1ª Marcha Antirracista acontece na cidade de Redenção-CE
Manifestação em alusão ao Dia da Consciência Negra é uma das ações previstas na programação da 7ª Semana do Curso de Sociologia da Unilab, e reúne diversas instituições de ensino e movimentos culturais do municípios de Redenção e Acarape.
Na manhã dessa terça-feira, dia 19 de novembro, véspera do Dia da Consciência Negra (comemorado em todo o território nacional no dia 20 de novembro), estudantes das três esferas de Ensino da cidade de Redenção se uniram para enaltecer a cultura negra e para dizer não ao racismo, à xenofobia e às opressões. A 1ª Marcha Antirracista aconteceu como fruto da parceria entre a Escola de Ensino Médio em Tempo Integral Doutor Brunilo Jacó, a 7ª Semana de Sociologia da Unilab e grupos culturais de Redenção e também de municípios vizinhos, como é o caso da Capoeira Camuá.
A Marcha partiu às 7h30 da manhã da escola Brunilo Jacó reunindo uma grande massa de estudantes do ensino médio organizados em alas temáticas. Os cartazes dos secundaristas remeteram a grandes inventores, artistas e celebridades negros e negras, como Garrett Morgan e Chucky Berry. Capas de livros como o “História Preta das Coisas – 50 Invenções Científico-Tecnológicas de Pessoas Negras”, de Bárbara Carine Soares Pinheiro, também estavam lá.
Chegando ao Campus da Liberdade, a marcha encontrou estudantes e docentes da Unilab em concentração. A professora Rosângela Ribeiro, docente vinculada ao Instituto de Humanidades e à Licenciatura Intercultural Indígena PAR-FOR Equidade, disse que entende o ato como necessário: “principalmente considerando esse lugar, o lugar que acolheu a Unilab (…) Entendo a necessidade de trazer os estudantes da Licenciatura Intercultural Indígena para esse momento, porque também é na rua que a gente aprende.”
Alassam Baldé, estudante guineense, afirmou que a articulação da organização da marcha foi muito bem feita entre as instituições de ensino envolvidas e a 7ª Semana do Curso de Sociologia, graduação que ele cursa atualmente na Unilab. Em suas palavras, ele diz que a consciência negra trata-se de aceitar a pessoa negra na sua integralidade de direitos: “Eu sou africano, eu sou guineense, eu não falo como os brasileiros, eu falo da minha realidade. Há muita desigualdade no nosso atendimento em equipamentos de saúde e comércio, por exemplo (…) Enquanto estudantes de Sociologia, estamos interessados em estudar diferentes realidades sociais.”
Atravessando a CE 060, em frente à estátua da Negra Nua, a estudante guineense Esperança Sacanala empunha um cartaz que diz: “Que histórias contam nossos monumentos?”
A Marcha seguiu passando pela praça do Obelisco, onde também houve uma roda de capoeira, e finalizando na Praça da Matriz, com mais alguns atos dos estudantes e falas de protesto e comemoração. Para o estudante Katchu Preto, guineense que cursa Antropologia na Unilab, “hoje como dia da Consciência Negra é não só um dia de lutar, mas um dia de celebrar as conquistas das lutas. Porque luta contra o racismo é todo dia!”, complementa.