Unilab promove palestra sobre os “Desafios da inclusão de autistas no ensino superior”
Na última sexta-feira (30), a psicopedagoga, Patrícia Trigo, especialista em Educação em Inclusiva, ABA e pós-graduada em Autismo e Ciências do Comportamento no SencaColle, Toronto promoveu um diálogo com a comunidade acadêmica presente e demais interessados sobre a temática “Autismo e inclusão no ensino superior”.
O evento foi idealizado pelo Instituto de Engenharias e Desenvolvimentos Sustentável (Ieds) e com apoio da Núcleo de Assistência à Saúde do Estudante (Nuase/Coase), vinculado à Pró-Reitoria de Políticas Afirmativas e Estudantis (Propae) e aconteceu no auditório administrativo do Campus da Liberdade, Redenção/CE.
Segundo, professora do Ieds, Ada Sanders, a necessidade da capacitação surgiu devido ao ingresso de um estudante, de Tabuleiro do Norte/CE, no curso de bacharelado em Engenharia de Energias, o qual se encaixava no perfil do Transtorno do Espectro Autista (TEA). “Diante deste quadro de inclusão, houve a necessidade de ter um conhecimento a mais e específico sobre o tema, buscamos então, o correto auxílio para melhor auxiliar o aluno diante da significativa capacidade que tem em ciências exatas, porém, com dificuldades em disciplinas mais teóricas”, esclareceu.
Diante dessa realidade social, o Ieds fez o convite à psicopedagoga, Patrícia Trigo, já que muitos professores da Unilab desejavam a capacitação. “Não temos que esperar que venha aluno para encontrar a solução, temos que nos capacitar antes que eles cheguem. Este é o primeiro aluno de muitos que virão”, concluiu.
Alexandre Andrade Peixoto, estudante e tutor júnior do Programa Pulsar, está cursando o segundo semestre do curso de Engenharias e Energia que, segundo ele, foi fundamental o pós-diálogo, já que palestra foi muito proveitosa e produtiva, mostrou a aceitação dos professores e público presente. “Essa oportunidade é uma semente e será replicada, vai ser germinada e se transformará numa grande árvore. Espero que outras oportunidades surjam”, relatou.
A participação e inclusão do estudante à este programa, segundo Ada Sanders, foi estratégica já que o programa visa promover o acolhimento e a adaptação do estudante de graduação com acompanhamento e orientação acadêmica aos estudantes dos cursos de graduação da Unilab através de tutoria.
Segundo a mãe do estudante, Jailma Peixoto, achou de grande importância esta ação promovida pelo Ieds para falar sobre o Autismo e inclusão. “Em relação à outras escolas, encontrei na Unilab um aparato melhor, apoio, acolhimento e aceitação de todos os professores ao meu filho, já que ele não tem muita autonomia, necessitando de uma flexibilização quanto às cobranças das atividades acadêmicas diante dos professores”, declarou.
Muitos participantes colaboraram com o diálogo e parabenizaram a universidade por abrir o espaço para discutir este tema tão delicado, ressaltando que muitas crianças que se tornam adultas não conseguem ingressar no ensino superior. “Não podemos esperar que a capacitação, informações aconteçam. A capacitação surge com a vivência e conhecimento de cada ser em especial. Elas estão clamando por um olhar com atitude”, relatou a participante Ana Célia.
Para Rafael Cipriano, interprete de libras no Setor de Acessibilidade da Coase/Unilab, a palestra sobre o Autismo foi de grande importância para que várias áreas tenham acesso a este tipo de conhecimento de realidade social. Destacou que a palestrante trouxe muito mais do que a reflexão sobre o tema, apresentando experiências positivas com inclusão no mercado de trabalho sendo aproveitadas cada uma com a sua especificidades.
“O Autismo é uma necessidade que temos que ver a pessoa como ela é. Precisamos entender que é possível promover esta inclusão numa universidade e nos adaptar ao conteúdo, comportamento e as habilidades de formar futuros profissionais conscientes com formação humana em diversas áreas do conhecimento. O ganho é mútuo”, destacou Rafael.
A psicopedagoga, Patrícia Trigo, destacou o pioneirismo da Unilab quanto exposição da temática, já que muitas instituições de ensino superior e corpo docente, têm dificuldades em ter esta conversa. “De forma positiva, quando se abre a discussão sobre o autismo percebe-se a sensibilidade e a preocupação dos profissionais em se adequar às crianças”, esclareceu.
O futuro profissional desses alunos, na visão da psicologia, “deve ser acompanhada pelos pais com muito diálogo e buscar parcerias com empresas para poder fazer a transição dos alunos no mercado de trabalho de forma gradativa e certeira, que seja eficiente senão elas não vão suportar tolerar o mercado de trabalho”, concluiu Patrícia Trigo.