Unilab sedia a etapa macrorregional da Conferência Estadual de Promoção da Igualdade Racial
No próximo sábado (25), comemora-se a abolição da escravatura. Este importante fato histórico deu-se no município de Redenção/CE, quatro anos antes da assinatura da Lei Áurea, tornando o Estado como a primeira província a decretar, oficialmente, o fim da escravidão em território nacional.
Passados 133 anos, a Unilab abriu na manhã desta quinta-feira (23), no Auditório do bloco didático do Campus da Liberdade, em Redenção/CE, a I Conferência Macrorregional do Maciço de Baturité, que visa construir propostas para a IV Conferência Estadual de Promoção da Igualdade Racial. Esses momentos históricos, mesmo com importâncias diferenciadas e distantes no tempo, evidenciam o protagonismo da região na luta contra a desigualdade racial.
Com a participação do Estado, municípios e da sociedade civil organizada, a IV Conferência Estadual de Promoção da Igualdade Racial reiterou seu principal objetivo: reafirmar e ampliar o compromisso do governo e da sociedade cearense com políticas públicas de enfrentamento ao racismo e de promoção da igualdade racial como fatores essenciais à democracia plena, por meio do reconhecimento, acesso à justiça e desenvolvimento.
Realizado pelo Conselho Estadual de Promoção da Igualdade Racial e da Coordenadoria Especial de Políticas Públicas para Promoção da Igualdade Racial do Estado do Ceará (CEPPIR), com o apoio da Unilab e da prefeitura de Redenção, o evento traz como tema: “Ceará da Igualdade Racial: reconhecimento, justiça e desenvolvimento na década dos afrodescendentes”
A apresentação musical do Grupo na Quebrada do Coco, que vem valorizando e promovendo a cultura tradicional e popular das expressões afro-brasileiras, abriu os trabalhos.
Já a mesa de abertura da IV Conferência Estadual de Promoção da Igualdade Racial, etapa Macrorregional do Maciço de Baturité, contou com a participação das seguintes autoridades: Aristeu Rosendo, Vice-reitor no exercício da Reitoria; Zelma de Araújo, Coordenadora do CEPPIR; Leno Farias, Integrante do Conselho Estadual de Promoção da Igualdade Racial; David Benevides, prefeito de Redenção; Davi Barros, prefeito de Acarape; Sueli Saraiva, coordenadora do Núcleo de Promoção da Igualdade Racial Kabengele Munanga (NPIR); e Zaira Pereira, representante das Associações dos Estudantes Africanos.
A coordenadora do CEPPIR, Zelma de Araújo, lembrou que a realização desta I Conferência, dentre as sete que serão realizadas antes do encontro estadual, ocorria exatamente no local onde foi decretado o fim da escravatura. “É importante para este município e para nós que a abertura das conferências aconteça aqui, onde ocorreu a abolição da escravidão. Pois, mesmo após 133 anos desse ato, ainda convivemos com o racismo e o preconceito. E é por isso que estamos hoje aqui para pensar e propor uma realidade diferente e verdadeiramente democrática”, disse Zelma Araújo.
Aristeu Rosendo também fez críticas ao racismo ainda predominante na cultura brasileira. “De cada quatro estudantes universitários brasileiros três são brancos e um é negro. De cada quatro presidiários três são negros e um é branco. Isso mostra que ainda há racismo cabal e estrutural na sociedade brasileira. Para mudar essa desigualdade é preciso ter uma mudança estrutural. E este evento aponta nessa direção”, destacou.