouros e veteranos, a Pró-reitora de Extensão, Arte e Cultura, Prof.ª Ana Lúcia Silva Souza, destaca o estreitamento de relações entre a universidade e as comunidades do Maciço de Baturité: “Nós conseguimos discutir com secretários de cultura da região, divulgando junto a essas secretarias o que fazemos aqui e tendo possibilidade de contribuir com as políticas públicas da região”. E já anuncia os planos para as próximas edições da Ação Movimenta. “Nosso objetivo é amadurecer o conceito para pensar o Movimenta como uma das partes do que chamamos de 4º trimestre. Com os aprendizados desta edição, já começamos a pensar a 2ª edição, que será em maio, por ocasião do aniversário da Unilab”, afirma.

Esta primeira edição do Movimenta-Unilab continua até dia 31 de janeiro, com a Mostra de Teatro do Maciço de Baturité, Cine Unilab e oficina de capoeira. Confira a programação completa na Página do Movimenta.