Debate aborda Unilab como lugar de formação de intelectuais africanos
“África lusófona: A Unilab como lugar de formação de intelectuais africanos” foi o título de um dos grupos de debate ocorridos na tarde desta terça-feira, na programação da III Semana da África.
O momento foi conduzido pelo estudante do curso de Sociologia, Felisberto Mango. Guineense, ele destacou que os discentes precisam dar o retorno esperado às nações de origem. “Nossos países precisam muito de nós. Somos quase mil estudantes africanos na Unilab, é um número significativo que pode fazer mudar nossos países, mas isso depende do tipo de formação que temos”, sublinhou.
Os estudantes apontam que uma etapa desejável de cooperação seria o estágio nos países de origem. “A realidade que estudamos aqui pode não ser exatamente a mesma coisa de lá, queremos aplicar o que aprendemos já nos nossos países, nos estágios que estão previstos nos planos pedagógicos dos cursos para ocorrerem no país de origem do discente”, ressaltou Felisberto.
A cabo-verdiana e estudante de Pedagogia, Jezabel Gertrudes, ressaltou a dificuldade maior enfrentada por mulheres na busca por se tornaram intelectuais. “Devemos repensar nossa postura aqui na Unilab. Precisamos ler mais e também questionar os saberes que vêm sendo produzidos sobre nosso continente, pois daqui a dez anos é esse saber que será tido como verdade, mas a partir de que fontes foi pensado?”, indagou.
O estudante Eusébio, guineense que cursa Letras na Unilab, contribuiu para o debate destacando a necessidade de se criar uma filosofia própria do continente africano e a partir de uma intelectualidade coletiva e mobilizada para a mudança social. “Não adianta sermos intelectuais cada um isolado, é preciso união”, salientou.
Também estudante de Letras e guineense, Bruno chamou a atenção para a forma como a missão da Unilab pode se materializar nas disciplinas de cada curso.
III Semana da África
A semana da África aflora da comemoração do dia 25 de maio, celebrada como “Dia da Libertação Africana”, a data que também é marco histórico da criação da Organização da Unidade Africana (OUA), em 1963, em Addis Abeba, na Etiópia, hoje conhecida como União Africana (UA).
Nesta quarta-feira (24), a Semana da África terá o lançamento do livro “O Pacto das Elites e sua representação no Romance em Angola e Moçambique”, da professora do curso de Letras da Unilab, Sueli Saraiva, além da mesa-redonda “África na atualidade: das lutas pelas independências ao neocolonialismo” e noite cultural.
Veja a programação completa, que se estende até sábado.