Seminário “O Sagrado Afro-Brasileiro: uma homenagem à Irmandade da Boa Morte”, que acontece entre 10 e 12 de agosto, está com inscrições abertas
A segunda edição do Seminário “O Sagrado Afro-Brasileiro: uma homenagem à Irmandade da Boa Morte”, evento que acontece de 10 a 12 de agosto, está com inscrições abertas até o dia 9 de agosto. Os interessados devem inscrever-se por meio deste link, com preenchimento e envio de formulário eletrônico. Este ano o Seminário traz como tema “Existência e (Re)Existência em Tempos de Pandemia”. O evento, que terá transmissão pelo canal do Azânia no YouTube, é organizado pelo Grupo de Estudo e Pesquisa Azânia, associado à Unilab /Campus Ceará.
O Seminário tem como objetivo trazer reflexões teórico-filosóficas e práticas de questões que permeiam o universo das religiões de matrizes afro-indígenas, a partir das múltiplas experiências, no contexto da pandemia da covid-19. A discussão será realizada a partir dos seguintes temas: o sagrado afro-brasileiro, existências e (re)existências em tempos de pandemia; escrevivências da Irmandade da Boa Morte; educação e o sagrado afro-indígena; e filosofando e educando com o sagrado afro-brasileiro.
A programação do evento consta de conferências, palestras, mesas-redondas, oficina, intervenções artísticas, além de uma homenagem poética à Irmandade da Boa Morte. O seminário é uma realização do Grupo de Estudo e Pesquisa Azânia e da Unilab, com apoio da Universidade Federal do Vale do Jequitinhonha e Mucuri – UFVJM/NELAS, Grupo de Estudos Corporeidades Negras e SAKOFA – Produção, Pesquisa e Projetos.
Palestras e mesas-redondas
No primeiro dia do evento (10/08) acontecem duas mesas-redondas: a mesa institucional, das 15h20 às 16h, e outra, a partir das 19h20, com o tema “Irmandade da Boa Morte: o que a morte os ensina?”. Ainda no dia 10 de agosto, ocorre a “anticonferência” de abertura, com um diálogo sobre “Existências e re-existências do sagrado afro-brasileiro em tempos de pandemia”, a partir das 16h20, com a professora Vanda Machado, da Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB).
Também consta na programação, no segundo dia do evento (11/08), a palestra com o tema “Educação e o sagrado de matrizes afro-indígenas”, às 19h. Outra palestra acontece no último dia do evento (12/08), às 18h30, com o tema “Relatos: Escrevivências sagradas da Irmandade da Boa Morte”. Já a conferência de encerramento, às 19h30, traz a temática “Filosofando e educando com o sagrado afro-brasileiro”, com o professor Wanderson Flor, da Universidade de Brasília (UnB).
Irmandade da Boa Morte
A Irmandade da Boa Morte é formada por um grupo de mulheres que, ainda no período escravista, construiu um espaço feminino no qual podia-se e pode-se ter autonomia sobre seus atos. A Irmandade começa suas atividades em Salvador, no século 18, no bairro da Barroquinha, com as principais sacerdotisas do Candomblé da Bahia. Supostamente, a partir de 1820, muda-se para a cidade de Cachoeira, onde vive até os dias atuais. A irmandade em questão transita entre o candomblé e o catolicismo. Cultua os orixás e tem devoção à Maria. Todo mês de agosto elas rendem homenagens às irmãs falecidas. Os principais rituais ocupam os dias 13 a 15 de agosto.
No primeiro dia, ocorre a missa dedicada às irmãs falecidas, logo depois, tem o translado do corpo de Nossa Senhora da Boa Morte, saindo da capela de Nossa Senhora D’Ajuda, em procissão pelas ruas da cidade. Em seguida, é servida uma ceia branca, com restrição do uso de azeite de dendê. No segundo dia, ocorre a procissão do enterro de Nossa Senhora da Boa Morte pelas ruas da cidade e, posteriormente, as integrantes permanecem em vigília à Nossa Senhora. No último dia, acontece às 5h da manhã, a Alvorada e, às 10h, missa solene da Assunção de Nossa Senhora, na igreja matriz de Nossa Senhora do Rosário. Após a valsa das irmãs, é servida uma feijoada para todos os presentes, fechando com o samba de roda.
Confira a programação do Seminário, que também pode ser acessada no site do evento
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