Interiorização e internacionalização demonstram que “conhecimento não tem fronteira”
A quarta edição da Semana Universitária da Unilab, com o tema “Desafios da Internacionalização e da Interiorização do Ensino Superior”, teve o encerramento das atividades nesta sexta-feira (27), nos campi do Ceará e da Bahia, com apresentações de pôsteres, oficinas, mesas-redondas, exposição de fotos, mini-cursos, aprendizagem da culinária africana e afro-brasileira, palestras e avaliação pelos professores convidados de outras unidades acadêmicas e docentes da Unilab, além da mesa de debate sobre o balanço da IV Semana Universitária e os desafios para 2018.
Segundo Leno Pinheiro, presidente da comissão organizadora da Semana Universitária da Unilab, coordenada pela Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (Proppg), esta edição teve uma articulação afinada junta à comissão do Campus dos Malês/BA. Além do crescente número de participantes prestigiando as atividades em todos os campi da Unilab, a quarta edição apresentou um número de trabalhos superior ao das edições anteriores.
“Houve uma melhor definição das ações que estavam sendo realizadas simultaneamente distribuídas nos encontros, com suas especificidades próprias e modalidades de trabalho, facilitando, cada vez mais, o acesso da comunidade aos trabalhos produzidos pelos docentes e discentes, enfatizando o nosso diferencial quanto às práticas de interiorização e internacionalização da Unilab”, declarou Leno Pinheiro.
Nos campi do Ceará, várias atividades participaram do encerramento da edição, dentre elas: oficinas de danças africanas: Afro House, Kuduro, Semba de Angola; roda de conversa sobre as técnicas de análises da biodiversidade em estudos de conservação ambiental; mesa-redonda sobre hanseníase no Ceará e a palestra com o professor e coordenador do curso de Licenciatura Intercultural Indígena da UFC, Kleber Saraiva, com o título: “Cordialidade e Relativismo Cultural-Ideológico na Democracia Brasileira”.
Outro destaque, segundo o presidente da comissão organizadora, foi a apresentação dos trabalhos dos estudantes da Educação a Distância (EAD) no VI Encontro de Iniciação Científica, não somente alocados no encontro próprio da modalidade.
Entre diferentes temas e experiências, as apresentações de pôsteres e experimentos práticos estiveram presentes no último dia do evento, envolvendo, em um único espaço, todos os encontros científicos e estudantes de diversos cursos ofertados pela instituição.
As apresentações orais tiveram destaque com avaliações de profissionais de outras unidades acadêmicas, como da egressa do curso de Engenharia de Energias, do Instituto de Engenharias e Desenvolvimento Sustentável (Ieds), Maria Rafaele Costa Feitosa. A pesquisadora defendeu a “Reutilização das lipases de candida antarctica do Tipo B (CALB) imobilizadas em nanopartículas magnéticas (NPM) na produção de biogás”, sob a orientação da professora Cristiane Martins e coorientação do professor do Ieds, Cleiton dos Santos. Na ocasião, o trabalho foi avaliado pelo professor da Universidade Federal do Ceará (UFC), João José Hiluy Filho.
A pesquisa desenvolvida por Maria Rafaele correu por cerca de um ano no laboratório da Unilab, instalado no Campus das Auroras, tendo como foco a reutilização das enzimas lipases, de custo alto para o processo industrial, mostrando a utilidade, potencialidade e eficiência após a reutilização, além da busca pela redução de custos. “É muito bom quando se apresenta um trabalho e ser elogiada pelo que faz, mostrando para universidade que vale a pena entrar na pesquisa”, declara emocionada Rafaele Feitosa, moradora do município de Barreiras/CE.
Para o professor e doutor em Engenharia de Processos Químicos da UFC, que participou, anteriormente, das primeiras oficinas de instalação do curso de Engenharia de Energias da Unilab, “a qualidade das pesquisas desenvolvidas pelos acadêmicos da instituição, em especial da área em avaliação, Engenharia Química, tem nível de qualidade excelente. Considerando a essência da Unilab, o atributo internacional mostra que o conhecimento não tem fronteira”, afirmou José Hiluy.
Na Bahia
O terceiro e último dia de atividades no Campus dos Malês, em São Francisco do Conde/BA, teve a apresentação do trabalho “Ubuntu e o desenvolvimento econômico na África”, do estudante Clemente Mendes. Sua pesquisa foi fruto de um projeto de iniciação científica coordenado pelo professor do Instituto de Humanidades e Letras (IHL), Basilele Malomalo. O pesquisador questionou o sistema capitalista e seu modelo de gestão, sugerindo um diálogo, a partir de autores africanos, com a filosofia Ubuntu.
“Cada território tem suas especificidades e não entendemos que o modelo capitalista responda nossas questões. Nosso objetivo, portanto, é investigar, a partir da literatura africana e afro-diaspórica, a filosofia ancestral do Ubuntu, almejando a construção de uma nova sociedade”, explicou Clemente. Concordando com essa investigação, o professor avaliador Deolindo Barros parabenizou o trabalho e incentivou a continuidade da pesquisa, revelando interesse pela abordagem.
A professora da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), Edinélia Souza, também avaliadora do trabalho, enfatizou a importância da perspectiva dada pelo autor da pesquisa, inclusive a considerando inovadora. “É preciso pensar uma outra possibilidade de civilização e você traz essa relação muito bem conectada no seu projeto”, afirmou Edinélia, ressaltando o caráter interdisciplinar do estudo.
Para a presidente da comissão organizadora do evento na Bahia, professora Maria Cláudia Cardoso, a Semana Universitária é o principal evento da instituição. “É nela que todas as atividades realizadas pelos programas e projetos são apresentadas”, afirma. O resultado disso é que “as pessoas ficaram encantadas com os trabalhos apresentados. Nossos alunos estão fazendo pesquisas maravilhosas. Eles estão se apropriando de metodologias e sabem como utilizá-las. Sabem apresentar suas problematizações e corte teórico; e isso é muito importante. É sinal de que os estudantes estão se apropriando do fazer acadêmico e que eles têm exercido isso nas salas de aula e fora delas”, comemora a professora.
O êxito do evento também foi evidenciado nas palavras do diretor em exercício do Campus dos Malês, Pedro Leyva. O professor explicou que não é possível dar uma avaliação conclusiva sobre a edição, em tão pouco tempo, mas percebe que o sucesso da Semana Universitária é reflexo do crescimento das pesquisas científicas na Unilab.
Pedro Leyva recordou, ainda, a Conferência de Abertura, com o diretor e presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (FAPESB), Lázaro Passos Cunha, realizada na última quarta-feira (25). “Foi um grande marco iniciar a Semana Universitária com uma palestra sobre fomento à pesquisa e ver como isso contribui para a consolidação da universidade”. O diretor em exercício observa que daquele momento até o encerramento da IV Semana Universitária, tratou-se de um percurso da caminhada científica que a instituição tem pela frente, com resultados que serão vistos, testados e inseridos na construção do conhecimento.
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