II Semana Universitária continua sua imersão no mundo do conhecimento científico e cultural, nos campi da Unilab
A II Semana Universitária, que está sendo realizada no Campus dos Malês, em São Francisco do Conde/BA, e nos campi da Liberdade, Auroras e Palmares, localizados nos municípios de Redenção e Acarape/CE, entra no segundo dia com uma intensa programação, marcada por apresentações de trabalhos no formato oral e pôster, pela manhã. À tarde, começam as palestras e minicursos.
Concomitante a esta imersão ao mundo do conhecimento científico produzido na Unilab, acontece também uma rica e diversificada programação cultural, a qual foi pensada para estimular a integração e a reflexão por meio da arte. E é esse sentimento que está presente em toda a programação cultural idealizada pelos bolsistas e estudantes de Administração Pública, Osnelly Osório e Jackson Lopes, com o apoio da Pró-Reitoria de Extensão, Arte e Cultura (Proex).
“Somos bolsista do Pibeac, na Proex, e fazemos parte do Projeto Independências, o qual foi pensando para celebrar a independência de cada país, mas que tem também o objetivo de refletir e expandir as manifestações culturais africanas dentro e fora da universidade. Então, foi pensando nessa possibilidade que nós elaboramos a programação cultural”, explica Osnelly, acrescentando: “Por sermos estudantes temos uma maior aproximação com nossos colegas, somos um elo de ligação entre os estudantes e a Proex”.
Esse intercâmbio entre Proex, bolsistas e estudantes trouxe bons resultados. A programação cultural da II Semana Universitária envolve uma série de linguagens artística, como dança, música, grafitti, teatro e moda, que fortalece a integração cultural.
Na noite da quinta-feira (12), durante a apresentação do coral do Timor Leste aconteceu algo significativo. Velas foram acesas para lembrar o massacre de Santa Cruz, onde um tiroteio, ocorrido em 12 de novembro de 1991, sobre manifestantes pró-independência timorense ceifou a vida de cerca de 275, sendo que a maioria das vítimas eram jovens. Depois da independência, essa data passou a ser feriado e reconhecida como o Dia Nacional da Juventude em Timor Leste. As velas acesas no pátio do Campus da Liberdade foram uma forma de homenagem à luta do povo timorense.
Assim, aproximando histórias e culturas, a programação cultural prossegue hoje (13), a partir das 17h30, no Campus da Liberdade, em Redenção/CE, com apresentações de danças típicas, como a Kalunga, de Angola, Funaná, de Cabo Verde, e Maculelê, do Brasil. Em seguida, acontece a exibição dos vídeos “Nos Muro” e “O Ceará dos Grafitti”. E encerrando a programação desse dia, os Dj´s fazem a festa com “A Noite da Kizomba”
Campus dos Malês
No segundo dia do evento, o Campus dos Malês contou com as apresentações de trabalhos dos estudantes. Ao todo foram 17 pesquisas apresentadas, individualmente, para a comunidade acadêmica, através de pôsteres digitais, no auditório do campus.
De acordo com a professora Giana Steffen, que está coordenando o evento no Campus dos Malês, “é uma oportunidade para os estudantes dialogarem entre eles e mostrarem seus trabalhos para outras pessoas. Isso tem um impacto positivo na autoestima deles, enquanto acadêmicos, além do desenvolvimento do trabalho científico no campus”, disse ela. Ainda segundo a professora, “existem dificuldades para organizar essa ação pela carência de estrutura, mas vale a pena todo o esforço, uma vez que esse momento é importante para a construção do conhecimento científico na universidade”, acrescentou.
O discente do curso de Bacharelado em Humanidades (BHU), Braima Seidi, apresentou o trabalho com o tema “Cosmopolítica da Alteridade em Molefi Asante”, e para ele “a Semana Universitária tem grande importância, pois através dela podemos apresentar para mais pessoas o que pesquisamos. Saímos da sala de aula e viemos para um auditório com professores e técnico-administrativos que tem mais experiência para compartilharmos”, afirmou.
