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Professores da Unilab lançam núcleo de pesquisas e estudos sobre o fenômeno religioso  

Data de publicação  11/11/2019, 09:52
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Os professores do Instituto de Humanidades (IH), Patrício Araújo e Francisco Macedo, no contexto do IV Novembro Afro-Brasileiro da Unilab, farão, a partir das 18h30min, do dia 26 de novembro, no auditório do bloco didático do Campus da Liberdade, em Redenção/CE, o lançamento oficial do “Tierno Bokar: Núcleo de pesquisas e estudos sobre o fenômeno religioso”. Para o lançamento deste núcleo está programado um conjunto de ações, que envolve Mesa Redonda com religiosos, conferência e lançamento de livros de autoria de membros do Núcleo.

Na noite do dia 26 de novembro acontecerá, às 18h30, no auditório do bloco didático do Campus da Liberdade, a Mesa Redonda com a participação dos seguintes convidados e convidadas: o professor Pingréawoga Béma (representando o Islã), a pastora Edna da Costa (representando as igrejas evangélicas), o padre Francisco Rodrigues (representando a igreja católica) e Ekede da Silva (representando as religiões afro-brasileiras). O tema da mesa será “Contribuições das tradições religiosas para a construção da cidadania (laica) no Brasil”.

Já na noite do dia 27 de novembro, a partir das 18h30, no mesmo auditório, terá vez a conferência intitulada: “Racismo e intolerância religiosa em contextos pedagógicos: aportes teóricos e metodológicos”, proferida pelo professor Rosenilton de Oliveira, da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP).

Na noite do dia 28 de novembro, às 18h, por sua vez, também no auditório do bloco didático, haverá o lançamento de dois livros de autoria de membros do Núcleo de estudos Tierno Bokar. Os livros são os seguintes: “Candomblé sem sangue? Pensamento ecológico contemporâneo e mudanças rituais nas religiões afro-brasileiras” (2019), de autoria do professor Patrício Araújo, e “No candomblé, quem é homem e quem não é?” (2019), de Kaio Lemos, bacharel em Humanidade e Antropologia pela Unilab e atualmente estudante do mestrado em Antropologia da Unilab/UFC. Ambos os livros são resultantes de pesquisas realizadas pelos autores ao longo de alguns anos da sua trajetória já na Unilab.

 

Sobre o Núcleo:

O Núcleo de pesquisa que acaba de nascer leva o nome de um importante místico e líder religiosos do Senegal que viveu entre o final do século IX e início do XX. Tierno Bokar, a quem Amadou Hampaté Bâ chamava de “O sábio de Bandiagara”, estabeleceu diálogos importantes entre o Islã e as demais religiões existentes na África Ocidental. A biografia de Tierno Bokar reflete a intenção do Núcleo nascente, que pretende estudar e pesquisar o fenômeno religioso nos seus mais diferentes e amplos aspectos.

Sobre os livros:

“Candomblé sem sangue? Pensamento ecológico contemporâneo e mudanças rituais nas religiões afro-brasileiras”

Neste livro, Patrício Araújo apresenta material de pesquisa que reuniu desde a sua pesquisa de mestrado, realizada em São Paulo, somado a entrevistas e outras fontes de pesquisa acerca do sacrífico de animais no candomblé e as questões contemporâneas em torno dessa prática em um mundo cada vez mais influenciado pelas diferentes expressões de movimentos ecologistas e de defesa dos animais. A partir de uma análise socioantropológica, o autor analisa os atuais movimentos de revisão dessa tradição, entre os quais se destacam as ações da ialorixá e iboressa Mãe Solange Buonocore (Guarulhos/SP) e o Alawowo Messecan Meyer Phurul (Havana/Cuba).

No candomblé, quem é homem e quem não é?

Resultado do seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) na Antropologia (Unilab), neste livro, o autor, Kaio Lemos, apresenta tensões que se estabelecem entre costumes e tradições de matriz africana e as questões de gênero, que surgem através da presença de homens transexuais no meio dessa cosmovisão religiosa. Através da sua experiência, o autor mostra que existe a possibilidade de romper com essa percepção, produzindo uma fissura no tecido das normas, tendo seu gênero masculino reconhecido e podendo executar tarefas ou desempenhar papeis que antes eram realizados apenas por homens cisgêneros. Nessa perspectiva, o autor busca compreender como se constroem as vivências dos homens trans com a prática religiosa relacionando os estudos de Gênero, Sexualidades e Religião através da análise dos discursos de sujeitos homens trans que interagem nesses espaços dos terreiros de candomblé.

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