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Lorita Pagliuca recebe título de Professor Emérito na UFC

Data de publicação  26/09/2016, 14:44
Postagem Atualizada há 8 anos
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A professora homenageada, Lorita Pagliuca, com o reitor da UFC, Henry Campos. Foto: UFC.

A professora homenageada, Lorita Pagliuca, com o reitor da UFC, Henry Campos. Foto: UFC.

A professora visitante sênior nacional da Unilab, Lorita Pagliuca, foi homenageada na Universidade Federal do Ceará (UFC) com o título de Professor Emérito, no último dia 22, após 28 anos de trabalho na instituição.

Ao agradecer a homenagem, a professora Lorita Pagliuca confessou que, nos dias que antecederam essa noite, a primeira lembrança que lhe ocorreu foi a de seus pais – Sady Freitag (in memoriam) e Oswaldina Muller Freitag –, que, com a irmã Cladis, formaram seu alicerce moral. “Na visão simples do mundo de duas pessoas que frequentaram quatro anos de bancos escolares, foram construídos os valores da responsabilidade, da honestidade, do respeito, dentre muitos outros”, reconheceu emocionada.

“Fazer a entrega do título de Professor Emérito é um dos gratos momentos que a Universidade Federal do Ceará vive, porque é quando reconhecemos, publicamente, os méritos de nossos companheiros e hoje, o da professora Lorita Marlena Freitag Pagliuca, a quem agradecemos por tudo o que fez, e segue fazendo, pela Instituição”, declarou o reitor da UFC, Henry Campos, durante a solenidade de outorga da honraria.

Após décadas de dedicação à UFC, a professora Lorita está na Unilab, no Instituto de Ciências da Saúde (ICS), desenvolvendo pesquisa e integrando o corpo docente do Mestrado em Enfermagem. Na cerimônia de outorga do título, a instituição foi representada pela professora Emília Chaves, que destacou a importância de trabalhar com a docente homenageada. “A professora Lorita tem ampla experiência na graduação e pós-graduação, além de experiência com aspectos da lusofonia. Todos nós do ICS, como jovens docentes em sua maioria, estamos aprendendo muito com ela, especialmente no âmbito da Pós-Graduação; ela está na Unilab e, entre outras atividades, desenvolve pesquisas no âmbito da lusofonia e junto a pessoas com deficiência. Com certeza, o ICS só tem a ganhar com a presença da professora Lorita na Unilab”, afirmou.

A concessão do termo de outorga do título foi aprovada em reunião do Conselho Universitário em 31 de outubro de 2013.

Foto: UFC.

Foto: UFC.

Lembranças – Em seu pronunciamento, a Profª Lorita voltou ao tempo em que frequentava a escola primária, passando pelo ensino médio – fez Escola Normal, “já contaminada pelo ensino”, observou, dizendo que “a escolha da Enfermagem foi influenciada por vários fatores: gostava de me relacionar com pessoas, tinha interesse em saúde”. A escolha, aliás, não agradou a seu pai, que achava não ser um curso “para moças direitas”.

Conseguiu ingressar na Faculdade de Enfermagem São José, da Santa Casa de São Paulo, que apresentava a vantagem da titulação em três anos, por ter aulas até aos sábados, não conceder férias em julho, apenas 15 dias em dezembro.

Mas recorda que “nem tudo eram flores”, porque sua vida acadêmica “transcorreu nos anos da ditadura militar”, que lhe trazem lembranças dolorosas, como o estágio no pavilhão da psiquiatria do Hospital das Clínicas da USP, onde foi apresentada a torturadas políticas internadas com diagnóstico de doença mental para preservar-lhes a vida.

Depois de graduada, o primeiro emprego foi no Hospital da Beneficência Portuguesa, em São Paulo, que considera “uma experiência ímpar, por ter como presidente da entidade o saudoso empresário Antônio Ermírio de Moraes, que me despertou para a questão do custo da saúde, pois ele, como engenheiro e empresário, queria saber quanto cada coisa custava, cada material, cada intervenção, cada cuidado. Enfim, a saúde tem preço”.

Ao fazer mestrado, “um novo encontro com a ditadura” aconteceu na Escola de Enfermagem da USP. “O sistema de ‘inteligência’ estava dentro da Escola. Ligações eram censuradas. Mas havia forte movimento de reação”, admite.

Alerta – Ao final de sua fala, Lorita Pagliuca alertou para o “momento histórico que atravessamos, que retira direitos sociais tão arduamente construídos pelos brasileiros, quando temos de nos comportar, mais ainda, como agentes de mudança, e continuar demandando por reconhecimento e recursos para educação e saúde”. E prosseguiu: “Precisamos da inclusão social do pobre, do negro, do deficiente. Precisamos da inclusão no mercado de trabalho dos enfermeiros, dos mestres e dos doutores que formamos. Eles não são artigo de luxo, mas um bem de primeira necessidade”, sentenciou.

Nos jardins da Reitoria, a professora Lorita Marlena Pagliuca foi surpreendida com homenagem de suas ex-alunas, coordenada pela professora Cristiane Rebouças, que registraram, em telão, passagens de sua vida acadêmica.

Matéria adaptada de UFC.

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