Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira
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Morre o líder histórico da luta contra a segregação racial

Data de publicação  06/12/2013, 09:26
Postagem Atualizada há 10 anos
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A Reitoria da Unilab e toda a comunidade acadêmica se solidarizam com o povo sul-africano pelo falecimento do ex-presidente Nelson Mandela. Reconhecem o seu importante papel na luta contra o racismo e pela paz. Sua lição de força, coragem e liderança constitui exemplo importante a ser seguido por todos que lutam pela justiça social.

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Foto: Divulgação.

Nelson Mandela (ou Rolihlahla Madiba Mandela) morreu neste dia 05 de dezembro aos 95 anos, em sua residência em Johannesburgo, na África do Sul. Ele sofria de uma grave infecção respiratória e estava sendo mantido sob cuidados médicos. Durante o último ano, Mandela havia passado muitos meses internado em condições críticas, mas recentemente retornara para a sua casa, onde permaneceu até esta quinta-feira, ao lado de familiares e amigos.

Nascido em 1918 no vilarejo de Mvezo (Cidade de Transkei, na província de Cabo Oriental, África do Sul), Mandela ganhou o Prêmio Nobel da Paz em 1993 e é conhecido como Pai da Pátria da moderna nação sul-africana. Advogado, ex-líder rebelde e ex-presidente da África do Sul (até 1999), ele já havia dedicado décadas de sua vida a serviço da humanidade ­– como advogado dos direitos humanos e prisioneiro político, até tornar-se o primeiro presidente da África do Sul livre. Tal trajetória foi a razão pela qual em sua homenagem a Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu o Dia Internacional Nelson Mandela em seu aniversário.

Ponto de vista

O estudante angolano Paulino José Lopes, de 21 anos, guarda uma imagem marcante do falecido líder. “Nelson Mandela sempre foi e será o maior líder político africano. Ele lutou pela liberdade não só da África do Sul, mas de todo o continente, sempre a favor da democracia”. Lopes relata um discurso proferido por Mandela quando em visita a Angola, no qual “defendeu a liberdade como maior causa e, mesmo agora, transmite uma euforia e um espírito de luta. Ele defendeu seu povo mesmo sob ameaças à sua vida e de sua família, sempre firme e nunca deixará de ser referência para todos nós”.

Biografia

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Foto: Divulgação.

Fruto de uma família de nobreza tribal, na pequena aldeia de Mvezo – onde possivelmente viria a ocupar cargo de chefia, Nelson Mandela teve suas posses e privilégios retirados pela ingerência da Coroa Britânica na região. Tal agressão o fez abandonar a política tribal aos 23 anos e iniciar atuação política na capital Joanesburgo, quando teve oportunidade de ter uma ampla formação educacional influenciada pelos valores de sua própria cultura e da cultura europeia.

Ainda jovem e estudando Direito, ele teve seu primeiro contato com a luta contra o Apartheid (sistema racista oficializado em 1948 na África do Sul), promovida pelo Congresso Nacional Africano (CNA). Na década de 1950, os ativistas aliados a Mandela resolveram realizar uma grande manifestação de desobediência civil onde protestavam com as políticas segregacionistas impostas pelo governo do Partido Nacional . Essa grande manifestação política resultou na elaboração da Carta da Liberdade, importante documento de luta com o qual a população negra oficializava sua indignação.

Em 1956, as autoridades sul-africanas prenderam Nelson Mandela e decidiram condená-lo à morte pelo crime de traição. No entanto, a repercussão internacional de sua prisão e julgamento aumentaram a pressão para que o líder ficasse em liberdade. Depois de liberto, Mandela continuou a conduzir os protestos pacíficos contra a ordem racista e autoritária então estabelecida.

Em 1962 foi novamente preso por sua atuação política e desta vez foi condenado à prisão perpétua, da qual chegou a cumprir 27 anos. Ele só foi finalmente liberto em 1990, sob a influência do governo conciliador do presidente Frederik Willem de Klerk. Em 1992, as leis segregacionistas foram finalmente abolidas com o apoio de Mandela e Willem de Klerk.

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Foto: Divulgação.

No ano seguinte, a vitória política lhe concedeu o prêmio Nobel da Paz e, em 1994, foram organizadas as primeiras eleições multirraciais da África do Sul. A vitória eleitoral de Nelson Mandela iniciou o expurgo das práticas racistas do Estado africano e rendeu grande reconhecimento internacional à Mandela. Depois de cumprir mandato, em 1999, Mandela atuou em diversas causas humanitárias, notadamente na luta contra a AIDS.

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