Escritores, obras temáticas e diálogos multidisciplinares marcaram a participação da Unilab na XIII Bienal Internacional do Livro do Ceará
A Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab) consolida-se com sua participação, nos últimos três anos, na Bienal Internacional do Livro do Ceará. A apresentação dos trabalhos literários, lançamentos de obras, atividades artísticas e culturais, com trocas de linguagens e experiências, colaboram com a Unilab, na promoção do intercâmbio cultural entre o Brasil e os países que compõe a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
Na 13ª edição da Bienal Internacional do Livro do Ceará, com o tema: “As cidades e os livros”, a Unilab instalou-se com estande permanente ao longo de todos os dias do evento, ocorrido no Centro de Eventos do Ceará, em Fortaleza/CE, entre os dias 16 a 25 de agosto, e no dia 21, com atividades de diálogos e discussões, no “Encontro: Oralidades & Escritas em Língua Portuguesa”, em Redenção/CE.
“Encontro: Oralidades & Escritas em Língua Portuguesa”- Unilab/Redenção/CE
Na última quarta-feira (21), dentro da programação do “Encontro: Oralidades & Escritas em Língua Portuguesa” da Unilab, a exibição do filme: “Partir, Permanecer, Regressar: Estudantes cabo-verdianos entre o Brasil e Portugal” abriu às atividades da programação da Bienal fora da Bienal, no Campus da Liberdade.
Este ano, a participação da Unilab contou com a presença de uma ilustradora paulista (Mariana Fujisawa) e de um poeta mineiro (Júlio Machado), por exemplo, ambos tem suas produções de certa maneira articuladas aos escritores de Moçambique (Aldino Muianga) e as escritoras cabo-verdianas (Dina Salustio e Vera Duarte), também presentes no Encontro, que teve a ideia da curadoria – realizada por Andrea Muraro e Nixon Araújo – nas rodas de conversa, colocar em diálogo pessoas que aparentemente estão em universos diferentes, mas que tem a contribuir entre si, com sua arte e seus saberes. A mediação esteve por conta do corpo docente dos Institutos de Humanidades (IH/Unilab) e Linguagens e Literaturas (ILL/Unilab), Luana Antunes, Daniele Ellery, Jo A-mi, Sueli Saraiva e André Telles.
Entre as rodas de conversa, também tivemos a apresentação de grupos artísticos, formados por estudantes dos Projetos de Extensão da Proex, com intervenções de dança, leitura dramática e música – tanto em Fortaleza, quanto na Unilab.
Para a professora Andrea Muraro (ILL/Unilab), a realização do Encontro “é sempre um momento de congregar e dialogar com a diversidade”, destacou.
Outro debate temático, mediado pela professora Andréa Muraro e participação de Danielle Ellery e Rosália Silva Menezes. Outros bate-papos trouxeram às temáticas em foco: “O traço e o verso das cidades”, com Mariana Fujisawa (SP) e Julio Machado (RJ) e mediação de André Telles, e finalizando com a participação do escritor e médico moçambicano, Aldino Muianga, na discussão sobre “A cidade africana e suas histórias”.
Desta forma, a parceria da Unilab com a Secretaria da Cultura do Estado do Ceará (Secult) na Bienal vai além dos espaços, consolidando-se, nas últimas edições, no Centro de Eventos, no espaço físico da universidade, além de atividades em outros espaços de Fortaleza, bibliotecas, escolas públicas, centro comunitário. o que é uma iniciativa importantíssima para que outras comunidades possam ter a oportunidade de outras vivências e leituras.
Na Bienal – Fortaleza/CE
A diversidade de atividades nesta edição atribuiu à Unilab um novo momento, com apresentações de ilustração, lançamento de livros, rodas de conversas, troca de informações, visitas, palestras, exposição de obras publicadas e apresentações culturais, durante os dez dias de evento, o stand da Unilab recebeu cerca de 5 mil pessoas, o qual buscou a parceria entre: servidores da Unilab, corpo docente, bolsistas da Proex, convidados especiais e demais envolvidos na ação.
Escritores e suas obras
Na Bienal de 2019, a convidada Mariana Fujisawa, ilustradora paulista, juntamente com a curadora do espaço “Literatura e Infância” da Bienal, a professora e atriz Edneia Quinto (Tutti), conversaram de forma interativa e divertida com o grupo de crianças, desmistificando as ilustrações e a produção dos livros, desde a criação até a finalização do produto.
