Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira
Universidade Brasileira alinhada à integração com os países membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP)

Missão Internacional em Moçambique deve resultar no aumento de bolsas para os estudantes desse país

“Estamos muito interessados em manter e fortificar cada vez mais a nossa relação com a Unilab. Interessados em aumentar cada vez mais o número de bolseiros”, se comprometeu o Ministro da Ciência e Tecnologia de moçambicano.

Data de publicação  17/03/2023, 16:23
Postagem Atualizada há 1 ano
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Reunião com Ministro da da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de Moçambique, senhor Daniel Nivagara.

Territorialmente falando, a distância geográfica que separa Maputo, capital de Moçambique, de Redenção, município cearense, onde fica a sede da Gestão Superior da Unilab, é enorme, mas a vontade de estabelecer vínculos cada vez maiores, mais fortes e mais comprometidos com o projeto educacional desta universidade e os membros da Comunidade de Países da Língua Portuguesa (CPLP) é ainda maior. Com esta determinação, a Missão Internacional chegou a Maputo para articular acordos de cooperações técnicas, parcerias e financiamentos para ações acadêmicas. E este contato olho no olho, no calor humano, é de suma importância, porque não custa lembrar que as parcerias se fazem entre instituições, mas quem torna as parcerias viáveis são as pessoas, ou melhor, o encontro entre as pessoas.

Por isso mesmo que a equipe da Missão Internacional enfrentou de bom grado, além de uma longa viagem, uma agenda cheia de trabalho em território moçambicano, marcada pela visita ao Embaixador do Brasil em Moçambique e reuniões com o Ministério da Ciência e Tecnologia, com a Agência de Desenvolvimento do Vale do Zambeze, com a agência de Desenvolvimento do Norte (ADIN) e com o Instituto Superior de Ciências da Saúde (ISCISA), bem como com a Associação de Escritores Moçambicanos (AEMO) e o Instituto Superior de Artes e Cultura (ISARC) e com o magnífico reitor da UniRovuma, dentre outros encontros fundamentais.

Reunião com o reitor Luís Jorge Manuel António Ferrão e sua equipe na Universidade Pedagógica de Maputo.

Assim, a primeira parada foi no Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MTCES), com a participação do Instituto de Bolsas de Estudos (IBE), em uma reunião que contou com as presenças do Ministro Daniel Nivagara, Nilsa Miquidade, Secretária Permanente, Laurinda Macamo, Chefe do Gabinete, Alberto Tonela, Diretor Nacional de Cooperação, Carla Caomba, Diretora do IBE, Le Salia, Engenheiro e Chefe de Departamento de Estudos, Isabel Matola, Chefe do Departamento de Cooperação, enquanto representando a Unilab, estava o magnífico reitor prof. Dr. Roque Albuquerque, a Pró-Reitora de Relações Institucionais e Internacionais (Prointer), profa. Dra. Artemisa Candé, o Pró-Reitor de Políticas Afirmativas e Estudantis (Propae), prof. Dr. Segone Ndangalila, e os Técnicos-Administrativos em Educação (TAEs): o Pró-Reitor de Planejamento, Orçamento e Finanças (Proplan), Antônio Célio dos Santos, e o coordenador da Secretaria de Comunicação Institucional (Secom), Vinicius Alves.

Reunião na Associação de Escritores e Escritoras moçambicanas

Nivagara começou a reunião lembrando que Moçambique tem hoje uma taxa de escolarização de apenas 8% no ensino superior, que, segundo ele, “é muito baixa e, por conta disso, nós precisamos sempre criar maior abertura e oportunidades de escolaridade para que mais moçambicanos possam estar no ensino superior e a parceria da Unilab alarga esta oferta”.

