Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira
Universidade Brasileira alinhada à integração com os países membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP)

Roda de conversa encerra circuito inaugural

Data de publicação  31/05/2011, 00:00
Postagem Atualizada há 12 anos
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Um bate-papo sincero, aberto, com profundidade, em ambiente descontraído. Foi este o clima que encerrou o Circuito Cultural Inaugural da Unilab, na tarde da sexta-feira, 27 de maio. O tema da Roda de Conversa foi “Movimentos negros, políticas afirmativas e igualdade racial no Brasil: múltiplos olhares”, com participação de Luís Bernardo, coordenador de Políticas Públicas para Igualdade Racial da Prefeitura de Fortaleza (COPPIR/PMF); do Pe. Clovis Cabral, do Movimento Negro Unificado e da Universidade Católica de Pernambuco e do escritor e consultor internacional Altair Maia, autor do livro ‘Baobá: cenas e fatos de África’, que foi lançado durante a programação, pela manhã, no auditório. Os trabalhos foram coordenados por José Veríssimo, técnico da Unilab.

 

Bernardo foi o primeiro palestrante. Ele ressaltou o caráter descontraído da roda de conversa, pela disposição dos estudantes, ao redor da mesa, sentados, outros deitados, em forma de círculo. “Na verdade, tudo em nossa vida é circular, sempre redondo”, disse, para em seguida pontuar sua fala com o histórico das origens negras, da participação e reivindicações da negritude e as lutas para que o Brasil se assuma como país negro.

 

Neste ponto, Bernardo mencionou a Lei 10.639/2003, sancionada pelo presidente Lula, que estabelece em seu artigo 26, o seguinte texto: “Nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficiais e particulares, torna-se obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira”. Ele lamentou, ao mesmo tempo, que poucos a conheçam, o que dificulta sua aplicação. “Sabemos que a aplicabilidade da lei é complexa pelas próprias relações étnicas raciais em vigor no Brasil, mas temos de lutar por direitos e pela superação do racismo e da discriminação racial no país”, afirmou o coordenador da COPPIR, finalizando: “precisamos nos reconhecer enquanto negros. É preciso saber quem sou, impregnado de negritude”.

 

Com expressões da língua banto e do erê, padre Clóvis chamou a atenção para o fato de que todos temos cultura. Para ressaltar a importância da reconstrução na vida do negro, fez relatos sobre a infância de Cosme e Damião e chamou a atenção para o fato de que o negro deve ser persistente, pois a sociedade, cada vez mais, transforma o indivíduo negro. “A maioria dos negros são vítimas desta construção. Somos excluídos desde criança, por isto temos de nos reconstruir no dia a dia”, afirmou pe. Clóvis com uma convocação: “Estamos aqui testemunhando um nascimento. Não deixem esta Unilab morrer. Esta Universidade pode ser o grande espelho do mundo, dos povos do mundo. Esta escola é nossa!”

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