300 estudantes da Unilab colam grau em cerimônia marcada por discursos sobre superação, luta e amizade
Toda vitória enseja um olhar ao passado e futuro: rememorar desafios e superações, agradecer aos amigos e família e desejar manter-se na caminhada. Esse foi o tom da colação de grau de 300 estudantes da Unilab, na última sexta-feira (19), no pátio do Campus das Auroras, compondo a maior solenidade já registrada nos campi da Unilab em termos de quantidade de concludentes.
Vestindo becas e o melhor sorriso, celebraram com familiares, professores e colegas os graduandos de nove cursos: bacharelados em Administração Pública, Agronomia, Enfermagem, Engenharia de Energias e Humanidades e licenciaturas em Pedagogia, Sociologia, Ciências da Natureza e Matemática e Letras – Língua Portuguesa.
Natalha Morais, formanda do curso de Letras – Língua Portuguesa, é moradora de Redenção e sublinha a importância do projeto Unilab. “Somos pobres, filhos de trabalhadores, agricultores, negros e tivemos a oportunidade de ter uma universidade aqui. Agradecemos a todos pelo projeto Unilab. Pretendo continuar na academia e voar! Alçar novos voos será possível, porque tivemos uma boa formação”, destaca.
Quem também pretende voar é Ricardo Maria da Cruz. O timorense de 27 anos já está com passagem comprada para voltar ao seu país, no início de fevereiro, e retorna com o peito cheio de esperança. “Foram cinco anos de batalha e conseguimos colher o que plantamos. Agora sinto muita alegria e, chegando ao meu país, vou compartilhar o que aprendi”, disse.
Em seu longo vestido verde esmeralda, Rosa Maria Jacinto, Rosinha, como é mais conhecida, celebra a vitória do filho, Alan Sidney, formando em Enfermagem e já matriculado no mestrado em Enfermagem da Unilab.
“Agradeço a deus e à universidade, que o acolheu de uma maneira tão generosa. Eu não sabia a imensidão do que seria a Unilab, tive a oportunidade de vir algumas vezes e vi que era uma universidade melhor do que eu imaginava, superou as minhas expectativas. Hoje sou só alegria e saudade do meu esposo, das conversas que tínhamos de que íamos fazer de tudo para os nossos filhos se formarem no curso que eles escolhessem”, conta.
Todos os cursos enviaram um estudante à tribuna para compartilhar suas impressões sobre o período vivido e mensagem para o futuro. Cidiane Barros, do curso de Administração Pública, destacou as renúncias ao longo do caminho. “A força de vontade e a busca por um ideal são bem maiores que os desafios”, disse.
Adelino Lucena, da Agronomia, enfocou a origem dos estudantes, a maioria filhos de agricultores, e sintetizou a importância do campo com a famosa frase de luta dos movimentos dos trabalhadores rurais: “Se o campo não planta, a cidade não janta”. Já Diego da Silva, do curso de Enfermagem, ressaltou a escolha em servir ao próximo e o início de uma nova caminhada.
Cinthia Bibiano, do curso de Engenharia de Energias, considerou que, nos 1.005 dias de atividades acadêmicas, “o partilhar foi mais importante que o reter”, destacando a união da turma. Maria da Luz, do Bacharelado em Humanidades, ressaltou a importância da diversidade na Unilab e, em uma fala cheia de resistência, conclamou os estudantes a nunca se esquecerem de suas origens.
Welisson Pires, do curso de Ciências da Natureza e Matemática, reafirmou o compromisso dos formandos em promover a educação, seja no Brasil ou em seus países de origem. Luciana Lopes e Natalha Morais, do curso de Letras – Língua Portuguesa, homenagearam os colegas que se foram jovens, Sebastião Silva dos Reis, João Batista de Menezes e Jonas Pinheiro.
Por fim, Marygidiane Cavalcante e Iadira Impanta, dos cursos de Pedagogia e Sociologia, respectivamente, ressaltaram o pioneirismo dos estudantes, a maioria sendo os primeiros de suas famílias a terem acesso ao ensino superior, e também o ambiente de liberdade que a universidade proporciona.
A vice-reitora da Unilab, Lorita Pagliuca, sublinhou o projeto pedagógico institucional da universidade e seu compromisso com o reconhecimento das diferenças entre povos e culturas, fazendo disso campo fértil para a problematização e análises críticas. “Daqui em diante, os novos profissionais assumem o compromisso, perante a sociedade, de exercer suas respectivas profissões com competência, responsabilidade social, retidão moral e ética”, afirmou.
Mesa de autoridades
A mesa de autoridades foi composta pela vice-reitora, Lorita Pagliuca; a pró-reitora de Graduação, Andrea Linard; o coordenador do curso de Administração Pública, Pedro Magrini; o coordenador do curso de Agronomia, Lucas Luz; a coordenadora em exercício do curso de Enfermagem, Monaliza Ribeiro; a coordenadora em exercício do curso de Engenharia de Energias, Cristiane Martins; a coordenadora do Bacharelado em Humanidades, Jacqueline da Silva; o coordenador da Licenciatura em Ciências da Natureza e Matemática, Lourenço Cá; a coordenadora do curso de Letras – Português, Cláudia Ramos; a coordenadora do curso de Pedagogia, Geranilde Gosta; e o coordenador do curso de Sociologia, Eduardo Machado.
Nesta sexta-feira (26), será a vez de 50 estudantes do Campus dos Malês, em São Francisco do Conde/BA. Os concludentes compõem o quadro de discentes do Bacharelado em Humanidades, 1º ciclo, e a cerimônia reunirá comunidade acadêmica, familiares e autoridades locais.