Unilab é homenageada na Assembleia Legislativa da Bahia
Nesta quinta-feira (21), aconteceu na Assembleia do Estado da Bahia audiência pública em homenagem à Unilab pela comemoração dos cinco anos de existência no Ceará e um ano na Bahia.
Participaram da mesa de abertura, presidida pelo deputado estadual, Bira Coroa, o reitor, professor Tomaz Aroldo Santos; o representante do governador, Flávio Santos; a secretária de promoção de igualdade racial do estado, Vera Lúcia Barbosa; o prefeito de São Francisco do Conde/BA, Evandro Almeida; a diretora do Campus dos Malês, Ludmylla Mendes; o professor Kabengele Munanga; o vereador Eliezer Santana; o representante da Fundação Pedro Calmon, capitão Marinho Soares; a representante da Rede de Mulheres Negras da Bahia, Ana Bispo; o presidente da Associação de Estudantes e Amigos da África, Beto Infante; e o representante do Centro Acadêmico, o estudante Demésio Soares.
A audiência foi aberta pelo deputado Bira, o qual ressaltou a importância deste momento como uma conquista das buscas pela igualdade racial. Em seguida, o professor Kabengele explanou sobre a aproximação entre África e Brasil e o papel da Unilab nessa interseção. “Na visão de sociedade unilateral, superando a escravidão, o Brasil aparece como parceiro cultural, econômico e educacional. O Brasil iniciou uma aproximação com a África, a partir de 1960, através de acordo diplomático, e foi o primeiro país a reconhecer a independência de Angola, antes de muitos países capitalistas”, disse ele. Ainda segundo o professor, “a Unilab faz parte de um quadro de cooperação de solidariedade Sul-Sul e é um projeto social que respeita as necessidades de cada país que o compõe”, afirmou.
Na sequência, estudantes da Unilab manifestaram a visão que têm da instituição, sentindo-se inseridos nos desafios que ela apresenta no processo de seu desenvolvimento. De acordo com o estudante Demésio Soares, “queremos ver nossa universidade crescer e nós do centro acadêmico (C.A.) nos colocamos à disposição para contribuir com isso. No passado, nossos conterrâneos vinham para serem escravizados e hoje estamos vindo para estudar. Tenho um sentimento de reconhecimento pela atenção que o Brasil tem conosco através desse projeto. Agradeço a quem participou da construção para que essa proposta acontecesse. Antigamente, aconteceu a Revolta dos Malês, na Bahia, e hoje está acontecendo uma revolta educacional, no Campus dos Malês”, disse ele. No mesmo sentido, o estudante Beto Infante ressaltou a importância da universidade no combate ao racismo. Segundo ele, “estamos aqui, também, para desconstruir o preconceito que muitas pessoas têm contra a África. Estamos aprendendo a cultura do Brasil e os cidadãos brasileiros, em especial de São Francisco do Conde, aprenderão conosco o que é a África. Nesse propósito, a Unilab tem um papel fundamental na desconstrução do preconceito racial e com a África”, afirmou Beto.
Nessa mesma linha de combater o racismo, acrescentando a oportunidade de acesso ao ensino superior no interior, a diretora do Campus dos Malês, professora Ludmylla Mendes, afirmou “que a Unilab tem um diferencial para esses objetivos e é uma honra contribuir para a construção dessa história”. Ainda segundo ela, “esse evento é importante para a consolidação da Unilab na Bahia. Estamos completando um ano de funcionamento presencial no estado e esse momento de comemoração amplia a visibilidade da Unilab e reforça as diretrizes de busca contra a desigualdade racial”, disse.
Contextualizando a presença da universidade em São Francisco do Conde, o prefeito da cidade, Evandro Almeida, relatou como foi a busca pela prefeitura em contribuir para a conquista da Unilab, em São Francisco do Conde. Para ele, “essa implantação foi muito importante para o desenvolvimento do município, além de estar agregada aos valores da cidade, que tem a maioria da população negra”.
Na oportunidade, foi assinado o Termo de Cooperação Técnica e de Compromisso entre a Unilab e o estado da Bahia, através da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi), no qual a universidade se integra à rede de combate ao racismo e à intolerância religiosa. Essa iniciativa visa a união de esforços para o desenvolvimento de ações integradas. A secretária da Sepromi, Vera Lúcia Barbosa, esteve no evento e, para ela, “a Unilab tem um papel determinante na luta contra o racismo. Ela está presente no estado com maior quantidade de negros e é uma instituição que tem um intercâmbio com os países africanos, fazendo um resgate com os nossos ancestrais. Essa sessão abre a nossa percepção para a existência da universidade na Bahia e o termo de cooperação que assinamos afirma a parceria com o governo do estado para o desenvolvimento de ações integradas”, disse.
O reitor da Unilab, professor Tomaz Aroldo Santos, vê essa audiência como um reconhecimento da Assembleia Legislativa da Bahia com a universidade, além de ser um momento de alegria e comemoração pela existência da Unilab no estado. Durante sua fala ao público, de forma emocionada, afirmou que “é uma honra está na assembléia como reitor da Unilab e foi o ensino público que me proporcionou estudar e estar aqui hoje”, afirmou.
O evento foi organizado pela Unilab, em parceria com a Assembléia Legislativa, através do gabinete do deputado estadual Bira Coroa. A professora Matilde Ribeiro que fez parte da comissão de organização do evento afirma que “a Unilab é uma conquista de uma demanda histórica do movimento social, em especial do movimento negro. Tradicionalmente, as universidades não trabalham a existência do continente africano e com a criação da Unilab, que tem a proposta da integração e da internacionalização, demos um passo na conquista da relação Brasil-África e da cooperação Sul-Sul. É uma universidade nova, ainda pouco conhecida, e essa audiência possibilita mais visibilidade. É um momento de comemoração, mas também de refletir sobre o nosso futuro e da importância do fortalecimento dessa missão”, afirmou.
A audiência teve apresentações dos hinos nacionais de todos os países, do grupo de Hip Hop “Bota a fala”, composto por discentes da Unilab, assim como apresentações culturais que retrataram a cultura africana.