Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira
Universidade Brasileira alinhada à integração com os países membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP)

Projeto ensina teoria e prática da capoeira, no Campus dos Malês

Data de publicação  26/03/2015, 13:41
Postagem Atualizada há 9 anos
Saltar para o conteúdo da postagem

capoeira

Acontece todas as terças e quintas-feiras, às 16h, na quadra esportiva do Campus dos Malês, o projeto “Capoeira na Unilab”. A ação é para toda a comunidade acadêmica, no sentido de conhecer e valorizar a capoeira, que foi reconhecida pela Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco) como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade, em novembro de 2014.

1

A iniciativa consiste em proporcionar conhecimentos sobre a capoeira, desde a confecção do berimbau, e promover a prática como manifestação cultural de origem africana. A ação começou com a produção do berimbau, principal instrumento da arte, terá continuidade com aulas para aprender a tocá-lo e na sequência haverá aulas práticas de como jogar capoeira. Essas aulas envolvem a movimentação dos elementos ritualísticos da roda, musicalidade, hierarquia, percussão, entre outros.

2

“A partir das aulas de confecção dos instrumentos, de ritmo e movimento são transmitidos, paralelamente, conhecimentos sobre a história da capoeira e da resistência dos negros no Brasil. A capoeira é arte, dança e luta. É uma manifestação cultural iniciada na diáspora africana, em solo brasileiro, a partir de elementos trazidos pelos africanos”, disse a professora Elizia Ferreira. Ainda segundo ela, “a finalidade deste projeto é discutir as contribuições da capoeira, com o intuito de preservar esta arte que é um patrimônio secular do Recôncavo Baiano. Além disso, o projeto se justifica pela execução da Lei 10.639/03, que prevê o ensino da história e cultura africana e afro-brasileira nas escolas do país”.

5

Para o mestre de capoeira, Sidney de Jesus, “é uma emoção e um momento imensurável dar aula para alunos que vieram da África, onde tudo começou. Nossa cultura tem influência dos negros escravos que vieram daquele continente e desenvolveram aqui a capoeira, o samba de roda e o maculelê. É importante entender a história dessa arte e dessa luta que ajudou a combater a escravidão. Essa tradição reflete a nossa história e hoje temos a oportunidade de conhecer mais sobre isso”. Sidney é mestre do Grupo de Capoeira Tradição Quilombola, localizado em Santo Amaro/BA, e com representações nas cidades de São Matheus/ES e Frankfurt, na Alemanha. O projeto desenvolvido por ele, “Orquestra de Barimbau do Recôncavo (OBRE)”, que contribui com a ação na Unilab, tem incentivo do Governo do Estado.

3

De acordo com a estudante guineense do curso de Bacharelado em Humanidades (BHU), Irene Lopes, “a capoeira significa muito para mim. Não vim para o Brasil só para estudar e está sendo um sonho ter essa oportunidade de fazer esse curso. Estamos tendo acesso ao conhecimento do processo histórico, assim como da execução prática, e isso é gratificante. Já sei fazer o ‘pau do berimbau’ e a cabaça fiz com as minhas próprias mãos. Já sei tocar, estou aprendendo a cantar e quero aprender a jogar. É um momento de integração através da arte”.

6

O projeto “Capoeira na Unilab” é coordenado pelo mestre Sidney e apoiado pelas coordenações dos cursos de Letras e BHU, do Campus dos Malês, em parceria com o Centro Acadêmico de BHU. Os professores responsáveis por essa iniciativa na universidade são Elizia Ferreira e Carlindo Fausto.

Os interessados em participar do projeto devem procurar os professores no dia, local e horário das aulas.

Categorias