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TIMOR LESTE – Primeiro ministro, Xanana Gusmão, renuncia. Ex-ministro da Saúde, Rui Araújo, assume.

Data de publicação  06/02/2015, 09:17
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Destaque Timor Leste

O primeiro-ministro do Timor Leste, Xanana Gusmão, apresentou sua renúncia ao presidente do país e comunicou à coalizão de governo que cederá o cargo a um líder da oposição, informou nesta sexta-feira (6) a imprensa local.

O lendário ex-guerrilheiro anunciou há uma semana sua intenção de deixar o cargo, cujo mandato expirava em 2017, uma vez que fosse concluída a remodelação do atual governo, e se justificou afirmando que é uma ação necessária para dar lugar aos ‘líderes do futuro’ no país.

Gusmão comunicou sua decisão em carta que entregou na noite de quinta (5) ao presidente José Maria de Vasconcelos, conhecido como Taur Matam Ruak, na qual atribuiu seu passo ao ‘acordo comum’ sobre a necessidade de ‘uma reestruturação profunda’, segundo o site timorense “Sapo”.

Na carta, Gusmão indicou que a reestruturação busca melhorar a eficiência do governo e dar oportunidade para uma nova geração de líderes, para que governem nos dois anos e meio que restam da atual legislatura.

Antes, Gusmão anunciou a seu partido, o Conselho Nacional para a Reconstrução do Timor Leste (CNRT), e a seus parceiros na coalizão de governo, o Partido Democrático e o Frente para a Mudança, que seu sucessor será o ex-ministro da Saúde, Rui Araújo.
Araújo faz parte do comitê central do partido opositor Fretilin, que governou o país nos cinco primeiros anos após a independência em 2002, e que foi a segunda legenda mais votada nas eleições de 2012, após o CNRT.

Segundo o ‘Sapo’, a escolha de Araújo gerou um ‘grande mal-estar’ no seio dos três partidos da coalizão de governo, apesar de contar com o apoio de líderes veteranos como o ex-presidente e ganhador do Nobel da Paz, José Ramos-Horta, e o ex-primeiro-ministro, Mari Alkatiri.

Gusmão, eleito em 2002 como o primeiro presidente do país após a independência, se alçou à chefia do governo após a crise de 2006, que pôs o Timor à beira da guerra civil e levou à ONU a enviar uma missão de segurança que terminou em 2012.

O anúncio de sua renúncia coincidiu com a apresentação de um relatório da organização ‘Overseas Development Institute’, que alertou sobre o risco de um aumento da instabilidade no Timor com a saída de Gusmão.

A organização argumentou que a melhora da segurança que o Timor viveu nos últimos anos se baseou tanto na liderança do carismático ex-guerrilheiro como na distribuição, entre as várias facções, dos lucros da exploração de petróleo, cujas reservas estão se esgotando.

O Timor Leste alcançou a independência em maio de 2002, depois de mais de 20 anos de ocupação da Indonésia e de vários séculos de domínio português.

Fonte: G1.

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