II Semana Universitária continua sua imersão no mundo do conhecimento científico e cultural, nos campi da Unilab
A II Semana Universitária, que está sendo realizada no Campus dos Malês, em São Francisco do Conde/BA, e nos campi da Liberdade, Auroras e Palmares, localizados nos municípios de Redenção e Acarape/CE, entra no segundo dia com uma intensa programação, marcada por apresentações de trabalhos no formato oral e pôster, pela manhã. À tarde, começam as palestras e minicursos.
Concomitante a esta imersão ao mundo do conhecimento científico produzido na Unilab, acontece também uma rica e diversificada programação cultural, a qual foi pensada para estimular a integração e a reflexão por meio da arte. E é esse sentimento que está presente em toda a programação cultural idealizada pelos bolsistas e estudantes de Administração Pública, Osnelly Osório e Jackson Lopes, com o apoio da Pró-Reitoria de Extensão, Arte e Cultura (Proex).
“Somos bolsista do Pibeac, na Proex, e fazemos parte do Projeto Independências, o qual foi pensando para celebrar a independência de cada país, mas que tem também o objetivo de refletir e expandir as manifestações culturais africanas dentro e fora da universidade. Então, foi pensando nessa possibilidade que nós elaboramos a programação cultural”, explica Osnelly, acrescentando: “Por sermos estudantes temos uma maior aproximação com nossos colegas, somos um elo de ligação entre os estudantes e a Proex”.
![Velas foram acessas para lembrar o massacre de Santa Cruz, ocorrido em 12 de novembro de 1991, no Timor Leste.](http://www.unilab.edu.br/wp-content/uploads/2015/11/Coral-Timor-Leste-345x426.jpg)
Velas foram acessas para lembrar o massacre de Santa Cruz, em 12 de novembro de 1991, no Timor Leste.
Esse intercâmbio entre Proex, bolsistas e estudantes trouxe bons resultados. A programação cultural da II Semana Universitária envolve uma série de linguagens artística, como dança, música, grafitti, teatro e moda, que fortalece a integração cultural.
Na noite da quinta-feira (12), durante a apresentação do coral do Timor Leste aconteceu algo significativo. Velas foram acesas para lembrar o massacre de Santa Cruz, onde um tiroteio, ocorrido em 12 de novembro de 1991, sobre manifestantes pró-independência timorense ceifou a vida de cerca de 275, sendo que a maioria das vítimas eram jovens. Depois da independência, essa data passou a ser feriado e reconhecida como o Dia Nacional da Juventude em Timor Leste. As velas acesas no pátio do Campus da Liberdade foram uma forma de homenagem à luta do povo timorense.
Assim, aproximando histórias e culturas, a programação cultural prossegue hoje (13), a partir das 17h30, no Campus da Liberdade, em Redenção/CE, com apresentações de danças típicas, como a Kalunga, de Angola, Funaná, de Cabo Verde, e Maculelê, do Brasil. Em seguida, acontece a exibição dos vídeos “Nos Muro” e “O Ceará dos Grafitti”. E encerrando a programação desse dia, os Dj´s fazem a festa com “A Noite da Kizomba”
Campus dos Malês
No segundo dia do evento, o Campus dos Malês contou com as apresentações de trabalhos dos estudantes. Ao todo foram 17 pesquisas apresentadas, individualmente, para a comunidade acadêmica, através de pôsteres digitais, no auditório do campus.
De acordo com a professora Giana Steffen, que está coordenando o evento no Campus dos Malês, “é uma oportunidade para os estudantes dialogarem entre eles e mostrarem seus trabalhos para outras pessoas. Isso tem um impacto positivo na autoestima deles, enquanto acadêmicos, além do desenvolvimento do trabalho científico no campus”, disse ela. Ainda segundo a professora, “existem dificuldades para organizar essa ação pela carência de estrutura, mas vale a pena todo o esforço, uma vez que esse momento é importante para a construção do conhecimento científico na universidade”, acrescentou.
O discente do curso de Bacharelado em Humanidades (BHU), Braima Seidi, apresentou o trabalho com o tema “Cosmopolítica da Alteridade em Molefi Asante”, e para ele “a Semana Universitária tem grande importância, pois através dela podemos apresentar para mais pessoas o que pesquisamos. Saímos da sala de aula e viemos para um auditório com professores e técnico-administrativos que tem mais experiência para compartilharmos”, afirmou.
Já o estudante Danilson da Veiga, também do curso de BHU, apresentou sua pesquisa com o tema “Cosmopolítica da Relação em Frantz Fanon”, e segundo o aluno, é uma das primeiras oportunidades que ele está tendo em disseminar sua pesquisa. “Hoje, ganhamos a experiência de ser ouvido por doutores e colegas e isso é importante para o desenvolvimento de quem quer seguir a carreira acadêmica. É um caminho orientado para o futuro”, disse Danilson.
