Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira
Universidade Brasileira alinhada à integração com os países membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP)

Professores de São Tomé e Príncipe conhecem Redenção e a Unilab

Por
Data de publicação  29/08/2012, 20:56
Postagem Atualizada há 12 anos
Saltar para o conteúdo da postagem

Uma comitiva de 50 professores de português e matemática do Ensino Secundário de São Tomé e Príncipe participou, nesta quarta-feira (29), de uma extensa programação em Redenção. O grupo, que está no Brasil participando de cursos de português e matemática dentro do Programa  Linguagem das Letras e dos Números (PLLN), fez um tour pela cidade e ganhou uma acalorada recepção de gestores, professores, técnicos-administrativos e alunos da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab).

 

Os professores visitaram o Museu Histórico Memorial da Liberdade, no Centro de Redenção

 

A comitiva conheceu a Igreja Matriz

No tour, o grupo também conheceu a escadaria de Santa Rita

O Museu Senzala Negro Liberto também constou do roteiro dos visitantes

Na visita turística pela cidade, organizada pela Unilab e pela Secretaria de Cultura e Turismo do Município, os professores conheceram locais alusivos à luta abolicionista de Redenção como o Museu Histórico Memorial da Liberdade; a Praça da Liberdade e o Museu Senzala Negro Liberto. Redenção foi a primeira cidade brasileira a libertar os escravos, em 1º de janeiro de 1883. No passeio, os professores também conheceram a Igreja de Nossa Senhora Imaculada da Conceição, Matriz da Cidade; e a Capela de Santa Rita.

 

Professor Higino Moniz

 

O professor de matemática Higino Moniz diz que o passeio pela história da libertação dos escravos em Redenção serve para que os visitantes relembrem o histórico de opressão vivido pelos africanos que se tornaram escravos no Brasil colônia. “E olhar no passado faz com que a gente reflita e aprenda a importância de se continuar lutando hoje contra qualquer forma de opressão, não mais a mesma do passado, mas a opressão política, social e econômica”, diz. Ele destaca o papel importante do professor nessa luta. “A gente educa não estimulando o ressentimento, mas educando na cultura do amor, educando na cidadania, no respeito ao homem”, afirma.

 

Professor Higino Moniz, a aluna Evalda Daio, a professora Adelaide Gama, e a aluna Cesaltina Gomes

 

Após o roteiro, os professores seguiram para o Campus da Liberdade, onde foi preparada uma programação especial de boas-vindas. Na chegada os professores, foram recebidos por alunos de São Tomé e Príncipe matriculados na Unilab. Atualmente, 13 alunos santomenses estudam na Universidade. A professora de português Adelaide Gama teve uma supresa ao reencontrar a ex-aluna Cesaltina Gomes, que cursa Administração na Unilab, entre eles. “Fiquei muito feliz porque sei que ela fez a melhor escolha ao vir estudar aqui. É muito bom ver alunos que não pararam os estudos no meio do caminho e estão hoje persistindo”, elogia.

Professora de matemática Ilizarda Neto

A professora de matemática Ilizarda Neto elogiou a proposta da Unilab de promover a cooperação solidária entre os países de lingua portuguesa. “Se já temos uma coisa em comum que é a língua, é natural que haja mais cooperação entre esses países. Essa integração é importante porque podemos trocar experiências na área de educação, por exemplo”, diz.

Reitor Paulo Speller, pró-reitores e demais autoridades

Momento da execução do Hino de São Tomé e Príncipe

No anfiteatro da Unilab, o reitorado da Unilab, professores e alunos saudaram os professores visitantes. Na abertura da solenidade, foi executado o Hino Nacional de São Tomé e Principe. Em seu discurso, o reitor Paulo Speller destacou que a visita dos professores de São Tomé e Príncipe, assim como os de Angola no último dia 1º de agosto, reforça a proposta da Unilab de estreirar ainda mais os laços com os países de língua portuguesa. “Queremos reafirmar os laços de cooperação solidária que a Unilab vem realizando, principalmente, com os países africanos. É importante essa troca de conhecimentos no sentido que a formação dos nossos estudantas ocorra em conjunto com vocês”, destacou.

