Dia 07/03 será o lançamento da obra: “A tia da Escola e a empregada quase da Família”. Participe!
No dia 07 de março, das 14h às 17h, será o lançamento do livro: “A tia da Escola e a empregada quase da Família: histórias de trabalhadores domésticos com licenciatura em Itapiúna/CE”, no Centro Cultural Carolina Maria de Jesus, ao lado do Restaurante (RU), no Campus das Auroras, em Redenção/CE.
A obra da Editora São Paulo: Mentes Abertas, 2023, tem a participação dos professores do Mestrado Interdisciplinar em Humanidades (MIH) da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab) e egressa do MIH:
Francisco Vítor M. Pereira, mestre em Filosofia, área de concentração Ética e Filosofia Política e doutor em Filosofia Prática, professor do Instituto de Humanidades (IH/Unilab) e professor do MIH/Unilab; Maria Estefânia S. Freitas, graduada em História pela Universidade Estadual do Ceará (UECE), especialista em Mídias na Educação e mestre do MIH/Unilabe professora na área de Ciências Humanas na Escola Estadual de Ensino Médio em Tempo Integral Vereadora Edimar Martins da Cunha, em Itapiúna/CE; e Mara Rita D. O. Berraoui, doutora em Educação Brasileira, professora do Instituto de Ciências Exatas e da Natureza (Icen/Unilab) e do Mestrado Interdisciplinar em Humanidades (MIH/Unilab), além de ser coordenadora do Grupo de Estudos, Pesquisas e Extensão em Educação, Diversidade e Formação de Educadores Brasil/África (GEDIFE).
Sobre a obra
“A tia da escola e a empregada quase da família: histórias de trabalhadoras domésticas com licenciatura em Itapiúna/Ceará” nos apresenta uma realidade vivenciada por mulheres do interior do estado do Ceará, mas que poderia ser reconhecida nas trajetórias e experiências de milhares, talvez milhões de outras mulheres Brasil afora. Mulheres que dedicam as suas vidas ao cuidado alheio, seja no âmbito doméstico-familiar, nas profissões de diarista, empregada doméstica, babá, ou ainda como professoras da educação infantil e/ou do ensino fundamental, em escolas públicas com precárias condições de trabalho, pouquíssimo reconhecimento profissional e sem incentivos ao desenvolvimento e à valorização de suas carreiras. Todas elas são mais ou menos vistas como as tias da escola ou as empregadas (quase) da família, como bem retrata o título da obra.
A abordagem crítica e analítica desenvolvida ao longo do livro nos faz conhecer mais de perto as histórias de quatro dessas mulheres em Itapiúna, na região do Maciço de Baturité, interior cearense cerca de 120 km distante da capital Fortaleza. Elas seguem condicionadas ao desempenho das funções de empregada doméstica, faxineira ou babá, mesmo depois de terem cursado uma licenciatura e se qualificado para o exercício do magistério. São mulheres que, apesar de terem buscado na habilitação à docência uma forma de melhorar de vida, tiveram os seus sonhos interrompidos ou dificultados pela realidade política e social do clientelismo e do descaso com a educação pública em Itapiúna/CE.
Apesar de serem professoras, elas continuam tendo de sobreviver como domésticas, babás e empreendedoras, assumindo duplas, muitas vezes triplas jornadas de trabalho, haja vista que todas são também responsáveis pelo cuidado e manutenção de seus lares, bem como pela educação de seus/suas filhos/as. Trata-se, portanto, do resultado de uma conjunção extremamente infeliz, que segue associando as desigualdades e as opressões de gênero e classe ao projeto político-burguês e senhorial-patriarcal de descaso e desmonte da educação pública em nosso país.