Unilab divulga nota em resposta a críticas veiculadas em rádio
A Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab) manifesta seu posicionamento diante de críticas dirigidas a esta instituição federal, vinculada ao Ministério da Educação, por parte do comentarista Marco Antônio Villa, veiculadas ontem (19) no programa Jornal da Manhã, da Rádio Jovem Pan, de São Paulo.
A criação da Unilab foi discutida em várias instâncias do Congresso Nacional, aprovada pelos parlamentares e sancionada na forma da lei nº 12.289, de 20 de julho de 2010. Ela congrega o pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, como preceitua a Constituição Federal de 1988 (art. 206, inciso III).
Em seis anos, a Unilab dispõe de mais de 70 grupos de pesquisa nas mais diversas áreas, tais como Saúde Coletiva, Agronomia, Linguística, Engenharia Civil, Química, Sociologia, História, etc, com atividades de vários doutores e discentes. Desenvolve centenas de projetos de extensão por meio dos quais presta serviço à sociedade presente nos municípios de seu entorno, como as parcerias com a rede básica de saúde, o programa de iniciação à docência nas escolas públicas, a atuação de futuros administradores na estrutura funcional de prefeituras, as numerosas mostras de arte e cultura ofertadas ao público, entre tantas outras iniciativas, contribuindo para o desenvolvimento regional.
Em seus 16 cursos de graduação e 7 de pós-graduação, recebe milhares de jovens e adultos do interior do Ceará e da Bahia que, distantes da capital, estão podendo fazer um curso superior, muitos deles os primeiros de suas famílias a ingressarem na universidade.
A missão institucional da Unilab contempla também uma das principais buscas de muitas universidades brasileiras e de outros países, no atual contexto de globalização: a internacionalização da educação superior. A Unilab já nasce vocacionada a promover a integração do Brasil com os demais países membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa – CPLP (Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste), considerando que o nosso país deve reger suas relações internacionais, entre outros, pelo princípio da cooperação entre os povos para o progresso da humanidade (CF/88, art. 4º, inciso IX). Por meio da educação e da troca de conhecimentos e tecnologias, a Unilab se configura como um instrumento de protagonismo do Brasil em âmbito internacional, ainda mais agora que o país assumirá a presidência da CPLP. É nesse contexto que a Universidade promoveu recentemente o I Festival das Culturas, evento que reuniu uma variedade de linguagens artísticas para apresentar a diversidade cultural desses países.
Os resultados em Educação nem sempre são imediatos; portanto, investir na formação conjunta de estudantes brasileiros, timorenses e africanos de países diversos é investir na construção de relações e de cenários propícios a parcerias educacionais, econômicas, tecnológicas, diplomáticas, dando continuidade ao relacionamento que o Brasil já desenvolve há décadas com África, Ásia e Europa. Menosprezar a relação com o continente africano é negar a própria história de formação do Brasil e de seu povo e abrir mão de um posicionamento estratégico para potenciais parcerias.
Os cursos de Pedagogia e Antropologia, que foram alvos específicos das críticas, são terminalidades de outro curso, um bacharelado interdisciplinar na área das Ciências Humanas: Bacharelado em Humanidades (BHU). Neste 1º ciclo formativo, os discentes cursam componentes curriculares de Filosofia, Sociologia, Educação, História, Artes, entre outros conhecimentos basilares das Ciências Humanas. No 2º ciclo, os discentes podem se submeter a uma seleção interna para cursar uma das quatro terminalidades: Pedagogia, Sociologia, História ou Antropologia.
O curso de Pedagogia atende a normativas nacionais de formação docente, o que inclui as leis nº 10.639/2003 e 11.645/2008, também aprovadas no Congresso Nacional, que estabelecem a inclusão, no currículo oficial da rede de ensino, das temáticas de história e cultura afro-brasileira, africana e indígena e a educação das relações etnicorraciais, no sentido de resgatar e valorizar esse importante aspecto da História do Brasil. O curso parte das ciências eurocêntricas e reconhece saberes e práticas sul-americanas e africanas. Nessa mesma perspectiva o curso de Antropologia inclui em seu currículo estudos dos primórdios do pensamento sócio-antropológico negro e dos contextos históricos que impulsionaram o pensamento afrocêntrico da diáspora.
A Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira acredita na força de seu projeto, conduzido por profissionais de alto grau de formação, e na importante contribuição que ele traz para a sociedade.
Redenção, 20 de outubro de 2016.
A Reitoria
Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira