Conflito no Oriente Médio a partir dos escritos de Frantz Fanon é tema de debate dia 30/11, às 15h, na Unidade Acadêmica de Palmares; inscrições abertas
O conflito no Oriente Médio a partir dos escritos de Frantz Fanon é tema de debate no dia 30 de novembro, às 15h, na sala 206, bloco 3, da Unidade Acadêmica de Palmares da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab). O evento, intitulado Frantz Fanon, Jerusalém e o Que Deu Errado no Oriente Médio, é promovido pelo projeto de extensão Conjuntura Internacional, Sistemas de Poder Global e as Perspectivas de Inserção da CPLP no Mundo Multipolar, coordenado pelo professor Sebastião Alves de Lima, do curso de Sociologia da Unilab. As inscrições devem ser feitas pelo e-mail andrealvesdelima@unilab.edu.br . No total, estão sendo ofertadas 50 vagas.
Debate
Conforme explica o professor Sebastião Lima, a instabilidade no Oriente Médio descola-se, em ritmo crescente, concomitantemente, com o fim da Primeira Guerra Mundial, o desmoronamento do Império Otomano, a emergência do nacionalismo árabe, a descoberta de imensas reservas de petróleo e a ocupação da Palestina por grupos oriundos da diáspora judaica, – provocada pela devastação de Jerusalém pelos romanos por volta de 70 d.C. – que acarretou a divisão das terras dos palestinos em 1947 pela ONU, e posteriormente, em 15 de maio de 1948, a criação do Estado de Israel e a não criação do Estado Palestino.
“Se o fim da Grande Guerra provocou a instabilidade no Oriente Médio, após a Segunda Guerra Mundial a eclosão da violência e o cultivo do ódio se intensificaram em ritmo impactante e perturbador, principalmente entre árabes palestinos e judeus”, pontua. A Guerra da “Independência” em 1948, a Guerra de Suez em 1956, a Guerra dos Seis dias em 1967 que culminou com a conquista de Jerusalém Oriental, a Guerra do Yom Kippur em 1973, as guerras do Líbano, em 1982 e 2006, fazem do Estado de Israel a entidade política que mais participou de conflitos armados durante toda a sua existência na contemporaneidade.
“Ao que parece, a violência no Oriente Médio é como o fígado de Prometeu Acorrentado, que se regenera ininterruptamente; e o morticínio generalizado em Gaza confirma essa constatação. Assim, diante do prolongamento da violência no Oriente Médio, principalmente entre árabes e judeus, as interpretações de Frantz Fanon podem servir de orientação e compreensão para entendermos as reais motivações da semeadura de tanto ódio e violência, entre ambas as partes envolvidas no conflito. Teórico de como atuam as engrenagens do colonialismo, da dominação e da segregação étnica e racial, os escritos de Fanon, apesar de se debruçarem principalmente sobre o caso argelino, orientam o entendimento do que acontece em na Faixa de Gaza e na Cisjordânia ocupada pelo exército israelense”, contextualiza o docente Sebastião Lima.
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