Já o estudante Danilson da Veiga, também do curso de BHU, apresentou sua pesquisa com o tema “Cosmopolítica da Relação em Frantz Fanon”, e segundo o aluno, é uma das primeiras oportunidades que ele está tendo em disseminar sua pesquisa. “Hoje, ganhamos a experiência de ser ouvido por doutores e colegas e isso é importante para o desenvolvimento de quem quer seguir a carreira acadêmica. É um caminho orientado para o futuro”, disse Danilson.
Quinta-feira (12) – Abertura da II Semana Universitária
Na manhã desta quinta-feira (12), teve início, na Bahia e no Ceará, a II Semana Universitária – que traz como temática norteadora “Práticas locais, saberes globais”. A abertura aconteceu no anfiteatro do Campus da Liberdade, em Redenção/CE, com a participação maciça da comunidade acadêmica, e foi transmitida para o Campus dos Malês, em São Francisco do Conde/BA.
A programação de abertura contou com a palestra “Interdisciplinaridade na Graduação: Modelo da UFABC”, com a professora Adelaide Faljoni, além da apresentação do grupo de Hip-Hop A.Se.Front, formados por alunos da Unilab, e do grupo de dança Ritmo Quilombola de Alto Alegre, distrito de Horizonte.
Para oficializar a abertura e dar boas-vindas aos participantes, formou-se uma mesa que contou com a participação do reitor, Tomaz Mota Santos, da pró-reitora de Graduação, Andrea Linard, da pró-reitora de Pesquisa e Pós-Graduação, Albanise Marinho, da pró-reitora de Extensão, Arte e Cultura, Rafaella Pessoa, e da diretora de Educação Aberta e a Distância, Maria Aparecida da Silva.
“A realização dessa II Semana Universitária mostra que nascemos, existimos, que somos uma universidade completa, capaz de desenvolver competências e criar conhecimento. E é através das atividades de pesquisa que conseguimos fortalecer esses dois processos”, destacou o reitor.
Em sua fala de abertura, Mota Santos deixou ainda uma recomendação aos estudantes. “Apresentem seus trabalhos com confiança, num contexto de alegria, porque esse não é o momento para disputas, para saber quem é o melhor ou pior. Não é esse o sentido dessa Semana. Agora é a hora de fazer dessa oportunidade uma grande festa do conhecimento, porque, no campo da ciência tudo é sempre provisório, inclusive a verdade. Assim, a ciência nos ensina sobre a importância da tolerância”, concluiu.
Segundo Andrea Linard, esse é um momento único no âmbito universitário. “É a hora em que os eixos norteadores da vida acadêmica – Pesquisa, Ensino e Extensão – estão unidos, o que faz desse momento algo importante e singular para a Unilab. Espero que vocês possam aproveitar, dentro desse processo de aprendizagem, tudo o que tem sido produzido em termos de conhecimento científico na Unilab”.
Já a pró-reitora de Pós-Graduação, Albanise Marinho, chamou a atenção para o fato de que a construção da II Semana Universitária é algo que vem sendo pensado e elaborado há mais de quatro meses por uma equipe grande e ativa. “Foram, no mínimo, quatro meses de trabalho para chegarmos até aqui hoje. Por isso, quero agradecer pela participação e empenho de todos os professores e alunos na realização da II Semana Universitária, onde serão apresentados mais de 400 trabalhos científicos”, destacou Albanise Marinho.
Tarde foi marcada por apresentações de trabalhos
Pela tarde, começaram as apresentações orais e de pôsteres, envolvendo estudantes e projetos de todos os institutos da Unilab: Instituto de Ciências Exatas e da Natureza (Icen), Instituto de Ciências da Saúde (ICS), Instituto de Ciências Sociais e Aplicadas (ICSA), Instituto de Desenvolvimento Rural (IDR), Instituto de Engenharias e Desenvolvimento Sustentável (Ieds) e Instituto de Humanidades e Letras (IHL).
