Ciência, Pesquisa e Cultura são destaque na IV Semana Universitária
Na tarde desta terça-feira (25), no Campus das Auroras, em Redenção/CE, as atividades da quarta edição da Semana Universitária continuaram com a apresentação da palestra “Matemática está em tudo”, dentro da mobilização nacional “Dia C da Ciência”, ministrada pelo professor Carlos Humberto Soares Junior, da Universidade Federal do Piauí (UFPI), que veio mostrar que a Matemática está presente em tudo. “É preciso ensinar a Matemática de forma criativa, para fugir da aplicação de conteúdos formais da Matemática pura”, enfatizou Humberto Jr.
A ação foi apresentada dentro II Encontro de Ciências e Tecnologia, coordenado pela Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (Proppg), em parceria com o Colégio de Pró-Reitores de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação das Instituições Federais de Ensino e do Fórum de Pró-Reitores de Pesquisa e Pós-Graduação (Foprop).
Para o professor e coordenador do curso de Licenciatura em Matemática, vinculada ao Instituto de Ciências Exatas e da Natureza (Icen), João Francisco da Silva, a presença do tema veio para “enfatizar a importância da Matemática na sociedade e desmistificar impressões que a disciplina causa, algo difícil e inacessível”, declarou o docente.
Outra atividade em destaque foi a palestra do professor do Instituto de Humanidades e Letras (IHL) e do Mestrado Interdisciplinar em Humanidades (MIH), o historiador Fabio Eduardo Cressoni, sobre “A construção da abordagem histórica numa perspectiva afrocentrada por meio do uso da poesia negra”, focada em sala de aula.
Segundo dia (quinta-feira, 26)
No segundo dia de atividades, o IV Encontro de Educação a Distância promoveu as palestras: “Para onde caminha o ensino e a aprendizagem: tecnologias x metodologias”, com o professor Gilvandenys Leite Sales, do Instituto Federal do Ceará (IFCE) e os “Processos Formativos em EAD”, com a professora Nara Pimentel, da Universidade de Brasília (UnB). A docente apresentou os dados atuais e relatos do perfil e realidade da modalidade de Ensino a Distância (EAD) desenvolvida nas unidades públicas de ensino superior brasileira, além das novas legislações que estão promovendo mudanças na execução das atividades da EAD, além de possibilidades de desenvolvimento com parcerias de empresas privadas.
Diante da situação em que se encontram as instituição de ensino superior no Brasil, com falta de investimentos governamentais para mantê-las, a professora Nara Pimentel fez a citação “A Universidade é um bem público; ela está intimamente ligada a um projeto de país”, da obra “Pela Mão de Alice: o social e político na Pós-modernidade”, enfatizando a necessidade de defender as instituições públicas inseridas no projeto de existência de um país.
A mesa temática foi coordenada pela diretora da Educação a Distância da Unilab e professora do Instituto de Engenharia e Desenvolvimento Sustentável (IEDS), Maria Cristiane de Souza, além dos mediadores, Márcio Damasceno, professor do Instituto Federal do Ceará (IFCE), Fábio Castelo, professor da Universidade (UECE), e Henrique Pequeno, professor da Universidade Federal do Ceará (UFC).
Durante a tarde, as apresentações Posters e Orais foram desenvolvidas dentro das diversas edições dos encontros de Iniciação Científica, Programa Pulsar e Extensão, Arte e Cultura. Além das atividades de EAD, como realização de oficinas de técnicas de utilização do Prezi e minicurso sobre afetividade em EAD: condições sine qua non no ambiente virtual de aprendizagem.
Na Bahia
O segundo dia da IV Semana Universitária no Campus dos Malês, em São Francisco do Conde/BA, foi de muita divulgação científica e incentivo à pesquisa. Ao todo, 41 trabalhos foram apresentados em forma de pôster e submetidos aos avaliadores cadastrados pela comissão do evento.
“Por uma história de África a partir dos ossos de Ishango” foi o tema da pesquisa dos discentes Bartolomeu José, Dairine Lara e do docente Ercílio Neves. A partir da análise de um importante achado arqueológico para a África e para a humanidade – os ossos de Ishango -, os autores conheceram a ferramenta feita de ossos de babuíno, com uma série de traços talhados em três colunas, datada da era do Paleolítico e descoberta em 1960, no Congo.
Com a pesquisa, foi observado que os ossos eram utilizados para realizar contagens e os traços indicam uma compreensão matemática. Outros pesquisadores chegam a apontar que tais ossos constituem a primeira calculadora criada pelo homem. “Com essa descoberta, percebemos que muito antes de os europeus identificarem as ciências exatas, os africanos já tinham esse conhecimento”, defende Dairine Lara.
“Essa descoberta ajuda na autoestima e afirmação dos africanos, afrodescendentes e negros, que passam a se enxergar como também pioneiros nas ciências, produzindo conhecimento científico”, completou a estudante.
Bartolomeu José, também autor da pesquisa, explica a necessidade de continuidade da pesquisa. “Nós vamos prosseguir com o trabalho. A ideia é abrir a abordagem, pois pouco se discute sobre os ossos de Ishango. O eurocentrismo ainda abafa essas questões”, afirmou o discente. Bartolomeu frisou, ainda, que estudando e fazendo ciência, eles puderam começar a pensar a partir da África como berço da humanidade. E os ossos de Ishango fazem parte disso.
Condizente com o tema da IV Semana Universitária, que também trata da interiorização, as alunas Isabela Carolina e Débora Menezes, sob a coordenação da professora Elizia Cristina, apresentaram o trabalho “Corpo Encruzilhada – Tradições do Recôncavo Baiano”, fruto de um grupo de pesquisa da Unilab. De acordo com as autoras, o trabalho, que tem apenas três meses e é desenvolvido na comunidade de Acupe, próxima a São Francisco do Conde/BA, já trouxe grandes mudanças e informações para a comunidade, tanto acadêmica quanto externa.
A pesquisa trabalha com a ideia de levar para a universidade os saberes dos mestres populares de cultura e promover a troca de conhecimentos. “Desde junho, realizamos oficinas e vivências que trabalham com os aspectos culturais e artísticos da localidade. Entendemos a necessidade de devolver à comunidade o que ‘retiramos’ dela para nosso estudo”, ressaltou a estudante do terceiro semestre do Bacharelado em Humanidades (BHU), Isabela Carolina.
Ela também enfatizou a importância da Semana Universitária como vitrine para o que tem sido realizado dentro e fora do campus. “O evento nos ajuda a desmistificar culturas e saberes considerados exóticos. As pessoas não conheciam as manifestações e tinham receio e preconceito sobre os grupos culturais. Agora estamos conseguindo uma paridade, um equilíbrio entre os saberes culturais locais e os acadêmicos”, finalizou.
Entre os dois turnos de apresentação de trabalhos, o Coral da Integração da Unilab, coordenado pelo servidor técnico-administrativo Dilson Gonçalves e fruto do Projeto de Extensão PB-ART, reuniu e envolveu a comunidade no hall de entrada do campus.
Confira a Lista de eventos da programação!
Para outras informações, acesse o site da IV Semana Universitária. Em caso de dúvidas, um e-mail pode ser enviado ao endereço semuni@unilab.edu.br.