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Seminário se debruça sobre livro de Audre Lorde durante sete encontros semanais

Data de publicação  09/03/2021, 17:18
Postagem Atualizada há 4 anos
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“Audre Lorde, irmã outsider” é o tema do seminário realizado pelo projeto de extensão e grupo de pesquisa “Sobre o Corpo Feminino – Literaturas Africanas e Afro-brasileira”. O evento, que recebeu 200 inscrições entre público interno e externo, começa nessa quinta-feira (11) e se estende até 22 de abril, com encontros semanais on-line. Confira a programação.

O objetivo do seminário é se debruçar sobre o livro “Irmã Outsider” (2019/Autêntica), da poeta e feminista negra Audre Lorde. A publicação é composta por palestras, entrevista e ensaios da autora ao longo dos anos 1980.

A mesa de abertura conta com as participações da escritora, tradutora e professora Tatiana Nascimento, que traduziu a obra “Entre nós mesmas: poemas reunidos”, de Audre Lorde (2020/Bazar do Tempo), da professora Fabiana Carneiro da Silva (UFPB), tendo a mediação de Luana Antunes, professora da Unilab/ILL e coordenadora do projeto de extensão que realiza o seminário.

Ao longo dos encontros semanais serão enfocados temas como gênero, raça, classe, amor, sexualidade, linguagem e ação política a partir do livro de Audre Lorde e também das vivências das e dos participantes do seminário.

Sobre Audre Lorde

Audrey Geraldine Lorde (1934–1992) foi uma escritora caribenha-americana, feminista, mulherista, lésbica e ativista na luta pelos direitos humanos. Escreveu romances que abordam temáticas como feminismo e opressão, além de direitos humanos. Sua obra poética foi publicada a partir da década de 1960, tendo como temas mais abordados amor, traição, nascimento, classe social, idade, raça, sexualidade, gênero e saúde, haja vista que veio a falecer devido a um câncer de mama. Sua poesia é um espaço também em que ela se afirma como lésbica e feminista negra.

A obra da Audre Lorde tem sido difundida no Brasil a partir do trabalho da tradutora e poeta Tatiana Nascimento, que realizou as primeiras traduções de ensaios e poesias da autora. A partir de 2019, editoras brasileiras passaram a publicar a obra de Lorde, totalizando agora três livros da autora publicados no Brasil.

Embora tardiamente traduzida para a língua portuguesa, sua obra se comunica com a atualidade vivida por todos/as/es e, sobretudo, pela população negra e LGBTQ+. “A autora oferece-nos um aporte importante para compreendermos a engenharia do racismo, do machismo, do capitalismo, em tramas interseccionais. Oferece-nos ainda ferramentas, em poesia, para a compreensão do não-lugar que muitas vezes ocupamos ou somos relegadas a ele. Sua obra ensina, abre caminhos à leitora/ao leitor para uma possibilidade real de reflexão sobre ser mulher, negra, mãe, lésbica, escritora, pensadora, ativista pelos direitos humanos das população negras do mundo, diaspórica, em constante movimento”, sublinha Luana Antunes.

Realização

O seminário é mais uma ação do projeto de extensão e grupo de pesquisa “Sobre o Corpo Feminino – Literaturas Africanas e Afro-brasileira”, que existe desde 2017 na Unilab e em 2019 realizou presencialmente o seminário “Grada Kilomba – Memórias da Plantação”.

“Agora, motivadas por ampliarmos o alcance de nosso público, localizado em diferentes estados brasileiros e mesmo em outros continentes, propomos o seminário virtual. Também é uma oportunidade para dialogarmos e mantermos vivos os laços de aprendizado com as/os discentes egressos da Unilab, que se encontram na diáspora pela Europa, EUA ou que retornaram aos seus países de origem, no continente africano”, comenta Luana Antunes.

Sobre a metodologia a ser utilizada nos encontros, Antunes ressalta terem como referência bell hooks, Paulo Freire, Lélia Gonzalez, Sueli Carneiro: “a educação como prática de liberdade”. “Portanto, os encontros se darão como momentos de criação contínua e investigação das estruturas de opressão e de libertação de corpos e mentalidades. Deseja-se um diálogo profícuo entre as estudantes-pesquisadoras que apresentarão suas leituras da obra de Lorde e as/os participantes”, destaca.

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