A estudante do curso de Biológicas, Márcia Rodrigues, estava apresentando ao público os fósseis descobertos pelos alunos durante visita ao município do Crato, no Cariri (região Sul do Ceará). A atividade ocorreu na disciplina Origem e Evolução da Vida, em 2014.
Já o estudante Luan Eduardo, do curso de Ciências da Natureza e Matemática, participa do Projeto Lua Crescente e, empolgado, explicava o uso do telescópio Newtoniano, com montagem Dobsoniana. “É um projeto coordenado pelo professor Michel Lopes, em que levamos binóculos e telescópios para as praças de Redenção (centro e distrito de Antônio Diogo), Acarape e Barreiras. Fazemos sempre durante a Lua crescente, porque fica melhor para ver as superfícies da Lua”, disse.
No stand do Ieds, os estudantes explicavam o projeto “Aumento da eficiência energética de uma frota de ônibus urbano: treinamento de condutores”, enquanto no IDR os trabalhos em foco eram a Incubadora Tecnológica de Economia Solidária (Intesol) e a Fazenda Experimental Piroás, que fica no distrito de Barra Nova, em Redenção.
Agregando o curso de Letras e o Bacharelado em Humanidades – com as terminalidades de Pedagogia, História, Antropologia e Sociologia -, o IHL apresentou o projeto “Desempenho Nota 10”, que combate a evasão de recém-ingressos, com acompanhamento; o curso de Pedagogia, com caráter inovador por ser afrocentrado; além dos projetos Revisa, English Club e o Pibid, com o subprojeto Leituras da África.
O ICSA reforçou as informações sobre o Mestrado Acadêmico em Sociobiodiversidade e Tecnologias Sustentáveis, com duas linhas, e os cursos de graduação em Administração Pública, nas modalidades presencial e a distância.
Campus dos Malês
Neste primeiro dia do evento, as atividades no Campus dos Malês se concentraram em minicursos. Aconteceram seis oficinas com temáticas que abordaram assuntos científicos e culturais, ministradas por professores do campus.
Com a proposta de estimular e orientar o desenvolvimento da pesquisa, a professora Caroline Rodrigues ministrou a oficina “Formatação de textos nas normas da ABNT”, a qual teve expressiva participação dos estudantes. Já a professora Elizia Ferreira, com a parceria dos argentinos Verônica Navarro, Marcelino Ramos e Maga Schüle, ofereceu a oficina “O Caminho da Zamba – aportes Africanos nas danças da América Latina”, em que fez uma abordagem teórica e prática sobre a influência da dança africana nesta América. Para ela, “há inúmeras danças africanas espalhadas pela América Latina e o evento é uma maneira de vivenciar e de falar da antropologia e da história da Zamba que faz parte de nossa história também”, disse Elizia.
A oficina “Afro-sabedorias e valores civilizatórios afro-brasileiros”, ministrada pelo professor Márcio André dos Santos, tratou de assuntos que abordam a temática afrodescendente, a partir de exemplos e vivências que refletem sobre as lutas e conquistas raciais. De acordo com o estudante do curso de Bacharelado em Humanidades (BHU) que participa da ação, Ocante Antônio Ie, “o conhecimento é positivo para o acadêmico e esse minicurso amplia a percepção dos estudos nessa temática que aborda as identidades e as formas que as pessoas, de um modo geral, veem, os negros. O professor André estimula o debate, através de informações sobre leis, textos, filmes e exemplos de casos”, afirmou.
O dia terminou com a apresentação do grupo “Bota a Fala: hip-hop, reconhecimento e paideia democrática”, formado por estudantes do Campus dos Malês que fazem parte dos projetos de extensão, coordenado pelo professor Marcos Carvalho Lopes.
Confira a programação completa.