Além disso, o ministro destacou ainda que há uma grande desproporção ou déficit nas áreas de ciências, tecnologias, engenharias e matemáticas, com uma representação que não chega a 20% no universo de estudantes que estão cursando o ensino superior. “Logo, quando surgem oportunidades para ingresso de estudantes do ensino superior em cursos dessas áreas, nesse domínio de ciências em que no Brasil é extremamente bom, nós aproveitamos para elevarmos um bocadinho da nossa quota de formação nessas áreas. Mas também nas áreas sociais, de humanidades, que é sempre bom porque também são áreas importantes para esta visão integrada do Estado. Isto sempre vai ajudar para incrementar as condições de formação do capital humano, que impulsiona o desenvolvimento social e econômico nacional”.

O ministro disse ainda que está muito confortável neste processo de integração uma vez que tem plena ciência de que os estudantes moçambicanos na Unilab não tem dificuldades com a Língua e nem constrangimentos culturais, tendo, portanto, uma interação mais facilitada do que em outros países.

Por fim, o ministro se comprometeu com o aumento de bolsas para os estudantes moçambicanos, além de buscar uma maior participação estudantil fora de Maputo, reafirmando a intenção de uma política educacional interiorizada. “O Brasil tem um sistema de ensino superior mais robusto e mais forte do ponto de vista acadêmico, científico e tecnológico. Os cidadãos moçambicanos que se formam dentro desse ambiente e depois retornam ao nosso país e ingressam na carreira docente vão poder disseminar essa cultura acadêmica, essa cultura científica em Moçambique, ajudando a consolidar o nosso sistema educacional. E é por isso mesmo que eu diria que estamos muito interessados em manter e fortificar cada vez mais a nossa relação com a Unilab. Interessados em aumentar cada vez mais o número de bolseiros, pois à medida que estamos a aumentar (o número de bolsas), também asseguramos uma maior representação de estudantes que vêm de fora de Maputo”.

Na oportunidade, o reitor Roque Albuquerque agradeceu essa parceria e o esforço pela sua ampliação. “Moçambique é um exemplo para nós, inclusive tem sido utilizado por mim e pela minha equipe como um exemplo de compromisso com o maior vetor transformador de uma sociedade que é a educação. E esse compromisso se reflete nas bolsas, o que é, para nós, um exemplo, o primeiro país a chegar e dar as mãos e dizer nós estamos juntos nessa construção. Nós da Unilab fazemos a nossa parte, mas ficamos muito felizes em nome dessa instituição, e eu também como reitor nomeado por decreto presidencial, depois de ser eleito pela comunidade. Para nós, é uma imensa satisfação chegar aqui e expressar nossa gratidão. Muito obrigado pela oportunidade e por fazer essa parceria com a nossa instituição e com o povo brasileiro também”.

A segunda parada da Missão Internacional em Moçambique foi na Agência de Desenvolvimento do Vale do Zambeze, mais conhecida como Agência do Zambeze, que tem como missão “Promover o desenvolvimento socioeconômico e sustentável do Vale do Zambeze, impulsionando o investimento entre as entidades públicas, privadas e a sociedade civil”. A agência, que tem como um dos seus focos a “realização de estudos e apresentação de estratégias para o desenvolvimento econômico e social na parte nacional da bacia hidrográfica do Rio Zambeze”, recebeu a equipe da Unilab e não demorou para se que traçasse, rapidamente, os mecanismos necessários para o estabelecimento de acordos de cooperação técnicas entre a Unilab e a Agência Zambeze.

Reunião com o senhor Paulo Risco, delegado da Agência do Vale do Zambeze em Maputo.

“Como ficou claro, nós somos uma instituição estratégica e não de operacionalização. Todas as intenções de desenvolvimento são feitas por parceiros que a gente define como parceiros estratégicos para materializar nossos projetos. Então, precisaríamos, depois de concordar e salvaguardar que todas as questões burocráticas estivessem alinhadas, definir desse lado quais são as intenções”, explicou Paulo Risco, delegado da agência em Maputo.

Em seguida, ele elencou os pontos que irão nortear esse acordo. “Penso numa discussão técnica que podemos resumir em quatro pontos: a primeira é aquilo que pode ajudar na formação do corpo docente; a segunda é para casos específicos como de energia renováveis e a agricultura familiar; a terceira seria a questão interna na agência, levantarmos quais são as demandas que temos no momento; e por último também gostaríamos de ver a Unilab como o nosso ponto de referência para qualquer ação que tivermos em desenvolvimento no Brasil”.

