Unilab e UFC realizam evento sobre as mudanças climáticas e seus impactos na saúde
Pesquisadores do Programa de Pós-graduação em Enfermagem participaram de seminário sobre “Impacto das Mudanças Climáticas na Saúde”, na Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP/CE), vinculada à Secretaria da Saúde do Estado (Sesa).
O evento, que ocorreu em setembro de 2023 em parceria com a Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab) e a Universidade Federal do Ceará (UFC), contou com a presença de gestores de saúde, especialistas de clima, especialistas em saúde pública, cientistas ambientais, professores e estudantes.
As mudanças climáticas contribuem para a ocorrência de diversos problemas de saúde, com o aumento da prevalência de doenças sensíveis ao clima. Estudos envolvendo essa temática no Brasil são escassos. Intervenções em saúde e enfermagem são necessárias diante do cenário das mudanças climáticas.
As doenças vetoriais, como a dengue, e as do trato respiratório, a exemplo da asma, foram destaques no seminário como patologias que são influenciadas pelas variações climáticas. A dengue pode apresentar redução ou aumento no número de incidências com a elevação da temperatura do ar, dependendo da região. Com o aumento da temperatura do ar, espera-se também alterações significativas no número de internações por asma.
De acordo com o professor e pesquisador, Alexandre Cunha Costa, várias são as doenças sensíveis ao clima, entre elas, as respiratórias, as de veiculação hídrica, as cardiovasculares e as vetoriais. Dengue, malária e leishmaniose tegumentar americana, por exemplo, enquadram-se nesse último grupo.
“Nossos estudos, mesmo que preliminares, já mostram que essas doenças são sensíveis ao aumento de temperatura, às estações do ano, às secas, às ondas de calor e às inundações. Isso, é claro, tratando-se de eventos extremos”, explica.
Ainda segundo o especialista, as consequências dessas alterações climáticas podem ser sentidas em nível global. “Por isso, a importância em aprofundar os estudos nesse sentido, para que o nosso Estado esteja preparado com intervenções para a redução dos impactos na saúde pública”, reforça.
Sua pesquisa é financiada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). O trabalho teve início em fevereiro de 2022 e segue até o início de 2025. A expectativa é que o estudo identifique quais os maiores riscos de doenças para o Ceará, considerando os efeitos da poluição, para que metas e objetivos sejam desenvolvidos por gestores e profissionais de saúde, no intuito de diminuir os danos para a saúde da população.
O seminário foi finalizado com apresentação das professoras Rafaella Pessoa Moreira e Tahissa Frota Cavalcante que também são pesquisadoras do Programa de Pós-graduação em Enfermagem da Unilab.
Com a missão de apresentar o último painel do evento sobre as intervenções de saúde com vista às mudanças climáticas, as docentes elencaram ações que podem ser aplicadas como forma de prevenir as Doenças Sensíveis ao Clima. Na dengue, as recomendações vão desde procedimentos educativos à redução de atividades em áreas abertas.
“Inspecionar a integridade da tela de proteção das janelas, por exemplo, é uma ação que pode ser orientada por um profissional de vigilância. À medida que o indivíduo conhece os fatores de risco, ele pode fazer algumas atuações de prevenção dentro da sua casa como usar roupas claras, eliminar locais de larvas do mosquito e afins”, recomenda Rafaella Pessoa.
A expectativa é que seja desenvolvido pela ESP/CE em parceria com a Unilab, um curso de 20 horas sobre a temática do seminário. A capacitação deve ser voltada para gestores e profissionais da Saúde.
Links para assistir as palestras: