Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira
Universidade Brasileira alinhada à integração com os países membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP)

Em setembro, Grupo de Trabalho de docentes da Unilab/Bahia e da Universidade de Basileia/Suíca participaram de eventos em Cabo Verde

Data de publicação  09/10/2023, 13:35
Postagem Atualizada há 1 ano
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Foto: Prédio da UniCV em Praia, Palmarejo.

A jovem Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), com seus 13 anos – criada pela Lei 12.289/2010, está ganhando o mundo com produção de projeto, pesquisas e participações em eventos nacionais e internacionais, consolidando sua internacionalização.

Neste sentido, as docentes da Unilab, vinculadas ao Instituto de Humanidades e Letras (IHL), do Campus dos Malês, instalado em São Francisco do Conde, na Bahia: Ana Cláudia G de Souza e Cristiane S Souza, ambas do curso de licenciatura em Ciências Sociais, com participação do docente da Universidade de Basileia (instituição de ensino superior pública situada em Basileia, Suíça), Elísio Macamo, coordenaram um Grupo de Trabalho (GT) no XV Congresso Luso-Afro-Brasileiro de Ciências Sociais (Conlab) e no IV Congresso Associação Internacional de Ciências Sociais e Humanas em Língua Portuguesa (CONAILPcsh), na Universidade de Cabo Verde (UniCV).

A 15ª edição do Congresso Luso-Afro-Brasileiro de Ciências Sociais (CONLAB) e 4ª edição do Congresso Associação Internacional de Ciências Sociais e Humanas em Língua Portuguesa (CONAILPcsh) ocorreram de 26 a 28 de setembro, na Universidade de Cabo Verde (UniCV), na cidade de Praia, Ilha de Santiago, em Cabo Verde e on-line, com o tema: “A Reinvenção da Democracia num mundo de Inseguranças: desafios para as ciências sociais e humanas“.

Apresentação do GT

O GT “Ensino das Ciências Sociais no Brasil e nos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP): Diálogos e desafios sobre formação e pesquisa” contou com a participação de pesquisadores do Brasil e dos Palop com exposições de comunicações sobre a produção das Ciências Sociais e suas problematizações (epistêmicas, teóricas e metodológicas).

O GT reuniu experiências do Brasil e dos países PALOP sobre o lugar da formação em Ciências Sociais, a problematização dos desafios do ensino e da pesquisa. Dessa forma, “o amplo e múltiplo universo de experiências que caracterizam o mundo dos PALOP impõe aos educadores/as e pesquisadoras e pesquisadores inúmeros desafios para o fazer das Ciências Sociais, especialmente no que concerne à busca por um diálogo que contribua para a produção de um pensamento social mais diverso. A formação e a pesquisa tem estado muito presente nas discussões em torno das Ciências Sociais, mas como lidar com a promoção da interculturalidade (seja nos currículos, na política universitária, na prática acadêmica, na pesquisa e na extensão), em contextos tão distintos?“, expôs Ana Claudia Souza, docente do IHL/Unilab/BA.

Sobre o GT

A ideia do GT surge a partir dos constantes diálogos entre o Brasil e os PALOP tendo como instituição de referência a Unilab e suas diversas conexões com Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe, especialmente. São nas trocas cotidianas entre estudantes e professores sublinhando experiências e questões que decorrem de diferentes lugares de enunciação sociais e culturais que provocam e colocam e/ou recolocam questões apontando para os desafios e possibilidades para pensar a formação e a pesquisa nas Ciências Sociais, afirmando a necessidade de ampliar e aprofundar o diálogo entre pesquisadores/res e instituições brasileiras e demais países dos PALOP.

As problematizações trazidas para o GT resultam da participação como docentes e pesquisadoras/pesquisadores nos cursos de Ciências Sociais nos últimos anos. O que possibilitou refletirem sobre algumas questões apresentadas especialmente pelos(as) estudantes negros, negras e indígenas que de alguma forma irão tocar em questões sobre a luta pela permanência e representatividade epistêmica nos cursos de Ciências Sociais. Essa realidade tem motivado a acompanhar o impacto da diversidade nos cursos de ciências sociais e de como ela proporciona diversos exercícios epistemológicos, entre outros sobre a troca de saberes e a reflexividade sobre a produção teórica sócio-antropológica e das ciências políticas. Esta experiência permite apreciar de forma mais diferenciada a crítica epistemológica que se faz a partir do Sul Global da produção de conhecimento fruto duma história colonial e de rejeição de outros saberes.

Ao final do GT o professor Macamo comentou sobre os trabalhos destacando que o ensino das Ciências Sociais no Brasil e em África é marcado por um forte componente reflexivo e crítico dos conceitos, porém são tematizados não apenas por conceitos, mas também pelas experiências que os protagonistas levam consigo, corporeizadas. Como síntese geral, apontou que o ensino de Ciências Sociais se constitui num aprender desaprendendo, reapropriando-se, e assim, aprendendo muito mais formas de aprender do que de ensinar.

Encerramento

Para o encerramento do congresso, o professor Macamo – professor catedrático de sociologia e estudos africanos na Universidade de Basileia, na Suíça – proferiu a conferência “Que futuro? O contributo das ciências sociais na reflexão científica e crítica sobre futuros possíveis viáveis”.

No dia 28/09, na sessão de lançamentos de livros do XV CONLAB, a professora Cristiane Souza, autora de um dos verbetes, fez o lançamento do Dicionário das Relações Étnicas-Raciais Contemporâneas, organizado por Flávia Rios, Márcio André dos Santos e Alex Ratts, Editora Perspectiva (SP).

A professora do Instituto de Humanidades (IH/Unilab), Daniele Ellery Mourão – doutora em Ciências Sociais e mestre em Sociologia, também representou a Unilab no Conlab, com a participação na mesa-redonda: “Perfil dos Estudantes dos PALOP nas Instituições do Ensino Superior em Portugal e Brasil” 
e com a exibição do documentário: “Do outro lado do Atlântico”, além da participação dos egressos e doutorandos: Gislailson Cá e Giza Gertrudes, que apresentaram comunicações nos GT.

De acordo com a professora da Unilab/BA, Cristiane Souza, foi um momento importante de trocas com diferentes autores, dando visibilidade às produções bibliográficas entre os representantes dos países participantes do congresso.

Na oportunidade, as professoras visitaram a Associação Pilorinhu Achada Grande, em Txada Grandi Frenti (Achada Grande Frente), também em Praia. Uma organização comunitária que desenvolve ações de formação, valorização artístico-cultural e acolhimento social, através de parcerias locais e externas. Como disse um dos seus membros, a Associação nasceu de um movimento de reivindicação de melhorias de infraestrutura e acesso a serviços públicos, que envolveu os moradores/as de diferentes gerações.

Outras informações na página no Facebook de Amarildo Barbosa.

Por fim, as professoras consideram que a viagem a Cabo Verde foi uma oportunidade de realizarem interlocuções com pesquisadores, pensando e discutindo a possibilidade de ações compartilhadas entre nossas instituições. Além disso, puderam encontrar e visitar egressos do curso de Ciências Sociais do campus dos Malês, bem como de outros cursos da Universidade, e seus familiares, proporcionando momentos de imensa riqueza e trocas culturais e afetivas.

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