Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira
Universidade Brasileira alinhada à integração com os países membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP)

Cerimônia do Jaleco da Unilab é a mais diversa, democrática e miscigenada do Brasil

Data de publicação  03/12/2024, 13:57
Postagem Atualizada há 2 dias
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Foto: Helder Agripino

A jovem Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab) viveu, na noite de 27 de novembro de 2024, um momento único, histórico e, sobretudo, emocionante do começo ao fim. Estamos falando da Cerimônia do Jaleco, na qual os primeiros quarenta e três estudantes de medicina da Unilab receberam das mãos de seus padrinhos esse objeto simbólico de uma profissão marcada por grandes desafios, pois o jaleco, mais do que uma vestimenta, é um símbolo de responsabilidade, ética e de compromisso com o cuidado e o bem-estar dos outros. Isto sinaliza que esses futuros profissionais de saúde em formação estarão prontos para enfrentar os desafios da profissão com dedicação, empatia e conhecimento.

Todavia, o que torna esse momento especial não é apenas o ato em si, pois a Cerimônia do Jaleco tornou-se, ao longo dos últimos anos, algo tradicional nas faculdades de Medicina do Brasil afora. Mas, com certeza, nenhuma outra universidade brasileira traz a marca inconfundível da diversidade, da integração e da internacionalização da Unilab, pois não há o menor exagero em afirmar que a primeira turma do curso de Medicina da Unilab é, sem sombra de dúvida, a mais diversa, a mais democrática e a mais miscigenada de todo o território nacional, pois é formada em sua maioria por estudantes de baixa renda, estudantes vindo do interior do Brasil e dos países de Língua Portuguesa, como Angola e Moçambique, dentre outros.

Foto: Helder Agripino

Isto traz um colorido especial ao jaleco branco da Medicina. Por dentro desta vestimenta tradicional está corporificado um Brasil que queremos, uma nação que sonhamos, um país inclusivo, igualitário e respeitoso na sua diversidade, onde pretos, pretas, pobres e pessoas do interior podem sonhar, ou melhor, podem realizar seus sonhos, seja na Medicina, como esses primeiros ingressantes, seja em qualquer outra área do conhecimento, pois a Unilab é, acima de tudo, o lugar da diversidade, um celeiro de formação humanística.

Vice-reitora: “A nossa primeira turma de medicina: ela já diz a que veio e mostra quem é a Unilab de fato”.

A vice-reitora, profa. Dra. Cláudia Carioca, lembrou aos presentes este papel educacional único e fundamental que a Unilab desenvolve. “Talvez muitos de vocês (estudantes) que estão aqui hoje nunca estiveram na Unilab. Uma universidade que ela é única. É uma universidade pública, gratuita e internacional. A nossa primeira turma de medicina, ela já diz a que veio e mostra quem é a Unilab de fato. Nós estamos com uma turma formada por cidadãos brasileiros e cidadãos internacionais que compõem seis países diferentes, cinco africanos de língua oficial portuguesa. E não é só isso, nós temos indígenas, quilombolas, nós temos uma turma… que representa o que realmente é a Unilab. É uma universidade da integração internacional. É uma universidade que está aqui no Maciço de Baturité, mas que tem um potencial e um alcance imenso, internacional. A formação aqui é de excelência. E nós nos orgulhamos dos nossos professores, dos nossos servidores, dos nossos colaboradores e principalmente dos nossos alunos. Esses alunos que nos dão muito orgulho. E eu tenho muito orgulho de ser professora desta universidade”, destacou.

Foto: Helder Agripino

O mais edificante é que os futuros médicos e médicas unilabianos/as estiveram nesta cerimônia não apenas para cumprir um rito ou para desfrutar de uma pompa passageira. Estavam, pelo contrário, todos/as imbuídos/as da responsabilidade que os aguarda agora e num futuro próximo.

