Unilab forma 200 novos profissionais brasileiros e estrangeiros
Mais que emoção e alegria, a colação de grau de cerca de 200 concludentes de cursos de graduação da Unilab, na última sexta-feira (25), foi a coroação de um longo processo de formação científica de brasileiros e estrangeiros, em um contexto de integração de saberes e culturas. A cerimônia, que ocorreu no Campus das Auroras, em Redenção/CE, marcou a formatura da primeira turma do curso de Letras – Língua Portuguesa.
Administradores, bacharéis em Humanidades, engenheiros agrônomos, engenheiros de energias, enfermeiros e professores de Língua Portuguesa e de Ciências da Natureza e Matemática foram os novos profissionais que a instituição entregou à sociedade. Entre eles, 18 são do Timor-Leste, país membro da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). Eles foram prestigiados na cerimônia pelo Embaixador do país, Gregório de Sousa; o Adido da Educação, Abrão dos Santos; e o assistente do Adido de Educação, Cesaltino Ximenes.
Participaram do evento o reitor, Anastácio Queiroz; a vice-reitora, Lorita Pagliuca; a Pró-Reitora de Graduação em exercício, Albanise Marinho; os coordenadores dos cursos, demais gestores acadêmicos e autoridades locais.
A emoção de fazer parte da Unilab esteve presente nos discursos dos oradores dos sete cursos. O pronunciamento do concludente do curso de Engenharia de Energias, Marcelo Rodrigues Pontes, destacou: “Entre os desafios, um curso novo em uma universidade nova e no interior do Ceará. O que tivemos que enfrentar traduz-se em uma elaborada engenharia reversa!”. O discente, natural de Mulungu/CE, na região do Maciço de Baturité, expressou a importância de a Unilab prover educação superior no interior do Nordeste citando Antônio Sales, autor de “Aves de Arribação”: “O sonho do nordestino humilde já não mais é alçar voos para as lonjuras do Sudeste, mas estabelecer-se em nosso torrão. Deixamos de ser aves de arribação”.
A angolana Loias Sara Bernardo Wango, escolhida como oradora do curso de Bacharelado em Humanidades (BHU), enfatizou o processo de formação acadêmica pelo qual passaram. “A universidade não forjou em nós, formandos, somente as regras e as ferramentas para que nos tornemos profissionais na área de atuação que escolhemos. Ela forjou e fortaleceu sentimentos nobres e convicções, apurou nossa visão crítica, delineou novos caminhos, mas, acima de tudo, reafirmou e fortaleceu o sentimento de que o conhecimento é uma forma de poder incontestável”, disse.
Entre os concludentes das licenciaturas, a oradora da turma do curso de Ciências da Natureza e Matemática, Verdiana Torres da Silva, destacou a importância do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid). “Somos gratos por participar de um programa que foi um aporte necessário na decisão de ser professor. Por que Ciências da Natureza e Matemática? Porque os nossos alunos merecem professores capacitados em diversas áreas”, afirmou. O Pibid oferece bolsas a estudantes de cursos presenciais que se dediquem ao estágio em escolas públicas com o intuito de que, quando graduados, se comprometam com o exercício do magistério na rede pública.
Formação científica e a articulação com as comunidades locais
Segundo dados do Relatório de Bolsas 2011 a 2017, produzido pela Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (Proppg), a Unilab já ofertou 586 bolsas de Iniciação a Pesquisa, financiadas pela própria instituição, pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e pela Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap). O Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (Pibic) visa apoiar a política de Iniciação Científica desenvolvida nas Instituições de Ensino e/ou Pesquisa, por meio da concessão de bolsas a estudantes de graduação integrados na pesquisa científica.
Ex-bolsista do Pibic, Gleiciane Gomes, concludente do curso de Enfermagem, apresentou em seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) a pesquisa “Construção de uma tecnologia assistiva para pessoa com deficiência auditiva sobre sexualidade e prevenção às infecções sexualmente transmissíveis (IST)”. O estudo, que teve orientação da professora Paula Marciana de Oliveira, do Instituto de Ciências da Saúde (ICS), discutiu a produção de videoaulas com acessibilidade abordando saúde sexual e reprodutiva.
Já o artigo científico “Variação linguística: das discussões acadêmicas aos livros didáticos”, do concludente Evilasio Silva, ex-aluno do Programa de Educação Tutorial (PET), fez a análise dos livros didáticos de língua portuguesa da coleção “Língua Portuguesa: Linguagem e interação”, de Faraco, Moura e Maruxo Júnior (2010), utilizados em escola de Ensino Médio do município de Redenção-CE, que abordam o fenômeno da variação linguística. A pesquisa teve a orientação da professora Léia Cruz de Menezes, do Instituto de Humanidades e Letras (IHL) e foi publicada na Revista acadêmica e científica “Ao Pé da Letra”, periódico dos alunos da Graduação em Letras do Departamento de Letras da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), a qual recebeu a qualificação (2016-2017) de Qualis Letra/Linguística: B2.
A concludente Cilmara Talyne Costa, filha de agricultores da zonal rural do distrito de Antônio Diogo, em Redenção/CE, trouxe a pesquisa “Milho Crioulo para o desenvolvimento de minimilho em conserva”, sob a orientação dos professores do Instituto de Desenvolvimento Rural (IDR), Ana Carolina da Silva Pereira (orientadora) e Lucas Nunes da Luz (co-orientador). Sua pesquisa discutiu sobre a maior rentabilidade para a cultura do milho em pequenas áreas, trazendo como alternativa o cultivo de milhos especiais, como o minimilho, definido como uma espiga imatura ainda não fertilizada, colhida antes da formação dos grãos, sendo, nestes casos, considerado uma hortaliça. O experimento foi instalado na Fazenda Experimental Piroás, da Unilab, localizada no distrito de Barra Nova, em Redenção-CE.