Quinta-feira (12) – Abertura da II Semana Universitária
![](http://www.unilab.edu.br/wp-content/uploads/2015/11/DSC_0046-345x231.jpg)
Mesa de abertura contou com a pró-reitora de Extensão, Rafaela Pessoa; a pró-reitora de Graduação, Andrea Linard; o reitor, Tomaz Mota Santos; a pró-reitora de Pesquisa e Pós-Graduação, Albanise Marinho; e a diretora de Educação Aberta e a Distância, Aparecida Silva. Foto: Assecom/Unilab.
Na manhã desta quinta-feira (12), teve início, na Bahia e no Ceará, a II Semana Universitária – que traz como temática norteadora “Práticas locais, saberes globais”. A abertura aconteceu no anfiteatro do Campus da Liberdade, em Redenção/CE, com a participação maciça da comunidade acadêmica, e foi transmitida para o Campus dos Malês, em São Francisco do Conde/BA.
A programação de abertura contou com a palestra “Interdisciplinaridade na Graduação: Modelo da UFABC”, com a professora Adelaide Faljoni, além da apresentação do grupo de Hip-Hop A.Se.Front, formados por alunos da Unilab, e do grupo de dança Ritmo Quilombola de Alto Alegre, distrito de Horizonte.
Para oficializar a abertura e dar boas-vindas aos participantes, formou-se uma mesa que contou com a participação do reitor, Tomaz Mota Santos, da pró-reitora de Graduação, Andrea Linard, da pró-reitora de Pesquisa e Pós-Graduação, Albanise Marinho, da pró-reitora de Extensão, Arte e Cultura, Rafaella Pessoa, e da diretora de Educação Aberta e a Distância, Maria Aparecida da Silva.
“A realização dessa II Semana Universitária mostra que nascemos, existimos, que somos uma universidade completa, capaz de desenvolver competências e criar conhecimento. E é através das atividades de pesquisa que conseguimos fortalecer esses dois processos”, destacou o reitor.
Em sua fala de abertura, Mota Santos deixou ainda uma recomendação aos estudantes. “Apresentem seus trabalhos com confiança, num contexto de alegria, porque esse não é o momento para disputas, para saber quem é o melhor ou pior. Não é esse o sentido dessa Semana. Agora é a hora de fazer dessa oportunidade uma grande festa do conhecimento, porque, no campo da ciência tudo é sempre provisório, inclusive a verdade. Assim, a ciência nos ensina sobre a importância da tolerância”, concluiu.
Segundo Andrea Linard, esse é um momento único no âmbito universitário. “É a hora em que os eixos norteadores da vida acadêmica – Pesquisa, Ensino e Extensão – estão unidos, o que faz desse momento algo importante e singular para a Unilab. Espero que vocês possam aproveitar, dentro desse processo de aprendizagem, tudo o que tem sido produzido em termos de conhecimento científico na Unilab”.
Já a pró-reitora de Pós-Graduação, Albanise Marinho, chamou a atenção para o fato de que a construção da II Semana Universitária é algo que vem sendo pensado e elaborado há mais de quatro meses por uma equipe grande e ativa. “Foram, no mínimo, quatro meses de trabalho para chegarmos até aqui hoje. Por isso, quero agradecer pela participação e empenho de todos os professores e alunos na realização da II Semana Universitária, onde serão apresentados mais de 400 trabalhos científicos”, destacou Albanise Marinho.
Tarde foi marcada por apresentações de trabalhos
![Apresentações de trabalhos no formato pôster. Foto: Assecom/Unilab.](http://www.unilab.edu.br/wp-content/uploads/2015/11/DSC_0039-345x231.jpg)
Apresentações de trabalhos no formato pôster, na Unidade Acadêmica dos Palmares, em Acarape/CE. Foto: Assecom/Unilab.
Pela tarde, começaram as apresentações orais e de pôsteres, envolvendo estudantes e projetos de todos os institutos da Unilab: Instituto de Ciências Exatas e da Natureza (Icen), Instituto de Ciências da Saúde (ICS), Instituto de Ciências Sociais e Aplicadas (ICSA), Instituto de Desenvolvimento Rural (IDR), Instituto de Engenharias e Desenvolvimento Sustentável (Ieds) e Instituto de Humanidades e Letras (IHL).
A estudante do curso de Biológicas, Márcia Rodrigues, estava apresentando ao público os fósseis descobertos pelos alunos durante visita ao município do Crato, no Cariri (região Sul do Ceará). A atividade ocorreu na disciplina Origem e Evolução da Vida, em 2014.