Os escritores Júlio Machado (poeta mineiro) e Aldino Muianga (médico moçambicano) relataram suas experiências literárias nas atividades de bate-papo, juntamente com outros autores convidados, como: a poeta e romancista caboverdiana, Vera Duarte Pina e o escritor guineense, Manuel Casqueiro.
Após a exibição do filme “Do outro lado do Atlântico”, direção e roteiro Daniele Ellery e Márcio Câmara – o bate-papo entre os produtores do filme e estudantes convidados trouxe à pauta as percepções dos dois lados do Atlântico, histórias de partidas, permanências e regressos foram contadas, encontros e desencontros de ideias, percursos, desejos e sonhos, em diferentes percepções de identidades e culturas dos estudantes africanos de países de língua oficial portuguesa, e do Timor Leste, que estudam ou estudaram em universidades brasileiras.
“Partir, Permanecer, Regressar: Estudantes cabo-verdianos entre Brasil e Portugal” foi a temática escolhida pela escritora, antropóloga e realizadora audiovisual, Daniele Ellery (professora do Curso de Sociologia(IHL/Unilab), que apresentou, a partir dos relatos sobre condições de acolhimento, conflitos identitários e raciais “fora de lugar” e expectativas de retorno ao país de origem. Um momento de reflexão sobre a produção de novas identidades, observando em que medida o processo de vir para o Brasil se distingue da ida para Portugal, afetando de diferentes maneiras os projetos de vida e profissionais dos jovens cabo-verdianos.
Programação Cultural da Unilab na Bienal
A Pró-Reitoria de Extensão, Arte e Cultura (Proex), através dos trabalhos desenvolvidos pelos Projetos de Extensão, complementou a programação cultural da Unilab, dentro da Bienal. O Grupo Musical Unisons, resultado do projeto de extensão “Performance da Cultura Afrodescendente – Uniculturas” recepcionou os convidados com seus cantos africanos e deu as boas-vindas ao IX Encontro Sistema Bibliotecas.
A contação de História “Narração Oral Baú de Histórias: Letras, Contos e Crenças” foi apresentada pelos estudantes da Unilab “Um Tesouro Chamado Nordeste”, aos alunos, do 6º ao 9º ano, do Colégio Conexão Saber, do bairro Passaré, Fortaleza/CE.
A leitura poética da escritora moçambicana, Noémia de Sousa (Canção Fraterna; Poema; Se me quiseres conhecer e Negra), ficou a cargo do Projeto “Contracena: praça de teatro e leituras dramáticas”.
A animação, canção e passos sincronizados que alegrou a plateia presente no Mezanino 2 do Centro de Eventos foi destaque do Grupo Vozes D’África, projeto coordenado pela professora do IHL/Unilab/CE, Artemisa Monteiro, com o espetáculo: Danças Africanas.
A Banda Cabaçal Palmares e os Irmãos Aniceto, realizaram o fechamento das atividades de Unilab com o espetáculo musical: “Irmãos Aniceto, Marimbanda e Carlos Malta”, na noite do domingo, dia 25.
A composição da banda surgiu de um Projeto de Extensão da Unilab, coordenado pelo ex-professor da Unilab, Maurílio Machado e por estudantes musicistas de vários cursos da Unilab/CE. Os Irmãos Aniceto são a fonte de pesquisa e inspiração da banda Cabaçal.
O Grupo de Ensino, Pesquisa e Popularização da Astronomia e Astrofísica (GEPPAA/Unilab) participou desta edição a partir de convite da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Estado do Ceará (Secitece). A equipe organizou atividades de participação e apresentação do Planetário Móvel Supernova durante os dez dias de evento, com oito sessões diárias no planetário, recebendo cerca de 350 pessoas a cada dia.
Edição XIII
Diante de um público diversificado e multi-cultural, levantamento da Secult para edição de 2019, o Centro de Eventos do Ceará recebeu um público estimado de 450 mil pessoas e a visita de cerca de 40 mil alunos de escolas públicas. Como novidade, a Bienal é considerada como a terceira maior do país, expondo a importância do evento no cenário da literatura e das artes em geral no Brasil.