Diante disso, a Pró-Reitora Artemisa Candé se adiantou e já deixou o terreno azeitado para esta profícua parceria. “Nesse caso, como já nos foi apresentado claramente quais são as demandas, o que a gente pode fazer é um acordo de cooperação técnica, que já traz um plano de trabalho para execução das ações. A gente já encaminha para universidade e o pessoal que cuida dessa parte vai poder analisar, ver o que é, qual é o caminho, aí o pessoal do setor do acordo internacional já dá indicação do que é necessário fazer agora, para que a gente possa trabalhar em conjunto, para que até o início deste ano já tenha um acordo assinado e começamos a ver a possibilidade da execução das demandas, começando com a formação dos professores, que eu acho que isso é o mais imediato”.

Reunião com Agência do Desenvolvimento do Norte – Maputo. Moçambique

Outra parada importante, que merece destaque, foi na Embaixada do Brasil em Moçambique, cuja agenda contou com o encontro com o Magnífico Reitor da UniRovuma, prof. Mário Jorge Brito. Com multicampi e sediada na cidade de Nampula, a UniRovuma surgiu do desmembramento dos polos de Nampula, Lichinga e Montepuez da Universidade Pedagógica em meio à reforma no ensino superior moçambicano ocorrida no ano de 2019. Hoje, com mais de 40 cursos de graduação, a universidade guarda a missão de “formar técnicos superiores com qualidade de modo a que contribuam de forma criativa para um desenvolvimento econômico sociocultural sustentável”. Ficou acertado logo de partida que haveria a assinatura de um protocolo de intenções entre a Unilab e a UniRovuma, a fim de que esse acerto inicial fosse transformado rapidamente num Acordo de Cooperação Técnica, a partir de um plano de trabalho adensado que irá contemplar os interesses em comum destas duas grandes instituições de ensino superior.

O reitor da UniRovuma, Mário Jorge Brito, que já teve a oportunidade de conhecer a Unilab durante a gestão da professora Nilma Gomes e de também conhecer o campus dos Malês, em São Francisco do Conde/BA, quando deu-se a formatura dos primeiros estudantes moçambicanos, se prontificou prontamente a pavimentar o caminho desta parceria. “Então, como Universidade de Rovuma estamos abertos. Vamos trabalhar juntos. Nós temos cursos dos mais diversos, das engenharias, das ciências econômicas e empresariais e de várias outras áreas e achamos que podemos ter uma comunicação efetiva e que possa ser forte também”.

Encontro do prof. Roque Albuquerque com Mário Jorge Brito, reitor da UniRovuma.

Esse clima de receptividade e reciprocidade, que ajuda numa aproximação cada vez mais sólida entre a Unilab e as instituições educacionais e culturais de Moçambique, se repetiu nos demais encontros que ocorreram na Agência do Desenvolvimento Integrado do Norte (ADIN), no Instituto Superior de Ciência de Saúde (ISCISA), na Associação de Escritores Moçambicanos (AEMO), no Instituto Superior de Artes e Cultura (ISARC), no Centro de Estudos Africanos, na Universidade Pedagógica, Campus da Lhanguene, e no Centro Cultural Brasil-Moçambique (CCBM)

Por meio da tecnologia, a Missão Internacional em solo moçambicano conseguiu também estreitar os laços com outras universidades para além da territorialidade de Maputo, driblando assim as dificuldades e limitações para se chegar em outras províncias, ratificando, desta forma, seu intento de consolidar o projeto de internacionalização da Unilab. Isto passa, segundo Artemisa Candé, pela busca constante da “internacionalização do currículo, da pesquisa internacional com trocas de experiências e partilhas de publicações, pela mobilidade internacional de docentes, discentes e técnicos-administrativos. Só assim entendemos que a universidade será verdadeiramente integrada aos países da CPLP, integrada aos estudantes africanos, fazendo com que também a universidade se sinta internacional, que é algo que está no seu próprio DNA.”

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