![A estudante Márcia Rodrigues, do curso de Biológicas, apresenta os fósseis descobertos durante disciplina. Foto: Assecom/Unilab.](http://www.unilab.edu.br/wp-content/uploads/2015/11/DSC_0006-345x231.jpg)
A estudante Márcia Rodrigues, do curso de Biológicas, apresenta os fósseis descobertos durante disciplina. Foto: Assecom/Unilab.
Já o estudante Luan Eduardo, do curso de Ciências da Natureza e Matemática, participa do Projeto Lua Crescente e, empolgado, explicava o uso do telescópio Newtoniano, com montagem Dobsoniana. “É um projeto coordenado pelo professor Michel Lopes, em que levamos binóculos e telescópios para as praças de Redenção (centro e distrito de Antônio Diogo), Acarape e Barreiras. Fazemos sempre durante a Lua crescente, porque fica melhor para ver as superfícies da Lua”, disse.
![Estudantes do Curso de Ciências da Natureza e Matemática com o telescópio Newtoniano, com montagem Dobsoniana.](http://www.unilab.edu.br/wp-content/uploads/2015/11/DSC_0012-345x231.jpg)
Estudantes do Curso de Ciências da Natureza e Matemática com o telescópio Newtoniano, com montagem Dobsoniana. Foto: Assecom/Unilab.
No stand do Ieds, os estudantes explicavam o projeto “Aumento da eficiência energética de uma frota de ônibus urbano: treinamento de condutores”, enquanto no IDR os trabalhos em foco eram a Incubadora Tecnológica de Economia Solidária (Intesol) e a Fazenda Experimental Piroás, que fica no distrito de Barra Nova, em Redenção.
Agregando o curso de Letras e o Bacharelado em Humanidades – com as terminalidades de Pedagogia, História, Antropologia e Sociologia -, o IHL apresentou o projeto “Desempenho Nota 10”, que combate a evasão de recém-ingressos, com acompanhamento; o curso de Pedagogia, com caráter inovador por ser afrocentrado; além dos projetos Revisa, English Club e o Pibid, com o subprojeto Leituras da África.
O ICSA reforçou as informações sobre o Mestrado Acadêmico em Sociobiodiversidade e Tecnologias Sustentáveis, com duas linhas, e os cursos de graduação em Administração Pública, nas modalidades presencial e a distância.
Campus dos Malês
Neste primeiro dia do evento, as atividades no Campus dos Malês se concentraram em minicursos. Aconteceram seis oficinas com temáticas que abordaram assuntos científicos e culturais, ministradas por professores do campus.
![IMG-20151112-WA0033](http://www.unilab.edu.br/wp-content/uploads/2015/11/IMG-20151112-WA0033-345x158.jpg)
Oficina “Formatação de textos nas normas da ABNT”, da professora Carolina Rodrigues. Foto: Assecom/Unilab.
Com a proposta de estimular e orientar o desenvolvimento da pesquisa, a professora Caroline Rodrigues ministrou a oficina “Formatação de textos nas normas da ABNT”, a qual teve expressiva participação dos estudantes. Já a professora Elizia Ferreira, com a parceria dos argentinos Verônica Navarro, Marcelino Ramos e Maga Schüle, ofereceu a oficina “O Caminho da Zamba – aportes Africanos nas danças da América Latina”, em que fez uma abordagem teórica e prática sobre a influência da dança africana nesta América. Para ela, “há inúmeras danças africanas espalhadas pela América Latina e o evento é uma maneira de vivenciar e de falar da antropologia e da história da Zamba que faz parte de nossa história também”, disse Elizia.
![20151112_145222](http://www.unilab.edu.br/wp-content/uploads/2015/11/20151112_145222-345x180.jpg)
Oficina “O Caminho da Zamba – aportes Africanos nas danças da América Latina”. Foto: Assecom/Unilab.
A oficina “Afro-sabedorias e valores civilizatórios afro-brasileiros”, ministrada pelo professor Márcio André dos Santos, tratou de assuntos que abordam a temática afrodescendente, a partir de exemplos e vivências que refletem sobre as lutas e conquistas raciais. De acordo com o estudante do curso de Bacharelado em Humanidades (BHU) que participa da ação, Ocante Antônio Ie, “o conhecimento é positivo para o acadêmico e esse minicurso amplia a percepção dos estudos nessa temática que aborda as identidades e as formas que as pessoas, de um modo geral, veem, os negros. O professor André estimula o debate, através de informações sobre leis, textos, filmes e exemplos de casos”, afirmou.
O dia terminou com a apresentação do grupo “Bota a Fala: hip-hop, reconhecimento e paideia democrática”, formado por estudantes do Campus dos Malês que fazem parte dos projetos de extensão, coordenado pelo professor Marcos Carvalho Lopes.
Confira a programação completa.