A vice-reitora Maria Elias disse que a Unilab tem como proposta ajudar no processo de desenvolvimento dos países africanos na medida em que está formando quadros qualificados. “Essa é a nossa missão. E vocês professores têm um papel muito importante nesse processo porque são vocês que dão os primeiros conhecimentos a esses alunos”, enfatizou.

Também participaram da recepção aos santomenses as pró-reitoras de Graduação, Jacqueline Freire; de Administração, Adênia Guimarães; a coordenadora de Educação Aberta e a Distância, Maria Aparecida da Silva (Cida); e a coordenadora da Extensão, Sâmia Maluf. A professora Ana Célia Clementino Moura, do Departamento de Letras da UFC, o professor João Lucas Marques Barbosa, do Departamento de Matemática da UFC, e a Secretária da Cultura e Turismo de Redenção, Teresinha Lisieux Freire, também integraram a mesa da solenidade de boas-vindas.

Programação cultural

Feira de artesanato na Unilab

Na programação cultural no Campus da Liberdade, os professores conheceram o artesanato cearense. A Associação dos Artesãos de Redenção montou uma feira no Bloco Didático. No encerramento do evento, os convidados conferiram apresentações de música e dança realizadas por alunos da Unilab e pessoas da comunidade do Maciço do Baturité.

Apresentação de danças tradicionais de São Tomé e Príncipe

Cantor e compositor Pingo de Fortaleza

A programação foi encerrada com o show do cantor, compositor e poeta, Pingo de Fortaleza. Ele apresentou um repertório mais acústico (voz e violão) com composições próprias e de parceiros presentes durante a sua trajetória musical de 29 anos de carreira registrada em 20 discos. Na ocasião, Pingo de Fortaleza anunciou o lançamento do projeto Pérolas do Centauro – 40 anos da música cearense e 30 anos da musicalidade do artista.

Programa  Linguagem das Letras e dos Números (PLLN)

O grupo de professores de São Tomé e Príncipe é formado por 25 professores de Matemática e 25 da disciplina de Português do Ensino Secundário. Eles estão em Fortaleza para um mês de aulas de aperfeiçoamento nas respectivas disciplinas. A formação possui uma carga horária de oito horas por dia, durante quatro semanas e complementados por extensa programação cultural. Neste período, os professores visitam universidades, museus e exposições de arte e ciências, teatros, escolas, instituições educacionais e empresas.

O PLLN é uma iniciatica do Ministério da Educação/Capes, Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação/CNPq, UFC e outras instituições que apoiam a cooperação educacional brasileira conduzida pelo Ministério das Relações Exteriores (MRE) em nações africanas da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). O Programa é realizado desde 2008 em Fortaleza e, este ano, já trouxe, além dos santomenses, 210 professores do ensino básico de Angola e Cabo Verde para quatro cursos de português e matemática, distribuídos nos meses de julho e agosto.

O PLLN é Inspirado em um programa cearense de mesmo nome, desenvolvido pela Secretaria da Ciência, Tecnologia e Educação Superior do Estado do Ceará em 2003, o PLLN baseia-se na ideia de que alunos que manejam corretamente as duas linguagens essenciais para a formação do conhecimento – letras e números – dominam com mais facilidade o aprendizado escolar.

A professora Ana Célia Clementino Moura, do Departamento de Letras da UFC, explica que o programa já tem obtido resultados positivos na melhoria da qualidade do ensino dos países parceiros. Mas ela ressalva que o programa prevê uma via de mão dupla. “A integração não é só dizer que eles aprendem. Nós também aprendemos com os professores que vem pra cá. É uma troca”, explica.

 

Professor de português Robson dos Ramos

O professor de português Robson dos Ramos elogia o programa. Ele diz que durante o curso são ensinadas metodologias que podem ser inseridas em sala de aula para melhorar o aprendizado do aluno. “Vimos como a inserção de vídeos podem melhorar a leitura e a compreensão dos textos. Isso nos estimula a novos métodos em sala de aula”, destaca.

Categoria