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CABO VERDE – Língua materna deverá ser oficializada na próxima revisão constitucional

Data de publicação  13/06/2014, 10:42
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“A língua materna cabo-verdiana deverá ser oficializada na próxima revisão constitucional”, disse neste dia 11 de junho, na cidade de Praia, a presidente da Comissão Permanente da Comissão Nacional para as Línguas (CNL), Amália Lopes, que privilegia a padronização como uma das questões fundamentais do processo. Esta afirmação foi dita após a reunião com o presidente do Parlamento, Basílio Ramos, que teve como objetivo apresentar a nova configuração da Comissão Permanente da Comissão Nacional para as Línguas (CNL).

Presidente da Comissão Permanente da Comissão Nacional para as Línguas, Amália Lopes, se reúne com o presidente do Parlamento de Cabo Verde, Basílio Ramos.

Presidente da Comissão Permanente da Comissão Nacional para as Línguas, Amália Lopes, se reúne com o presidente do Parlamento de Cabo Verde, Basílio Ramos.

“O Governo, através do Ministério da Cultura, pretende desenvolver toda uma atividade para que a língua cabo-verdiana seja oficializada na próxima revisão constitucional”, assegurou a presidente da Comissão Permanente, ciente de que a Constituição da República, no seu artigo 9º sobre línguas oficiais, consagra que a língua oficial de Cabo Verde é o português.

De acordo com a Carta Magna, o Estado deve promover as condições para a oficialização da língua materna cabo-verdiana, em paridade com a Língua Portuguesa, e todos os cidadãos nacionais têm o dever de conhecer as línguas oficiais e o direito de usá-las. A CNL, enquanto órgão consultivo do Ministério da Cultura, pretende opinar e dar o melhor parecer a esse Ministério sobre o assunto, adiantando ser esta a razão dos encontros com diferentes entidades cabo-verdianas que podem ter uma palavra nesta matéria.

Segundo Amália Lopes, o presidente da Assembleia Nacional mostrou-se aberto e disponível para o diálogo naquilo que puder colaborar com a Comissão e no que precisar do seu apoio. No processo de oficialização da língua materna, uma das questões fundamentais é a padronização, defendeu Amália Lopes, para quem muitas pessoas têm dificuldade em aceitar a oficialização porque têm dúvidas sobre qual é a variedade que vai ser a norma padrão.

“Esta é uma questão fundamental para esclarecer. A língua pode ser oficializada em pleno sem que nenhuma variedade seja erigida como norma de imediato”, salientou antes de assinalar que a oficialização abrirá caminho para que, de fato, “se estude e se tome posição acerca da padronização”, falou a representante da Comissão. Questionada se a oficialização permitirá a Cabo Verde ser uma nação bilíngue de fato, ela afirmou: “nós já somos nação bilíngue” e esclareceu que um bilíngue não é a soma de dois monolíngues, mas sim um falante que domina com alguma competência as duas línguas.

Lembrou, neste caso, que a população cabo-verdiana escolarizada em língua portuguesa é por volta de 90%, o que significa que ela domina, de alguma forma, o português, sendo claro que todo o cabo-verdiano domina a sua língua materna, pelo menos do ponto de vista da oralidade, o que o torna bilíngue, frisou. Questionada se há falta de vontade política para a oficialização da língua materna, Amália Lopes respondeu: “eu não diria que há falta de vontade política. Os políticos gostam de tomar as melhores decisões e gostam de fazê-lo em sintonia com a sociedade civil”.

Fonte: Jornal Expresso das Ilhas

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