Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira
Universidade Brasileira alinhada à integração com os países membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP)

Live com reitores comemora dez anos da Unilab

Data de publicação  21/07/2020, 16:30
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Comissão de implantação, diálogo e mobilização até a promulgação da lei 12.289/2010, que criou a Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab); instalação do Campus da Liberdade, primeiros servidores, primeiros estudantes e currículos. Tudo isso foi relembrado, como em uma viagem no tempo, durante a live comemorativa dos 10 anos da Unilab, com o ex-reitor pro tempore Paulo Speller e a ex-vice reitora pro tempore Maria Elias e com os atuais reitor e vice-reitora pro tempores Roque Albuquerque e Cláudia Carioca.

Primeiro reitor da Unilab, Paulo Speller presidiu a comissão de implantação da Unilab, vinculada à Secretaria de Educação Superior do Ministério da Educação (SESU/MEC). “A marca de nascimento da Unilab é a motivação, o engajamento que todos tinham com esse projeto de integração. Nosso país foi pioneiro, não é um ato tão simples criar uma universidade de integração internacional. A Unila (Universidade Federal da Integração Latino-Americana) também foi criada em 2010, mas são países vizinhos; nós estamos um pouquinho mais longe, tem que atravessar o oceano inteiro e chegar até perto da Austrália pra encontrar os amigos do Timor-Leste. É uma experiencia pioneira no sentido de que a Unilab, junto com a Unila, é das poucas que tem na sua lei de criação autorização para fazer cooperação internacional. Nós temos um mandado legal para a integração internacional”, destaca.

Entre o trabalho para implantação da nova universidade, Speller lembrou do cinturão de internet do Ceará com extensão para a Unilab e do esforço de pessoas de todo o Brasil, notadamente do MEC, Unesco, Fundação Palmares, Secitece e Prefeitura de Redenção, que cedeu o local onde foi instalado o Campus da Liberdade, sede administrativa da universidade.

Speller destacou ainda dois pontos: todos os concursos foram para professores adjuntos, com a exigência de doutorado (hoje a Unilab conta com 96,83% de professores doutores); e a preocupação em que a universidade fosse abraçada pelo Maciço de Baturité, o que resultou em um diálogo próximo com os prefeitos, presença constante na Unilab. “Desejo muita força e determinação para que vocês possam liderar esse processo. Vocês são líderes de um projeto, não apenas gestores. As pessoas olham para vocês em busca de uma resposta, uma inspiração”, afirmou.

Maria Elias Soares também esteve nos primórdios da Unilab, ainda na comissão de implantação. A professora da Universidade Federal do Ceará tem formação em Letras e já possuía experiência com o Programa de Estudantes – Convênio de Graduação (PECG), que traz estudantes internacionais ao Brasil.

Temos que pensar em uma história de 12 anos, que começa com a comissão de implantação. Havia muito o que pensar sobre a Unilab e o Paulo Speller trouxe muita gente, pessoas que trabalhavam na UnB, UFC etc, para opinar, conversar, discutir. Fizemos audiências públicas no Maciço de Baturité, para que o projeto fosse entendido pelos habitantes do Maciço. A Unilab vinha concretizar um sonho de muita gente do Maciço que estava excluída, não havia nenhuma universidade na região, então, a Unilab veio concretizar esse sonho, desejo de inclusão que já estava no Plano Nacional de Educação”, rememora Maria Elias.

Paulo Speller
Professora Maria Elias Soares e Roque Albuquerque

Outra etapa fundamental na implantação da Unilab citada por Maria Elias diz respeito à concepção dos currículos e disponibilização das vagas. Não havia como aderir ao SISU naquele momento, então, a Unilab fez processo seletivo próprio, com um bônus para alunos oriundos do Maciço, ao mesmo tempo em que selecionava os internacionais, que poderiam ocupar até a metade das vagas.

Planejamento no início definiu que a língua oficial era o Português. Destacou-se a importância da língua portuguesa, que foi o grande motivador da CPLP, pensar a integração pela lusofonia, que está no nome da universidade. O curso de letras não estava previsto no projeto de implantação, no projeto de lei, mas começamos a defender: uma universidade da lusofonia tem que ter o curso de Letras e pensando não só em ensinar a língua materna, mas também o português como língua segunda, que é o caso de todos os internacionais que vêm para a Unilab, e criamos um currículo completamente diferenciado”, relembra. Maria Elias Soares continua ligada à Unilab, atualmente é professora colaboradora do Mestrado em Estudos da Linguagem.

Me orgulho muito de todo o trabalho que vem sendo feito na Unilab. É um projeto que conta sempre com meu apoio, meu coração está sempre aí, seja por ter participado dos momentos de implantação, como vice-reitora, seja por acompanhar tanta gente boa que trabalha aí. Reconheço em vocês uma chama, um entusiasmo, sentimento muito bom de quem quer construir e dar o melhor de si. A Unilab já é a segunda do Ceará. Desejo que vocês continuem com a causa da Unilab!”, finalizou.

Atual reitor, Roque Albuquerque ressaltou que hoje a Unilab conta com mais de 20 cursos de graduação e 17 cursos de pós-graduação. “São 4 mil egressos e quase 6 mil estudantes atuais. Vocês contribuíram para a formação de dez mil pessoas, olha o legado de vocês”, disse, se dirigindo a Speller e Maria Elias.

Albuquerque citou ainda o empenho de toda a comunidade acadêmica: pró-reitores – entre os quais, hoje, dois professores africanos -; diretores de institutos; coordenadores de cursos; professores e técnico-administrativos em educação, além, claro, de discentes. “Esse projeto (da Unilab) começa no coração de uns poucos e se espalha, ‘contamina’, no sentido positivo. Vocês são marcos. Somos uma fábrica de sonhos que quer agregar e espalhar essas pessoas como sementes que atravessam o oceano. Parabenizamos a Unilab através de vocês dois”, declarou.

Cláudia Carioca aproveitou a ocasião para lembrar e homenagear pessoas que fizeram a história da Unilab e citou, nominalmente, alguns colegas queridos que deixam saudades: o ex-reitor Tomaz Aroldo; o professor Rodrigo Aleixo; a técnica-administrativa Romênia Almeida; e os discentes Francisco do Nascimento, indígena pitaguary de 84 anos que cursava História e faleceu recentemente, e Jailson José Mafra, estudante guineense concludente de Química, que nos deixou na última semana.

 

10 anos de Unilab

Atualmente, a Unilab é a segunda melhor universidade do Ceará, no Índice Geral de Cursos (IGC) elaborado pelo MEC, e está entre as 10 primeiras do Nordeste.

Para celebrar a primeira década de existência da universidade, várias ações são realizadas: houve o lançamento de selo e carimbo personalizados para a instituição, pelos Correios, e está aberto o Chamamento para propostas de atividades de comemoração dos 10 anos da Unilab.

Professora Cláudia Carioca e Paulo Speller.
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