Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira
Universidade Brasileira alinhada à integração com os países membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP)

Campus dos Malês celebra colação de grau de 56 novos profissionais

Data de publicação  04/07/2025, 16:35
Postagem Atualizada há 1 semana
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O campus dos Malês da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab) celebrou na última quinta-feira (03/07) a colação de grau (período 2024.2) de 56 estudantes, agora profissionais graduados, que passaram pelo ciclo de formação de cursos presenciais – Ciências Sociais (7), História (2), Humanidades (29), Letras- Língua Portuguesa (5), Pedagogia (9) e Relações Internacionais (4). O evento de solenidade aconteceu na Secretaria de Educação de São Francisco do Conde/BA (Seduc).

Os estudantes oradores, representantes dos cursos, trouxeram nas suas falas as relações criadas a partir desse ciclo de formação, os desafios, as dificuldades, lutas e problemáticas que passaram, além das alegrias, dos apoios e de um olhar para o futuro como profissionais. “Alguns de nós vieram de outros estados; outros, como nós, deixaram o próprio país. Deixamos nossas famílias e nossas raízes para seguir um sonho mesmo sem saber o que o futuro nos reservava. Ao chegar no Brasil, nos deparamos com uma realidade totalmente nova. Mas seguimos com fé, porque aqui também encontramos afeto, construímos amizades e criamos novas famílias que levaremos para a vida”, apontou o orador do curso de licenciatura em Ciências Sociais Manuel André José.

O orador do curso de bacharelado em Humanidades Iaia Basiro Sané também trouxe um olhar nas relações criadas a partir da Unilab e mencionou o porquê da escolha por essa universidade, que tem como um dos seus valores a pluralidade. “Foi um chamado. Um chamado para compreender as complexidades do ser humano, das sociedades, das culturas, das diversidades que nos cercam. Foi um convite a questionar, a refletir e, acima de tudo, a conectar. Que lugar seria melhor para fazer isso do que aqui, na Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira? A Unilab não é apenas uma universidade; é um microcosmo do mundo que almejamos construir. Aqui, as diversas vozes da lusofonia da África e afro-brasileira se encontram, se entrelaçam e nos ensinam a riqueza da pluralidade”, disse Sané.

Essa pluralidade conectada a raízes ancestrais foi lembrada pela graduada em Licenciatura em Letras – Língua Portuguesa Natália Nascimento dos Santos. “Quando entrei na universidade, entrei com minha história, minha língua, minha ancestralidade, com a luta diária de minha mãe, força vital para o mantimento. Entrei com as vozes da rua, com a benção de meus avós, comigo dando o passo e Exú o caminho”, apontou. Ela também trouxe os aprendizados e desafios profissionais pela frente. “Aprendi que a linguagem não é neutra. Que ensinar é um ato político, e que a palavra pode curar — ou ferir. É necessário ebó de cuidado! Me formei não apenas para dar aula, mas para escutar os silêncios, para transformar o chão da escola em território de pertencimento, para fazer do livro um quilombo e da sala de aula um terreiro de partilha”, disse.

A missão agora como profissionais também foi abordado pela estudante do curso de licenciatura em Pedagogia, Zinha Nhaga Indami. “Ser pedagogo (a) não é apenas dar aulas. Ser pedagogo (a) é fazer mudanças na vida de várias pessoas. É segurar a mão das crianças que chegam com medo e mostrar para elas que são capazes. É ser acolhedor (a) e perceber quando a criança, aluno está triste, quando uma família precisa de ajuda e ser o suporte. Ser pedagogo é ser semente e regador, ser a voz e ouvido e ser a força onde falta o chão”, disse. Ainda segundo Indami, “seguimos com o coração cheio, caminhões carregados de sonhos e com a missão de fazer a diferença, porque o mundo precisa de nós”, afirmou.


O orador do curso de bacharelado em Relações Internacionais Vasco Domingos Joaquim Zamba, por sua vez, trouxe na sua fala o percurso de desafios e dificuldades – sobretudo na área de estágio – e trouxe um olhar humanista sobre a missão dos novos formandos. “Formar-se não é apenas conquistar um título. É aprender a se levantar após cada tropeço, é amadurecer diante dos desafios, é entender que conhecimento não se guarda se compartilha. E é com esse espírito que saímos daqui. Não apenas profissionais capacitados, mas cidadãos conscientes, prontos para construir, questionar, inovar e, como internacionalistas, perceber as mudanças do sistema internacional torna-se obrigatório”, apontou.

Missão da Unilab e desafio dos novos profissionais

A diretora do campus dos Malês Mírian Reis agradeceu aos estudantes e familiares pela confiança dada à Unilab no sonho da formação no ensino superior. Ela também trouxe o tema dos desafios mencionados pelos estudantes, do processo de construção de uma universidade ainda jovem e ainda lembrou das lutas que aconteceram no âmbito coletivo. “Nós estivemos juntos ao longo desses 12 anos do campus dos Malês, nesse movimento de defesa de uma universidade pública, negra, laica e democrática, que promove a cada dia o exercício de construir novos profissionais como vocês são a partir de agora”, disse. Ela também apontou a responsabilidade e a missão da Unilab nesse processo formativo dos estudantes. “Vocês nos mostram cotidianamente que sim temos cumprido esse papel que é da universidade, de promover o pensamento crítico, a formação cidadã e com valores éticos e políticos”, disse. A diretora falou ainda da esperança e do perfil desses novos profissionais que se formam na Unilab . “Vocês são profissionais que acreditam no Humanismo como instrumento de transformação, no Humanismo como instrumento de fortalecimento”, pontuou.

O pró-reitor de Graduação Thiago Moura de Araújo abordou os desafios e a a responsabilidade da empatia e de contribuição com a sociedade, a partir do conhecimento e ações como profissionais. “A Unilab sempre será esse lugar de acolhimento, para vocês seguirem suas conquistas. Aqui não é local de morada, mas de estadia e de preparação para algo maior. Agora vocês seguem como soldados nessa guerra, equipados, orientados e com um objetivo a seguir: salvar vidas. A educação nunca deixará de ser essa arma de libertação”, disse. Ainda segundo o pró-reitor, “o destaque hoje nesse momento é celebrar que hoje vocês estão habilitados e agora convocados para essa batalha, cada um com suas habilidades, mas todos com o mesmo foco de transformar comunidades, pessoas e nações, através do conhecimento e da libertação que a educação e as políticas públicas podem promover”, pontuou.

Mesa da solenidade

Estiveram presentes na mesa de solenidade de colação de grau o pró-reitor de Graduação Thiago Moura de Araújo; a diretora do campus dos Malês Mírian Reis; a vice-diretora no exercício da diretoria do Instituto de Humanidade e Letras Carla Verônica Almeida; o coordenador do curso de Licenciatura em Ciências Sociais Cláudio André de Souza; o coordenador do curso de Bacharelado em Humanidades Bruno Amaral Andrade; o coordenador do curso de Licenciatura em História Eduardo Santos; a coordenadora do curso de Licenciatura em Letras – Língua Carine Gurunga de Matos; a coordenadora do curso de Licenciatura em Pedagogia Eliane Costa Santos; e a vice-coordenadora do curso de Bacharelado em Relações Internacionais Isabella Alves Lamas.

Crédito fotos 1, 2, 3, 4  – Paulo Freitas
Crédito fotos 5, 6 , 7 e 8 – Photo Studio FE – @photostudiofe

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