Professor da UFSCar ministra palestra sobre neutralidade, ciência e educação
Na manhã deste dia 25, o Círculo de Diálogos Interculturais contou com a participação do professor da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Douglas Verrangia, que tratou sobre o tema “Neutralidade, Ciência e Educação – implicações para o ensino de Ciência”. A atividade, que é uma realização do Centro de Referência em Educação de Jovens e Adultos e Cooperação Sul Sul (Ecoss), do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (Pibid) e do Programa ProDocência, foi voltada para os estudantes da Unilab, em especial para os alunos do curso de Ciências da Natureza e Matemática.
A mesa de abertura teve a mediação da coordenadora institucional do Pibid, Ana Paula Caiado, e foi formada pelo coordenador da área de Ciências da Natureza e Matemática do Pibid, Michel Lopes Granjeiro, pela representante do Ecoss, Sinara Mota, pela coordenadora adjunta do Programa ProDocência, Izabel dos Santos Teixeira, pelo coordenador do Núcleo de Estudos Africanos e Afro-Brasileiros, Luís Tomás Domingos, pelo representante dos estudantes, Anderson Ribeiro da Silva, e pelo professor convidado, Douglas Verrangia.
Douglas Verrangia falou sobre a sua experiência como professor de Biologia da rede pública de ensino e como militante do movimento negro. No decorrer de sua trajetória, ele fez reflexões sobre as influências que há entre as produções do conhecimento nas Ciências Exatas e as relações sociais, com destaque para as questões de gênero, classe, raça e geração. “Há uma ideia falsa de que a produção das Ciências Naturais é neutra. O argumento científico sempre é considerado mais importante do que as relações sociais e afetivas”, esclareceu. Na ocasião, ele comentou sobre o papel da universidade ao buscar a diversidade como ponto central para a produção do conhecimento científico, refletindo sobre sobre o compromisso social como excelência acadêmica. Atualmente, Douglas é professor da UFSCar e faz parte do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros da universidade.
Sobre Douglas Verrangia
Douglas Verrangia é Bacharel e Licenciado em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de São Carlos (2000), Mestre (2004) em Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de São Carlos e Doutor em Educação pelo PPGE-UFSCar com estágio doutoral na City University of New York (CUNY) (2009). Tem experiência na área de Educação e Formação de Professores, com ênfase em Métodos e Técnicas de Ensino e Elaboração de Currículos, atuando principalmente nos seguintes temas: ensino-aprendizagem de conceitos científicos e relações sociais, com ênfase nas relações etnicorraciais.
Sérgio Guimarães abre Circuito de Diálogos Interculturais na Unilab
Com a presença do professor Sérgio Guimarães, amigo e autor de livros com Paulo Freire, foi aberto na tarde de ontem (17) no Campus da Liberdade, em Redenção, o Círculo de Diálogos Interculturais. O evento é realizado pelo Centro de Referência em Educação de Jovens e Adultos e Cooperação Sul Sul (Ecoss) da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afrobrasileira (Unilab).
Professores e pesquisadores de várias partes do Brasil estão na Unilab para dialogar com estudantes, professores e gestores da Edução de Jovens e Adultos (EJA) do Maciço de Baturité. Numa mesa com o tema “ EJA e Políticas Públicas: da retórica à ação”, os professores Maurilane Biccas (USP) e Paulo Mello (UEPG) apresentaram a trajetória da Educação no Brasil, com destaque para modelos de alfabetização desenvolvidos por Lourenço Filho e Paulo Freire.
“É um momento de troca de ideias sobre o contexto do EJA no Maciço de Baturité”, disse Paulo Mello. Em sua fala, Mello lembrou os 50 anos da Ditadura Militar e a perseguição às cartilhas de alfabetização desenvolvidas pelo Movimento de Educação de Base (MEB).
Falando sobre a Educação no período da Primeira República (1888-1928), Maurilane Biccas lembrou que os escravos libertos não foram atendidos por uma política pública educacional. A professora ressaltou ainda a contribuição de Paulo Freire para que a desigualdade social seja vista como um dos fatores responsáveis pelo alto índice de analfabetismo no Brasil.
Educação como prática de liberdade
O momento mais esperado do primeiro dia de evento, a palestra “África Ensinando a Gente”, com o professor Sérgio Guimarães, foi na prática um grande diálogo sobre percepções do pesquisador e do público acerca do tema Educação. Logo no início, o educador desfez as filas de cadeiras da plateia e formou um grande círculo.
Deixando um microfone no centro da roda à disposição da plateia, Sérgio Guimarães instigou o público a participar da condução da discussão. A cada intervenção do público, uma história dos seus 18 anos de trabalho com Educação em Angola, Guiné Bissau e São Tomé e Príncipe.
“As crianças africanas são educadas em comunidade, no sentido da preocupação com o grupo. Porque sistema de Educação não é Ministério, é toda atividade organizada que faz com que as pessoas vão se formando”, disse o educador. Sérgio falou ainda sobre lutas e processos de independência no continente africano.
A atividade segue até sábado,19, e é realizada em parceria com Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID), Programa ProDocência; Instituto de Ciências Exatas e da Natureza (ICEN) e Instituto de Humanidades e Letras (IHL) e apoiada pelas Pro-Reitorias de Graduação e Pós-Graduação.