“Hoje, estamos aqui para celebrar um dos momentos mais marcantes de nossas vidas. A cerimônia do jaleco da primeira turma de medicina da Unilab. Esse não é apenas um rito de passagem, mas um símbolo poderoso de tudo o que acreditamos e de tudo o que almejamos ser. Estamos assumindo oficialmente uma gigantesca responsabilidade. A missão de garantir que cada paciente que encontrarmos será tratado com dignidade, compaixão e cuidado. Estamos assumindo o compromisso de usar todos os nossos conhecimentos para fazer o bem, mesmo nos momentos mais difíceis. Esse jaleco não nos torna infalíveis, nem nos dá superpoderes, mas ele nos lembra que devemos buscar sempre o melhor de nós mesmos”, discursou a estudante Vivian Martins, representando sua turma de medicina.

A estudante Vivian Martins, que discursou pela turma, ao lado dos seus pais.

O reitor da Unilab, Prof. Dr. Roque Albuquerque, fez questão de lembrar que a realização da Cerimônia do Jaleco era o resultado do trabalho conjunto e do esforço de muita gente que, como ele, nunca desistiu do sonho em ver materializado o curso de Medicina da Unilab.

“Este projeto [Curso de Medicina] foi arquivado no final de 2022, no apagar das luzes de uma gestão irresponsável, que procurou atender os desejos de uma elite que quer excluir as minorias. E aí eles arquivaram covardemente. Mas, assim que o ministro [da Educação] Camilo tomou posse, eu estava lá e eu fui um dos primeiros reitores a sentar com ele. Eu fiz um único pedido. Eu disse: ‘ministro, o senhor sabe que aquela moratória não se aplica ao curso de Medicina da Unilab, porque nós começamos esse curso há muitos anos, 11 anos atrás. O senhor sabe disso. Sendo assim, eu lhe peço encarecidamente que desarquive este curso de Medicina e deixe-nos prosseguir com todo o planejamento’. Não durou um mês e o ministro Camilo disse: ‘reitor, vai ser desarquivado e o curso de Medicina da Unilab vai, sim, existir, porque eu tenho esse compromisso’. Assim, Camilo nos atendeu e eu quero agradecer publicamente ao nosso ministro porque ele também é uma pessoa que está muito comprometida com a educação do Brasil, e também com o nosso curso, tanto que nós fomos incluídos no PAC [Plano de Aceleração do Governo Federal] ”, lembrou.

Reitor: “É impossível, neste momento, não se emocionar com os nossos estudantes e seus pais”.

Por isso, continuou o Reitor: “É impossível, neste momento, não se emocionar com os nossos estudantes e com seus pais, assim como não podemos deixar de agradecer aos professores e aos técnicos-administrativos, que se envolveram diretamente na realização deste projeto. Eu quero agradecer muito o apoio de todos vocês”, ressaltou.

Em seguida, se dirigiu diretamente aos estudantes: “Agora eu quero me dirigir a vocês. Vocês estão entrando para a história. Vai constar na parede lá o nome de cada um de vocês, a primeira turma de Medicina da Unilab. Não foi fácil vocês chegarem até aqui e não será fácil até vocês concluírem daqui a seis anos. São muitos desafios. Todo pioneiro é desbravador. Então, a emoção de vocês é bem visível e é um momento de muito orgulho”.

E, por fim, fez um importante anúncio: “Hoje recebi o documento que dizia que o prédio das Salesianas [em Baturité] já pertence a Unilab, que foi pago 100%, porque o dinheiro foi colocado. Agora, nós vamos nos instalar lá, vamos iniciar as obras de reforma, adaptando cada espaço. Mas, agora, o mais importante é que vocês tem casa. Por isso, agradeço muito ao ministro Camilo”. Assim, os novos estudantes de medicina irão estudar num lugar que é de propriedade da Unilab.

Foto: Helder Agripino

Desta forma, a Cerimonia do Jaleco celebrou não apenas o primeiro passo de uma conquista acadêmica, mas também o início de uma trajetória de aprendizado constante, de momentos de superação e de um compromisso com a saúde, a vida e a humanidade. Com certeza, esta cerimônia inspirou a todos a refletir sobre o papel fundamental da medicina na sociedade. O caminho a partir de agora será longo e exigirá muita perseverança, mas também será repleto de recompensas imensuráveis: o privilégio de cuidar das pessoas e transformar vidas.

Foto: Helder Agripino

 

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