Poetas se encontram no Sarau Literário desta Quarta Cultural
A Quarta Cultural desta semana apresenta o Sarau Literário, com a presença dos escritores Nina Rizzi e Raimundo Alves de Araújo e a participação especial do grupo de percussão do Movimento Arrastão. O encontro, que tem início às 19h, no Pátio do Bloco Administrativo da Unilab, é aberto para a comunidade. Na ocasião, a autora Nina Rizzi vai lançar o livro, Tambores pra N’Zinga.
Nina Rizzi é poetisa, historiadora e educadora. Moradora da cidade de Fortaleza, participa de saraus, festivais de arte, eventos literários e palestra sobre poesia, literatura, gênero e artes. Tem textos, contos e poemas publicados em diversas antologias, suplementos literários e nas revistas especializadas. Algumas das obras da escritora podem ser encontradas também no site: ninaarizzi.blogspot.com.
O livro Tambores pra N’Zinga sugere várias correspondências entre linguagens, propondo experiências sensíveis por meio de intertextualidades com cenas e imagens pictóricas, artistas, historiadores, músicos e gêneros musicais, além de combinar temáticas em desenvolvimento às linguagens. O livro retrata também o universo feminino, homenageando a Rainha N’Zinga do Ndongo e de Matamba, do sudoeste da África.
O Sarau Literário vai ser embalado pelo Movimento Arrastão. De iniciativa dos jovens moradores da Comunidade do Luxou, da Praia do Futuro, em Fortaleza, o grupo realiza encontros frequentes com jovens e adolescentes interessados em aprender música a partir da percussão, desde a construção de instrumentos como abê, xequerê e alfaia até oficinas de música e dança com influência hip hop.
O encontro recebe ainda o escritor Raimundo Alves de Araújo, conhecido também como Dindim, que mora no município de Baturité. O autor costuma escrever poemas que falam sobre o cotidiano da vida na região nordestina como política, cultura e educação. Alguns de seus versos estão reunidos no livro Mistura Nordestina, que ele apresenta nesta quarta-feira (11). O escritor vai recitar também poemas inéditos.
Bonita Cidade (Raimundo Alves de Araújo)
Com cento e cinquenta anos,
esta bonita cidade,
onde a realidade
se vê aqui retratar.
Escritores, artesãos
e a Maria-Fumaça,
ao lado, Prédios históricos
que dá bem pra decrifrar.
Olho a linha do trem
onde o trem vive a passar,
áreas de preservação,
o bom clima do lugar,
bananeiras, cafezais,
o canto do sabiá,
o rouxinol no telhado
a insetos procurar
para o seu prato do dia,
alegremente a cantar.
A lua e as estrelas,
tenho tanto o que falar,
parabéns, Baturité,
por aniversariar.
Com cento e cinquenta anos,
meu abraço singular.
Baturité, em 06 de agosto de 2008.